septiembre, 2006

now browsing by month

 

VIVA MELHOR COM A MEDICINA NATURAL

VIVA MELHOR COM A MEDICINA NATURAL
LUÍS CARLOS COSTA

Viva Melhor!
Com a Medicina Natural
Luiz Carlos Costa

IMPRENSA BRAILLE
ADEVIPAR
Rua: Eurico Zytkievitz, 9 – Sítio Cercado
Curitiba – PR – BRASIL
Fone: (41) 349-3645
Fone/Fax: (41) 349-1101
CEP: 81.900-180
e-mail: adevipar@softone.com.br

Outubro – 2000

Viva Melhor!
Com a Medicina Natural

Índice Geral:

Capítulo 1 – Manchetes jornalísticas 3
Capítulo 2 – Minhas primeiras experiências 7
Capítulo 3 – O corpo humano 11
Capítulo 4 – Trofoterapia 32
Capítulo 5 – Fitoterapia 92
Capítulo 6 – Hidroterapia 107
Capítulo 7 – Geoterapia 133
Capítulo 8 – Alimentos integrais 146
Capítulo 9 – Programas trofoterápicos e fitoterápicos 158
Capítulo 10 – Tratamentos naturais simplificados 197
Capítulo 11 – Receitas culinárias saudáveis 258
Capítulo 12 – Conservas naturais 340
Capítulo 13 – Principais produtos das abelhas 357
Capítulo 14 – Assuntos complementares 374
Capítulo 15 – Depoimentos importantes 440

PREFÁCIO

Quando pensamos em viver bem e desfrutar o melhor desta vida, logo
imaginamos que viver melhor é simplesmente ter uma boa profissão, uma
boa casa, o carro do ano, estar rodeado de bons amigos… Isto está de
acordo com os conceitos neomodernistas que aprendemos no lar, nas
escolas e na sociedade em geral. É claro que todas estas necessidades
são importantes na vida de cada indivíduo. No entanto, que reação
natural normalmente temos quando percebemos que nos falta a esquecida
saúde, e começamos a treinar para a maratona do bem- estar físico, às
vezes até internacional? Esquecemos boa parte daquilo que temos e
somos. Os valores são substituídos, ou melhor, recolocados em suas
funções originais, e a busca desesperada para conseguir pelo menos “um
grama” de saúde a mais passa a ser sentida por todos os amigos e
familiares.
E quanto custa “um grama” de saúde? Muitas vezes tardiamente,
milhões de pessoas tentam responder esta pergunta, após terem perdido
muitos “gramas” em orgias e vícios, hábitos de higiene impróprios,
excesso de trabalho etc. Passaram a vida conhecendo diariamente o
preço do dólar, do grama do ouro e de outras aplicações no mercado
financeiro. O que deveriam ter aprendido em “tempo de paz”, terão de
aprender em “tempo de guerra”. Será que este não é o meu exemplo,
prezado leitor? Ou será que este é o seu exemplo? Não importa. Diz um
provérbio popular: “Não devemos chorar pelo leite derramado.” Porém, é
preciso conhecer métodos mais seguros para se evitar que outros
“pacotes de leite” se percam. VIVA MELHOR! COM A MEDICINA NATURAL, é o
que propomos a todos os queridos leitores.
Um pedido especial: sempre que iniciamos uma nova atividade de
trabalho, encontramos muitas novidades em nosso dia-a-dia. Nesta
primeira experiência literária cremos que a situação não será
diferente, pois à medida que avançamos nos degraus da escada do saber,
mais devemos procurar os tesouros escondidos na mente dos nossos
semelhantes. Portanto, pedimos a você, querido leitor, que ao perceber
qualquer imperfeição lingüística, técnica ou gráfica, se digne
preencher o formulário de “Sugestões e Críticas Construtivas”, contido
em cada livro impresso. Tais opiniões poderão ser enviadas à Redação da
Editora. Fazendo assim, você estará ajudando especialmente os leitores
das futuras edições. Agradecemos antecipadamente sua valiosa
colaboração.
Uma boa leitura a todos!
Luiz Carlos Costa

1 – MANCHETES JORNALÍSTICAS

HORTALIÇAS FRUTAS E PLANTAS:

01. “Voltando ao tempo dos remédios dos nossos avós”. Diário de
Pernambuco, 20/07/1990.
02. “Frutas, vegetais e grãos, a dieta recomendada para 93”. O Est. de
S. Paulo, 27/12/1993.
03. “Frutas e verduras reduzem hipertensão em idosos”. Folha de S.
Paulo, 03/12/1993.
04. “A dieta de frutas é a mais recomendável para desintoxicação”.
Última Hora (jornal paraguaio), 20/01/1993.
05. “Vitamina em drágea não substitui frutas e verduras”. O Est. de S.
Paulo, 31/03/1993.

ALIMENTOS INTEGRAIS:

01. “Iogurte & Cia – Os superdigestivos”. Revista Saúde!, 05/1988.
02. “Leite materno pode evitar infecção de ouvido em bebê”. O Est. de
S. Paulo, 04/07/1993.

INCENTIVOS:

01. “OMS [Organização Mundial da Saúde] incentiva amamentação”. Diário
de Pernambuco, 08/03/1992.
02. “Controle na alimentação permite vida mais longa”. Folha de S.
Paulo, 15/06/1992.
03. “USP cria ambulatório para distúrbio alimentar”. O Est. de S.
Paulo, 19/07/1992.
04. “Coma certo, viva mais tempo”. Seleções,10/1993.
05. “Cientista sugere mais pesquisas de ervas medicinais”. O Globo,
26/01/1986.

ALERTAS:

01. “Controle da comida é insuficiente – Fiscais do governo são poucos
e o país não tem laboratórios independentes avançados”. O Est. de S.
Paulo, 24/05/1992.
02. “Margarina e sabão, mesma matéria-prima”. Jornal do Comércio,
20/11/1988.
03. “Objetos estranhos em alimentos lideram queixas”. O Est. de S.
Paulo, 03/04/1995.
04. “Leite de vaca é vinculado a um dos diabetes”. Folha de S. Paulo,
06/12/1992.
05. “As perigosas tentações infantis – Hambúrguer, pizza e
refrigerantes”. A Gazeta (ES), 29/03/1994.
06. “Infecção alimentar deve crescer, alerta estudo”. O Est. de S.
Paulo, 08/04/1995.
07. “Pílula anticoncepcional aumenta risco de câncer”. O Est. de S.
Paulo, 22/10/1993.

ATUALIDADES:

01. “TV pode trazer problemas neurológicos – Para cientista, ver
televisão… pode aumentar as chances de desenvolver mal [grifo nosso]
de Alzeheimer”. O Est. de S. Paulo, 01/01/1994.
02. “Nuvem tóxica deixa mais de mil doentes nos EUA”. O Est. de S.
Paulo, 28/07/1993.
03. “Estudo associa TV à violência”. O Est. de S. Paulo, 10/07/1993.

MEDICAMENTOS:

01. “Inspeção reprova 39 laboratórios – Só 6 empresas vistoriadas pela
Vigilância Sanitária em SP foram aprovadas”. O Est. de S. Paulo,
27/01/1995.
02. “Médicos alertam para uso de antibióticos”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.

DROGAS:

“Produção de drogas explode em todo o planeta”. O Est de S. Paulo,
24/10/1993.

PERIGOS GERAIS:

01. “O risco dos cosméticos – Produtos de beleza podem provocar
reações alérgicas que enfeiam a pele”. Jornal do Brasil, 26/12/1993.
02. “Estudo mostra que brasileiro come muito sal”. Folha de S. Paulo,
1991.
03. “Governo analisa uso terapêutico da maconha”. O Est. de S. Paulo,
20/07/1995.
04. “Garganta de cantor de rock sofre mais”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.
05. “Obesos têm risco maior de catarata”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.

2 – MINHAS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS

Eis um resumo de como chegamos até aqui:
Uma das grandes felicidades que tenho em minha vida é a de ter
nascido em um lar vegetariano. Contava ainda com a idade de 2 anos
quando meus pais aboliram completamente os alimentos cárneos de nosso
lar, exceção feita aos ovos e leite, e passaram a cultivar hábitos
alimentares mais sadios, dando oportunidade à sua prole de
desenvolver-se mais sábia e vigorosamente.
Porém, ao atingir a idade juvenil, a influência de amigos foi
alterando os “velhos” e conceituados costumes, e um cabedal extenso de
produtos artificiais, inclusive bebidas alcoólicas, foi introduzido em
meu cotidiano. Enquanto o tempo continuou em seu movimento, os
primeiros sintomas de doenças que sem misericórdia iriam alojar-se em
meu ser, apareceram para promover o desconforto e o funesto medo da
morte.
Foi então que em Sua bondade Deus nos colocou em contato com
pessoas naturistas, e de uma entidade filantrópica denominada Hospital
Naturista “Oásis Paranaense”, em Almirante Tamandaré, PR. Todos se
empenharam em reeducar-me com o nobre propósito dá recuperação de
minha saúde, devolvendo-me a alegria de viver que por algumas vezes
havia perdido, em virtude do aparecimento das enfermidades.
Mas os fatos não pararam por aí. Segundo a Escritura Sagrada,
“aquele que vem, diga venha”. Foi o que aconteceu comigo quando sentia
necessidade de contar a muitas outras pessoas o quanto é importante a
ciência do comer e do beber, cujo nome aprenderia meses mais tarde e,
se Deus permitir, para jamais esquecê- lo: TROFOTERAPIA. Foi assim que
se iniciaram as primeiras experiências que serviriam de profundos
alicerces para o trabalho que estamos desenvolvendo desde 1984.
No entanto, outro dilema apareceu em minha vida: como contar às
pessoas sobre os miraculosos efeitos da Medicina Natural no organismo
humano, se sou um simples professor e não um médico? Este era um
pensamento que freqüentemente pairava em minha mente e deixava-me
preocupado. Talvez no íntimo imaginasse que os únicos entendidos de
saúde são os profissionais da área. Alguns anos mais tarde ouvi uma
frase bem adequada a este pensamento, proferida por um amigo
naturista, que muito me estimulou a estudar mais a respeito da
necessidade de entender mais daquilo que comemos do que de nossas
próprias doenças e remédios químicos. Não entremos no mérito da
questão para saber quem tem ou não razão. Todas as terapias têm suas
virtudes; continuemos o assunto.
Um dia, relembrando os primeiros contatos de amizade com o médico
cristão, dr. Luiz Ignatov (Uruguai), senti a necessidade de estudar com
mais dedicação duas matérias importantíssimas para todo estudante:
Anatomia e Fisiologia do corpo humano, especialmente dos órgãos
relacionados aos sistemas descritos no capítulo 3 deste manual, e de
conhecer com profundidade as causas do sofrimento físico da
humanidade. Nesta ocasião ampliei minha biblioteca com livros sobre
Medicina Natural e tratados médicos, a fim de desenvolver um trabalho
que oferecesse o mínimo de credibilidade técnica. Pensamos em não
trazer opróbrio aos demais colegas que tão altruisticamente vinham
determinando conceitos decisivos a respeito desta ciência tão
profunda, capaz de oferecer e promover adequadamente a saúde. Vencemos
as primeiras batalhas.
Hoje, após alguns anos de pesquisas teóricas como professor de
Naturologia de um centro naturista; e práticas como ex-diretor de um
ambulatório naturalista no Nordeste brasileiro, o que temos a oferecer
aos simpatizantes da vida natural é este reduzido compêndio que abre
perante os leitores algumas páginas da Natureza.

3 – O CORPO HUMANO

Apesar de o objetivo central deste receituário didático estar
baseado no ensino das principais formas terapêuticas da Medicina
Natural e das precisas avaliações científicas oferecidas pelo
Naturismo, enfocaremos como tema introdutório algumas informações
básicas a respeito da máquina mais completa e complexa do globo
terrestre – o corpo humano. Procuraremos tecer comentários especiais
sobre os aparelhos digestivo, urinário, respiratório e o sistema
epitelial. Dentro dos conceitos naturistas estes são os sistemas mais
atuantes nos grandes embates realizados entre a saúde e a enfermidade.
Segundo vários especialistas e nossa própria experiência pessoal, os
órgãos da digestão possuem aproximadamente 50% de importância na
recuperação orgânica de qualquer enfermo; e isto independente da
localização e dos pródromos (sintomas iniciais) relacionados a cada
enfermidade.
Outrossim, é necessário salientar que a importância destes órgãos
mencionados parcialmente a seguir, deve-se primeiramente à sua
capacidade de assimilação e excreção de resíduos alimentares ou não,
quer sejam vitamínicos, protéicos, mineralizantes, hídricos, de
oxigenação etc. Observe atentamente este capítulo e procure estudar as
definições e figuras, relacionando-as sempre com o seu conhecimento
sobre anatomia e fisiologia do organismo humano. Se for necessário,
recapitule as informações dadas.

A. APARELHO DIGESTIVO

Quando o “cronômetro biológico” existente no cérebro indica o
horário necessário para uma refeição – desjejum, almoço ou jantar – a
vontade de todo ser vivente dotado de instinto regular é de comer,
tratando-se especialmente do Homo sapiens – o homem. No entanto,
quando ingerimos as substâncias alimentares exigidas pelas funções
psicossomáticas do organismo, elas devem ser particularizadas a ponto
de ser transformadas em energia vital para todos os órgãos e células,
formando assim o complexo bioquímico da digestão. Esta função é
específica do aparelho digestivo.
A seguir você encontrará a representação básica dos detalhes desse
sistema importantíssimo à manutenção da vida. Observe cada item
mostrado na figura 3.1. As funções básicas de suas partes anatômicas
são as seguintes:
1. Cavidade bucal – Superfície oca entre os maxilares, semelhante a um
copo de liquidificador. É o local onde se encontram a língua, os
dentes, as gengivas, e onde desembocam os líquidos digestivos
produzidos pelas glândulas salivares. As primeiras fases mecânicas e
químicas do metabolismo digestivo são realizadas nesta cavidade.
2. Língua – Órgão muscular situado no interior da cavidade bucal que,
por possuir diversos músculos de contração voluntária, tem a função
idêntica à de uma pá na movimentação do alimento para a faringe e o
esôfago.
3. Faringe – Assemelhando-se a um funil, é um tubo músculo- membranoso,
situado atrás do nariz, da boca e da laringe, cuja extensão varia por
um lado até o crânio e por outro até encontrar-se com o esôfago.
Comunica-se com o ouvido através de um canal denominado trompa de
Eustáquio.
4. Esôfago – Canal semelhante a uma tubulação de água no qual o
alimento projeta-se partindo da faringe até alcançar o estômago. Mede
aproximadamente 22 cm.
5. Cárdia – Abertura similar a uma válvula, existente no término do
esôfago e início do estômago. Iniciada a digestão gástrica, ela se
fecha auxiliando o funcionamento físico e químico do estômago. Não é
considerada um órgão individual, mas apenas uma parte do estômago.
6. Estômago – Órgão em formato de bolsa situado do lado esquerdo do
abdômen. Suas paredes possuem quatro túnicas, a saber: mucosa,
submucosa, muscular e serosa. Dentro do estômago existem diversos
orifícios através dos quais um grande número de ínfimas glândulas
liberam secreções a serem utilizadas nos processos digestivos. Há duas
espécies básicas: glândulas de muco, que preparam a mucina (líquido
lubrificante das paredes gástricas), e as glândulas de pepsina,
produtoras do muco gástrico, cuja função principal é metabolizar alguns
tipos de alimentos – proteínas e lactose. São três os princípios ativos
encontrados no suco gástrico: a pepsina, o lab-fermento e o ácido
clorídrico.
7. Piloro – Passagem circular do estômago ao duodeno contendo um anel
muscular que a mantém sempre fechada, abrindo-se somente quando os
alimentos metabolizados no estômago são enviados ao intestino delgado.
8. Intestino delgado – É dividido em três partes: duodeno, jejuno e
íleo.
a. Duodeno – Primeira porção do intestino delgado, que se inicia no
piloro e mede de 20 a 25 cm de comprimento. Está relacionado ao fígado
e pâncreas através dos canais denominados colédoco e pancreático
respectivamente. É a parte mais fixa do intestino.
b. Jejuno – Compreende a porção intermediária do intestino delgado, e
estende- se do duodeno ao íleo.
c. Íleo – Corresponde à porção final do intestino delgado,
estendendo-se até o intestino grosso.
Na estrutura interna do intestino delgado são encontradas pequenas
glândulas que fabricam um liquido chamado suco entérico. Além destas
glândulas entéricas, nota-se também a presença de vilosidades e
microvilosidades, cuja função é a de absorver os nutrientes digeridos
no intestino e lançá-los na corrente sanguínea.
O suco entérico é composto de erepsina, que desdobra ou digere as
proteínas; de maltase, que desdobra a maltose; de sacarose, que
desdobra a sacarose; e de lactose, que desdobra a lactose.
9. Ceco – Grande bolsa de fundo cego situada no término do intestino
delgado e no início do intestino grosso.
10. Apêndice – Pequena projeção do intestino, existente abaixo do
ceco, ligada ao intestino grosso na parte inferior do cólon ascendente,
cuja finalidade no organismo é semelhante à de um dreno de instalações
hidráulicas, ou seja, apenas reter sujeiras e restos alimentares.
Qualquer inflamação nesse órgão recebe o nome de apendicite.
11. Cólon ascendente – Porção do intestino grosso que começa no ceco e
termina no ângulo hepático.
12. Cólon transverso – Parte do intestino grosso entre o ângulo
hepático e o ângulo esplênico.
13. Cólon descendente – Porção do intestino grosso que se inicia no
ângulo esplênico e limita-se ao cólon sigmóide.
14. Cólon sigmóide – Parte final do intestino grosso, onde se inicia o
reto.
15. Reto – Secção inferior do intestino grosso, que tem seu início na
região denominada flexura sigmóide, e se estende até o orifício anal.
Recebe este nome por tratar-se de um canal retilíneo.
16. Baço – Órgão abdominal localizado imediatamente abaixo do
diafragma, do lado esquerdo. É o maior órgão linfático do organismo e
funciona também como um acumulador de energia para o corpo humano.
17. Pâncreas – Glândula alongada de secreção externa e interna,
localizada na parte superior e posterior do abdômen, tendo em média de
15 a 20 cm de comprimento. Seu lado direito (cabeça) está conectado ao
duodeno; seu lado esquerdo (cauda) localiza-se bem próximo ao baço.
Produz um líquido límpido e incolor chamado suco pancreático, que é
lançado no duodeno através dos canais pancreáticos, a fim de serem
aproveitados os elementos nutricionais das proteínas, gorduras e
carboidratos.
18. Vesícula biliar – Pequena bexiga músculo-membranosa semelhante a
uma pêra, situada na parte inferior do fígado, no lobo direito. Tem
como funções o acúmulo, a mucificação e a excreção da bile.
19. Fígado – É a maior glândula do organismo, pesando em média 1750 g
em adultos. Segrega a bile, cujo armazenamento é feito na vesícula
biliar. Segundo a necessidade, o fígado fornece esta substância de cor
amarelo- esverdeado (pela presença de bilirrubina e a biliverdina), que
é usada para dissolver as gorduras ingeridas como alimento.

Fisiologia da Digestão

Mencionamos anteriormente que na cavidade bucal ocorre a primeira
parte do processo digestivo no organismo, que somente termina com a
eliminação total dos resíduos alimentares na forma de fezes ou
excreções intestinais. Todavia, não podemos deixar de abordar que o
cérebro é o primeiro veículo de informações digestivas, pois antes
mesmo de um alimento ser ingerido, ou através de um simples olhar,
diversos atos mecânicos e químicos são constituídos. Isso possibilita
a formação do fenômeno conhecido popularmente por “água na boca”.
Começa nesta fase o trabalho dos órgãos digestivos.
Quando o alimento é levado à boca, vários outros desses atos
mecânicos ocorrem desde a cavidade bucal, passando pelo esôfago,
estômago e chegando aos intestinos. Esses fenômenos recebem os
seguintes nomes: preensão, mastigação, deglutição e movimentos de
contrações musculares em ondas, também chamados peristaltismo. Esses
movimentos peristálticos, que de todos os atos mecânicos são os mais
importantes, atuam no alimento desde o esôfago até a sua saída em
forma de excreções fecais. Consistem em estreitamentos e encurtamentos
dos canais do tubo digestivo, que impelem as substâncias alimentares a
cada órgão subseqüente. Não podemos deixar de enfocar dentro destes
aspectos o valor da mastigação. O professor A. Balbach define este ato
mecânico, que depende da vontade humana, da seguinte maneira: “Um
alimento, quando bem mastigado, fornece ao organismo duas vezes mais
elementos nutritivos do que quando mal mastigado. Assim, se mastigamos
bem, podemos saciar a fome com a metade dos alimentos necessários do
que quando mastigamos mal.” – A Flora Nacional na Medicina Doméstica,
vol. 1, pág. 110.
A fim de que o alimento seja transformado em partículas, e
posteriormente em energia vital para o organismo, ocorrem nele mutações
químicas conhecidas como atos químicos da digestão. Associam-se
mutuamente neste objetivo:
– Saliva – Portadora da ptialina e formada pelas glândulas parótidas,
sublinguais e submandibulares.
– Suco gástrico – Distribuído pelas glândulas pépticas, contendo as
enzimas da pepsina, lab-fermento e ácido clorídrico.
– Suco entérico – Produzido pelas glândulas entéricas com as suas
respectivas enzimas: erepsina, maltase, sucrase e lactose.
– Suco pancreático e bile – Formados no pâncreas e no fígado
respectivamente. Possuem as seguintes enzimas: esteapsina, tripsina e
amilopsina. (Observação: o suco biliar não possui fermentos.)
Os grupos de alimentos dissolvidos são levados a todas as partes do
organismo através da corrente sanguínea, sendo usados para incontáveis
funções orgânicas, o que resulta em vitalidade e proteção contra um
cabedal elevado de doenças, parasitárias ou não, que tanto assolam a
humanidade. É cabível e oportuno afirmar que o processo digestivo
constitui-se parte importantíssima do bem-estar físico e mental do
homem.
Observe o quadro 3.1. Estude-o atentamente.
Órgãos – Glândula(s) – Sucos Digestivos – Principais Fermentos –
Alimentos Digeridos – Produtos Desdobrados
1. Boca – salivares – saliva – ptialina – amido – dextrina + açúcar
2. Estômago – pépticas – suco gástrico – pepsina lab-fermento ác.
Clorídrico – proteína leite – aminoácidos (coagulação)
3. Intestino – entéricas – suco entérico – erepsina maltase sacarose
lactose – proteína maltose sacarose lactose – aminoácidos dextrose
dextrose + levulose dextrose + galactose
pâncreas – suco pancreático – esteapsina tripsina amilopsina – gordura
proteína amido – glicer. + ác. gordur. Aminoácidos dextrose + levulose
fígado – bile – gordura – (emulsiona)

B. APARELHO URINÁRIO

Dentro do conjunto de terapias naturais o aparelho urinário recebe
destaque importante, tanto para a manutenção da saúde como para a
recuperação geral dos órgãos enfermos, se bem que em proporções
menores do que as do aparelho digestivo. Por tratar-se também de um
sistema com funções de produção, filtração e excreção de substâncias
químicas e alimentares, possui características essenciais ao bom
funcionamento dos mecanismos de defesa da maquinaria humana.
Basicamente o aparelho urinário é subdividido em rins, ureteres,
bexiga e uretra. No homem há mais um órgão que complementa de maneira
indireta o trabalho desse aparelho – a próstata.
Relacionaremos algumas anomalias do aparelho urinário:
– Anúria – Falta de secreção da urina
– Polaciúria – Micção anormal freqüente
– Hematúria – Presença de sangue na urina
– Piúria – Presença de pus na urina
As funções básicas de cada órgão são as seguintes:
1. Rins – Órgãos glandulares do sistema urinário que, por possuírem
atividades de filtração e de excreção de resíduos, elaboram urina.
Qualquer insuficiência destas duas glândulas “gêmeas”, em expelir
toxinas, é conhecida como uremia.
2. Ureteres – Dois canais longos e estreitos existentes nas saídas dos
rins, usados para o transporte de urina à bexiga. Sua inflamação recebe
o nome de uretrite.
3. Bexiga – Órgão oco com as características anatômicas da vesícula
biliar, cuja função é de reservar urina. Recebe o nome de cistite
qualquer inflamação deste órgão.
4. Uretra – Orifício condutor da urina. Sai do colo da bexiga até o
ponto no qual essa substância é eliminada pelo meato uretral externo.
No homem mede de 22 a 25 cm de comprimento, e na mulher cerca de 4 cm.
É formado por três segmentos: prostático (onde se localiza a
próstata), membranoso e esponjoso.
5. Próstata – Órgão formado por tecidos glandulares e musculares,
exclusivo do sistema urinário masculino, situado no início da uretra.
Funciona como uma válvula para não permitir a entrada de
espermatozóides na urina (espermatúria), e, no caso da ejaculação,
impede a mistura de urina junto aos espermatozóides.

C. APARELHO RESPIRATÓRIO

Para introdução do estudo básico relacionado ao aparelho
respiratório, novamente citaremos algumas palavras do professor A.
Balbach, vinculadas à importância do ar para a vida humana e animal:
“A saúde depende da respiração. Privado de ar, o pulmão é como uma
pessoa faminta que não tem o que comer. A morte sobrevém dentro de
dias se o estômago não recebe alimento, e dentro de pouquíssimos
minutos se o pulmão não recebe ar puro.
“O ar atmosférico é uma mistura gasosa que contém 78% de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, como o argônio, o gás
carbônico, o neônio, o hélio, o criptônio e o xenônio. O azoto, como
seu próprio nome indica, não toma parte nos fenômenos respiratórios. O
oxigênio, todavia, é indispensável à vida do homem, dos animais e das
plantas.” – A Flora Nacional na Medicina Doméstica, vol. 1, pág. 125.
Perguntamos: se o ar é tão importante à vida humana, como enfocou o
renomado escritor, qual é a importância que devemos dar ao aparelho
respiratório na profilaxia e eliminação de doenças? Sem dúvida alguma a
mais conscienciosa possível, pois do bom funcionamento deste aparelho
depende a recuperação e a prevenção de inúmeras doenças, muitas delas
ligadas ao aparelho digestivo. A seguir dedicaremos algumas
considerações parciais sobre o sistema respiratório.
1. Fossas nasais – Aberturas situadas no centro da face, cujas funções
são de aquecer e umedecer o ar inspirado, e ainda purificá-lo de
múltiplas impurezas. São semelhantes a um sistema de filtração
pneumático usado em equipamentos de ar comprimido.
2. Traquéia – Tubo formado por membranas e cartilagens, que se estende
da extremidade inferior da laringe até os dois grandes brônquios,
pertencentes também ao aparelho respiratório.
3. Brônquios – São considerados os ramos primários da traquéia.
Encontram-se com os pulmões através dos bronquíolos, ramificando-se no
interior dos mesmos. Servem de aerodutos para o ar inspirado.
4. Bronquíolos – Ramificações menores dos brônquios, podendo atingir
em média 1 mm de diâmetro.
5. Pulmões – São os órgãos mais importantes do aparelho respiratório,
nos quais o sangue venoso é oxigenado pelo ar inspirado. É a usina
aeróbica que fornece oxigênio para todas as células do organismo.
Estão localizados na cavidade torácica, sendo revestidos externamente
por uma membrana serosa identificada como pleura.

D. SISTEMA EPITELIAL

A superfície do corpo está envolvida por um órgão extremamente
complexo denominado pele. Seu peso corresponde a aproximadamente 16% do
peso corporal, e sua superfície cutânea, flexível e contínua, mede
cerca de 1,5 a 2 m2, no adulto: Constitui-se basicamente de epiderme
(a parte superficial), derme (camada cutânea) e hipoderme (região
subcutânea).
A coloração da pele depende de três fatores fundamentais:
1. A coloração própria da epiderme, que varia de acordo com a sua
espessura.
2. Do grau de irrigação sanguínea.
3. De alguns pigmentos primários, entre os quais a melanina, a
hemoglobina e o caroteno.
Graças ao trabalho variado de cada parte do organismo, encontramos
em toda a extensão deste sistema diversos tipos de tecidos com suas
inúmeras estruturas. Elas contribuem para o bem-estar físico dos
indivíduos, ajudando-os a desenvolver todas as funções pré-determinadas
pelos mecanismos genéticos.
Na seqüência detalharemos as principais funções da pele:
Proteção – Semelhante ao invólucro de uma fruta, a pele possui a
finalidade de proteger os órgãos internos contra as impurezas externas,
mantendo- os com saúde. Além disso, por possuir componentes protetores,
como por exemplo o colágeno, garante a resistência e flexibilidade no
caso de traumatismo.
Equilíbrio térmico – Para promover o equilíbrio térmico do corpo
contamos no sistema epitelial com a atuação das glândulas sudoríparas,
também denominadas, de acordo com suas funções, de écrinas, apócrinas
e sebáceas. As primeiras são mais específicas no trabalho de regulação
térmica; enquanto as segundas, juntamente com o suor, possuem ação
bactericida. Quando as glândulas sudoríparas não desempenham bem suas
tarefas, aparecem no corpo fenômenos denominados caumestesia (calor
excessivo) e isquidrose (ausência de suor).
NutriÇão – Pode parecer estranho ao leitor a afirmação de que a
pele atua como via nutricional dos demais órgãos, pois quando pensamos
em nutrição, logo nos vem à mente o uso oral dos alimentos com seus
complexos vitamínicos. Porém, diversas experiências médicas
comprovaram a ação da pele como órgão de assimilação. A primeira
experiência de que se tem registro na Bíblia foi a de Isaías com o rei
Ezequias (600 a.C.), quando o profeta orientou o monarca a colocar em
sua ferida uma porção de pasta de figos, aplicando o que hoje é
chamado tecnicamente de cataplasma. Centenas de anos mais tarde, vários
pesquisadores descobriram dois fatores essenciais para a concretização
desse relato histórico: a função do fruto como cicatrizante e alguns
mecanismos neurológicos existentes no corpo humano, atuantes nesse tipo
de tratamento dermatológico.
A Naturoterapia ou Medicina Alternativa (ciência que estuda a cura
das doenças utilizando-se ao máximo dos recursos oferecidos pela
Natureza, tanto no organismo do homem como em seu ambiente), já
realizou várias experiências farmacológicas naturais através desta
ação da pele. Uma das que podemos antecipar, haja vista que vamos
abordar mais detalhadamente este assunto no próximo capítulo, é a de
uma senhora que nos procurou com um edema no braço direito, de origem
renal. Depois de 28 anos tinha limitação total dos movimentos nesse
braço, possivelmente atrofiado. Após cinco dias aplicando cataplasmas
de abóbora crua ralada (2 vezes ao dia, 2 horas cada), simplesmente
apareceram alguns movimentos cadenciados e um amolecimento visível do
edema. Este processo, segundo a ciência dermatológica, pode ser
chamado absorção epitelial. Outras informações práticas forneceremos
no capítulo citado.
EliminaÇão de toxinas – Quando surpreendidas por dermatoses, as
pessoas preocupam-se muito com os incômodos produzidos. Isto é
aceitável e natural; contudo, muitos não sabem que as diversas
enfermidades epiteliais indicam deficiências orgânicas, quer
vitamínicas, protéicas ou de outra origem. Sem esses fenômenos de
efeitos desintoxicantes, o comprometimento interno seria bem maior. Um
dos exemplos mais conhecidos é a deficiência da vitamina B5 (niacina),
que dá origem à pelagra, doença caracterizada pela formação de eritemas
e queimação da pele do pescoço, punho, braços, pernas etc.
A eliminação de toxinas através da pele pode ser percebida também
quando um enfermo submete-se a tratamentos naturopáticos de
desintoxicação. Ocorrem então mudanças epiteliais, decorrentes da
limpeza dos órgãos digestivos, urinários e respiratórios. Entretanto,
vale a pena salientar que não é necessário que em todos os casos de
desintoxicação surjam tais alterações superficiais. Na verdade,
existem outros órgãos que juntamente com a pele funcionam como
promotores da higiene orgânica, conforme mencionamos anteriormente.
O processo da eliminação de toxinas pelas camadas epiteliais está
relacionado também à eliminação de água, não perceptível a olho nu,
denominado perspiratio insensibilis. Ou seja, é um microprocesso
respiratório existente na pele, insensível a todos, mas que muito nos
ajuda na limpeza, excreção e nutrição epitelial.
Embelezamento – Além das funções citadas, a pele tem também a
finalidade de embelezar o corpo humano, dando-lhe finíssimo acabamento
em todas as partes, desde as mais ásperas até as mais sensíveis. É
tida como o revestimento do homem.

4 – TROFOTERAPIA

Dentre todas as necessidades fisiológicas do ser humano, não há
nenhuma outra que forneça tanto prazer e mantenha o corpo em condições
tão favoráveis de trabalho como a boa alimentação. Nada pode
substituir o desejo de receber dos alimentos algo que possa superar a
sensação da fome. Isso não acontece por acaso. Será que existem outras
motivações que possam ser consideradas mais importantes na relação das
necessidades básicas do homem? É óbvio que não. Mas o ser humano, pelo
fato de não compreender corretamente as leis naturais da Nutrição –
qualidade, quantidade, harmonia e adequação – estabeleceu infinitas
divisões e várias pseudoconclusões no quadro alimentar da mais completa
e complexa ciência terapêutica – a TROFOTERAPIA.

A. LEIS DA NUTRIÇÃO

Para que o leitor compreenda de modo mais amplo as leis
supracitadas, teceremos alguns comentários objetivos sobre estas
regras, cuja finalidade é ajudá-lo a entender como é indispensável o
respeito para com as leis alimentares.

1. Qualidade

Com a estrutura capitalista existente atualmente no mundo, comprar
alimentos mais baratos está sendo o objetivo de muitos. Mas é preciso
esclarecer que não devemos trocar a qualidade pelo preço. Quando
usamos alimentos em condições impróprias ou mal preparados, aparecem
em nosso aparelho digestivo resíduos tóxicos provenientes de
fermentações e putrefações, que empobrecem o sangue e promovem doenças
e febres intestinais. Conseqüentemente, dá-se a formação de um
ambiente propício ao desenvolvimento de grupos parasitários ou
“microinquilinos” – comumente conhecidos pela sociedade moderna como
Giardia lamblia, Entamoeba histolitica, Ascaris lumbricoides,
Enterobius vermiculares etc. O intuito econômico de trocar a qualidade
de um alimento por seu preço é, sem dúvida alguma, um dos meios mais
eficazes de se enriquecer a indústria farmacêutica.

2. Quantidade

Diversos sociólogos são categóricos em afirmar que o homem moderno
é um glutão. Nada temos a dizer contra esta definição, pois podemos
comprová-la a qualquer momento de nossa vida. Para isso basta
visitarmos um restaurante ou uma lanchonete na hora do “rush
alimentar”, e testemunharemos esta verdade incontestável.
Ao comermos demais, ou seja, ao ultrapassarmos o limite individual
de necessidades nutricionais, sobrecarregamos nossos órgãos digestivos
e produzimos neles um aumento de circulação sanguínea. Isso os
debilita, inutilizando-os para as relevantes funções digestivas a que
foram pré-determinados. Embotamos também nosso cérebro – centro
informático de todas as funções orgânicas – e o fígado, que, em
conjunto com as demais glândulas, é o principal responsável pela
produção laboratorial do organismo. “Muitos vivem para comer e não
comem para viver”, é o dito popular.
Além disso, outro aspecto nutricional pode ser considerado: ainda
que comamos pouco de um determinado alimento de nossa preferência, mas
o comemos todos os dias, estamos transgredindo esta lei da mesma
maneira que as pessoas acostumadas a comer quantidades exageradas de
alimentos a transgridem. Por exemplo: se ingerimos arroz com feijão
todos os dias, durante certo período, sua absorção pelo organismo não
será tão eficiente, devido a fenômenos metabólicos resultantes da
falta de variação alimentar.
Nota: não confundir o período de tempo acima estabelecido com
aqueles que são planejados nos programas dietoterápicos naturistas. No
segundo caso, apesar de haver em alguns horários prazos que variam de
10 a 20 dias de um mesmo alimento, os naturólogos mais experientes
preocupam-se com a rotatividade alimentar em outros programas
dietéticos. Isso evita perdas nutricionais decorrentes dessa
transgressão.

3. Harmonia

Esta terceira lei da Nutrição é também chamada compatibilidade
alimentar. É essencialmente importante à boa saúde, pois vários são os
alimentos que não combinam entre si quando ingeridos em uma mesma
refeição. Tais misturas produzem dispepsias gástricas, reações
fermentativas e desarranjos intestinais. Por exemplo: ao misturarmos
em uma refeição frutas com hortaliças, associam-se em nosso aparelho
digestivo enzimas e ácidos incompatíveis, que impedem a digestão e a
absorção dos nutrientes contidos nesses alimentos, dificultando todo o
processo de assimilação. Deste modo, afirmamos terminantemente: frutas
não combinam, ou melhor, não se harmonizam com hortaliças. As exceções
e demais combinações poderão ser estudadas ainda neste capítulo, no
tópico intitulado Compatibilidade Alimentar Básica.

4. Adequarão

Esta norma dietética refere-se ao uso dos alimentos de acordo com a
região produtora e o período da safra. Ou melhor, é necessário que se
conheça o mínimo das características técnicas relacionadas ao solo que
os produziu, bem como as condições climáticas de produção. As
atividades mentais e físicas dos indivíduos também devem ser
consideradas. Por exemplo: é muito comum no Brasil comermos alimentos
oleaginosos – nozes, castanhas, amêndoas etc – em épocas quentes do
ano, apenas porque encontramos na televisão filmes e documentários
mostrando os europeus utilizando-se desses frutos em pleno rigor do
inverno. Isto é falta de adequação alimentar. E, muitas vezes, não nos
contentamos somente em transgredir esta lei nutricional, mas ainda
exageramos na quantidade, e a segunda norma também é violada.
Outro fator interligado à adequação é o uso indiscriminado de
alimentos, mesmo saudáveis, sem consideração para com os tipos de
atividades profissionais desenvolvidas pelos indivíduos. As
substâncias alimentares podem e devem adaptar-se às necessidades
orgânicas de cada um. A todas as conclusões aqui mencionadas dá-se o
nome de Adequação.

O que é trofoterapia?

Há centenas de anos um homem chamado Hipócrates, que mais tarde
recebeu o título honorífico de “pai da Medicina”, disse uma frase tão
profunda em sabedoria que nem ele mesmo conseguiu compreender toda a
extensão de suas palavras: “Que o teu alimento seja o teu remédio, e o
teu remédio seja o teu alimento.” Ficava fundamentada, através deste
conselho didático, a mais importante ciência terapêutica conhecida em
todos os tempos.
A palavra Trofoterapia é formada etimologicamente pela união do
prefixo grego TROFO, que significa alimentação ou nutrição; e do sufixo
latino TERAPIA, que significa tratamento. Fica então definido o termo:
tratamentos pela alimentação.
No entanto, muito mais que a justaposição de dois termos
lingüísticos é o que ela consegue realizar no combate às enfermidades,
quando o seu leme é sabiamente dirigido e os seus conceitos básicos
são plenamente respeitados.
A trofoterapia visa estudar e proporcionar ao homem recursos
naturais contra as doenças, transmissíveis ou não, que nos dias atuais
aterrorizam nosso planeta. Em termos mais amplos, podemos afirmar que
no caso de uma bronquite (inflamação dos brônquios), deve-se utilizar
o abacaxi (Ananas sativus), que possui uma enzima proteolítica chamada
bromelina, com ação expectorante e analéptica (tônica muscular); ou a
cebola (Allium cepa), que por possuir alicina e ácido sulfuroso de
alho, atua eficazmente na Medicina Natural como bactericida e
antiinflamatória. No caso de uma gastrite ou úlcera gástrica pode-se
utilizar a batata-inglesa (Solanum tuberosum) crua ou cozida (nunca
frita), que, por conter solanina, agente ativo das solanáceas, é usada
para inibir a ação dos ácidos digestivos no estômago, evitando assim
irritação da mucosa.
Para os diversos tipos de enfermidades existe um quadro infinito de
alimentos capazes de, se usados adequadamente e dentro de um padrão
técnico satisfatório, prevenir e curar as doenças que de maneira
impiedosa destroem a felicidade humana.
Em síntese, Trofoterapia é a ciência dietética que, utilizando-se
de alimentos simples e naturais, regula as funções orgânicas de um
indivíduo e normaliza o funcionamento dos seus órgãos enfermos, sem
produzir os efeitos colaterais negativos que comumente conhecemos em
muitas técnicas terapêuticas. Não esqueçamos, todavia, que para
alcançarmos os mais surpreendentes resultados é preciso que a usemos
sabiamente.

B. VALORES TROFOTERÁPICOS DOS ALIMENTOS

Estamos abordando neste capítulo que a Trofoterapia é indicada para
substituir inúmeros medicamentos farmacêuticos e outras formas
“milagrosas” inventadas pelo homem. Contudo, a fim de que esta
substituição aconteça harmonicamente, é necessário que os valores
trofoterápicos de cada alimento sejam considerados em função das suas
virtuosas substâncias trofoterápicas, ou de seus princípios ativos
mais comuns (estudados no tópico seguinte). Sua composição química –
vitaminas, proteínas, gorduras, sais minerais etc – também é
importante.
Os principais valores trofoterápicos com os seus respectivos
alimentos são:
– Abstergentes – Vegetais usados para limpar ferimentos: limão,
cebola, agrião, banana, figo, mamão etc.
– Adstringentes – Usados para contrair tecidos: agrião, chicória,
maçã, romã, jaca etc.
– Alcalinizantes – Possuem a propriedade de reduzir a acidez
sanguínea: cebola, pepino, tomate, melancia, melão, laranja, pêra etc.
– Analépticos – Restauram as forças (tônicos): cenoura, abóbora,
couve, abacaxi, maçã, mel, soja etc.
– Anódinos – Mitigam e aliviam dores: batata-inglesa, tomate,
carambola, laranja etc.
– Antianêmicos – Combatem ou evitam a anemia: abacaxi, banana, uva,
beterraba, melado, lêvedo de cerveja etc.
– Antiartríticos – Usados contra a artrite: azeitona, coco, morango,
espinafre, cebola, pepino, batata-inglesa etc.
– Anticancerígenos – Previnem ou curam o câncer: uva, pêssego, tomate,
repolho, agrião, mamão, maxixe etc.
– Anticatárticos – Combatem a diarréia: abóbora, alcachofra, goiaba,
manga, maçã etc.
– Anticloróticos – Têm aplicação contra a clorose (tipo de anemia
relacionada com peculiaridade à mulher, que imprime à pele uma
coloração amarelo- esverdeada): beterraba, noz, uva, cenoura etc.
– Antidiabéticos – Usam-se contra os diabetes: alface, agrião, cebola,
maçã, mamão, pêssego etc.
– Antieméticos – Combatem o vômito: aspargo, jenipapo, cidra, limão
etc.
– Antifebris – Usados contra a febre: laranja, limão, melancia etc.
– Antifiséticos – Eliminam gases: cenoura, abacate, melancia etc.
– Antiflogísticos – Combatem inflamações: abóbora, repolho, banana,
melão, limão, figo etc.
– Antigripais – Combatem a gripe: laranja, limão; cebola, alho,
acerola, goiaba etc.
– Anti-helmínticos – Expulsam vermes intestinais: coco, couve,
cenoura, sementes de mamão, de melão e de abóbora etc.
– Antilíticos – Evitam ou dissolvem cálculos (pedras): tangerina,
maçã, melancia etc.
– Antiobésicos – Eliminam gorduras desnecessárias: abacaxi, limão,
laranja, melancia etc.
– Antipiróticos – Usados contra queimaduras: abóbora, mel, batata-
inglesa, banana (casca ou folhas) etc.
– Anti-risêmicos – Combatem as rugas: pepino, alho, feijão-branco,
manga, coco etc.
– Béquicos – Usados contra a tosse: jaca, maçã, manga, mel etc.
– Cardiotônicos – Tonificam o coração: figo-da-índia, alface, agrião,
beterraba, cebola, mel, maçã, aspargo etc.
– Colagogos – Usados para produzir fluxo biliar: acelga, berinjela,
agrião, melão, mamão etc.
– Diaforéticos – Estimulam a sudorese: salsa, cebola, figo maracujá
(chá quente das folhas de ambas as frutas) etc.
– Emenagogos – Promovem a regularização do fluxo menstrual: melão,
cenoura, couve, salsa etc.
– Estípticos – Usados contra as hemorragias: cebola, banana manga etc.

C. SUBSTÂNCIAS TROFOTERÁPICAS (PRINCIPAIS)

É classificado como substância trofoterápica todo e qualquer agente
químico alimentar com propriedades de revitalizar as funções
bioquímicas e biomecânicas do corpo humano.
A seguir relacionaremos uma lista de alimentos com suas respectivas
substâncias trofoterápicas. Antes, porém, informamos que as frutas,
verduras e cereais possuem outros princípios ativos não mencionados,
que possibilitam sua aplicação terapêutica para incontáveis aplicações
trofoterápicas.

Frutas

Abacate – Abacatina: substância oleosa com propriedades nutritivas e
hidratantes da pele. Usada também contra artrite e gota.
Abacaxi – Bromelina: enzima proteolítica, ou seja, que auxilia na
hidrólise das proteínas. É usada como expectorante e analéptica. É
eficaz contra bronquite, artrite e obesidade.
Água-de-coco – Rica em sódio, cloro e potássio, minerais essenciais à
vitalização da pele e ao bom funcionamento intestinal e hepático. Suas
propriedades medicamentosas básicas relacionam-se ao aumento da
colicistocinina, hormônio produzido na mucosa intestinal, auxiliador
dos movimentos vesiculares.
Amêndoas – Amandina: proteína reconstituinte dos tecidos com grande
aplicação no combate às anemias. Seu óleo é usado como emoliente
tópico.
Amendoim – Araquina: principal substância dos ácidos graxos do
amendoim. Cura algumas síndromes ocasionadas pela carência desses
ácidos no organismo.
Azeitona – Oleína: principal componente do óleo de oliva, que é
aplicado contra as dores reumáticas, otites, úlceras estomacais e na
tuberculose.
Banana – 1. Potássio: além de outras funções, esse mineral tem ação
diurética. É importante nos casos de pressão baixa. 2. Serotonina: é
calmamente e induz ao sono. Atua no cérebro auxiliando na produção de
endorfinas, os chamados “hormônios da alergia”.
Caju – Cardol: óleo contido na casca do caju com propriedades
altamente corrosivas; é anti-séptico e vermífugo. Atua no combate à
lepra, ao eczema e à psoríase.
Caqui – Ácido urônico: presente nas pectinas dessa fruta na proporção
de 75%. Esta substância suaviza as irritações das mucosas digestivas e
refresca a pele.
Coco – Potássio: mineral de suma importância para o sistema muscular,
especialmente aos músculos cardíacos. É diurético e encontra-se também
em abundância na banana.
Figo – Fissina: enzima proteolítica (que auxilia na divisão molecular
das proteínas), cuja função é semelhante à da bromelina contida no
abacaxi e a da papaína no mamão. Tem aplicação prática contra
lombrigas e oxiúros.
Goiaba – 1. Ácido pantotênico: faz parte do complexo vitamínico B,
grupo de nutrientes que atuam na pele, nervos e olhos. 2. Colina: atua
como protetora do fígado, impedindo o acúmulo de gorduras nessa
glândula; seus efeitos são conhecidos como lipotrópicos.
Jaca – Jacalina: em estudos realizados na universidade francesa de
Montpellier, pesquisadores descobriram que esta substância tem
capacidade de bloquear a ação avassaladora do HIV, vírus causador da
Aids. Sua função é a de atuar nos linfócitos, aumentando as atividades
dessas células.
Laranja – 1. Ácido ascórbico (vitamina C): nutriente vitamínico com
ação hematopoiética, ou seja, necessário à formação do sangue. 2.
Hesperidina: pigmento avermelhado e rugoso. 3. Limoneno: encontra-se no
óleo essencial contido na casca. Em associação, esses agentes
trofoterápicos chamados bioflavonóides são antiinflamatórios das
articulações e reconstrutores dos vasos sangüíneos causadores de
varizes.
Limão – Rutina (vitamina P): é indicada contra varizes. 2. Espiridina:
combinada com a vitamina C, essa substância atua favoravelmente nos
vasos capilares. Por esta razão, o limão também é indicado contra os
cânceres de pele. O azedo característico do fruto é proveniente da
azardacina, muito útil contra os insetos e o mau cheiro característico
das axilas. 3. Limoneno: é responsável pelo aumento da produção de
enzimas do corpo, capaz de combater com mais eficiência as células
cancerígenas.
Maçã – 1. Ácido málico: substância fundamental à tonicidade cardíaca.
2. Pectinas: possuem propriedades medicinais antidiarréias.
Mamão – Papaína: enzima proteolítica antidispéptica, ou seja, age
contra a má digestão das proteínas. É possuidora de alto valor
biológico, sendo usada também contra processos inflamatórios internos
e externos.
Manga – 1. Carboidratos: são os produtores de energia para o corpo
humano. Sua ação organoléptica é altamente destacável. 2. Terebintina:
componente do óleo essencial da mangueira, sendo útil no combate às
doenças pulmonares e erupções da pele.
Maracujá – Passiflorina: imprescindível contra doenças do sistema
nervoso.
Melancia – Cucurbitina: usada como hipotensora, tem também efeitos
magníficos contra doenças renais e febre intestinal.
Melão – Celulose: indicada contra prisão de ventre devido ao seu alto
teor de matérias fibrosas.
Morango – 1. Salicilatos: são usados como bactericidas e analgésicos.
Eis a razão se usar o morango contra dores artríticas, como comprovou
por diversas vezes o cientista Lineu, que sofria dessa enfermidade. 2.
Ácido elárgico: apesar da pequena proporção encontrada nessa fruta,
este ácido tem aplicação eficaz contra alguns tipos de câncer.
Pêra – Ácido clorogênico: é considerado pelos pesquisadores como um
antioxidante de primeira linha, ou seja, impede o desenvolvimento das
células cancerígenas.
Uva – 1. Glicose: além de possuir elevado valor energético, tem
propriedades diuréticas recomendáveis aos que sofrem de pressão alta e
obesidade. 2. Ácido elárgico: retira do organismo todas as impurezas
celulares causadoras de câncer.

Hortaliças

Abóbora – Globulina: substância protéica usada como corticóide
natural, atuante na cicatrização epitelial e na flexibilidade e
movimentação musculares.
Alcachofra – 1. Inulina: polissacarídeo de alto valor energético e com
propriedades diuréticas. 2. Cinarina: responsável pelo alto poder de
digestibilidade encontrado na hortaliça. Ajuda na eliminação de toxinas
quer por via intestinal ou renal.
Agrião – 1. Isoticianato de alilo: óleo essencial responsável pelo
cheiro característico do vegetal. É estimulante da produção de bile e
suco gástrico. 2. Mirosina: enzima que, atuando junto com outras
substâncias, produz o gosto amargo medicinal. 3. Sulfato ácido de
potássio: atua como diurético e anti- séptico. A associação destas
substâncias confere ao agrião o benemérito título de expectorante.
Alface – Lactucina: atua de maneira hipnótica contra enfermidades
nervosas. É um calmante de primeira ordem.
Alho – Alicina: princípio antibacteriano sulfuroso indicado no combate
às doenças crônicas infecciosas. Sua ação antitumoral também é
comprovada.
Aspargo – Asparagina: catalisada pelo fígado através da enzima
asparaginase, possui ação antileucêmica e atua também como desodorante
renal.
Batata-Inglesa – Solanina: enzima inibidora dos ácidos estomacais.
Esta substância confere à batata-inglesa princípios antiulcerativos e
analgésicos.
Beterraba – Ácido glutárico: composto de um aminoácido chamado lisina.
É importante na formação de anticorpos e na recuperação de doenças
infecciosas.
Brócolis – 1. Ditioltionas: são protetoras das células. Sua
característica principal é a de aumentar a quantidade de enzimas junto
a esses pequenos “tijolos” formadores do corpo. 2. Sulforafenos: são,
juntamente com as ditioltionas, defensores das células que ocorrem no
estômago, intestinos e mamas (inclusive os diferentes tipos de
câncer).
Cebola – 1. Ácido sulfuroso de alilo: presente também no alho, esse
ácido é um poderoso bactericida e anti-séptico. É o principal
responsável por um dos valores trofoterápicos mais conhecidos da
cebola: antibiótico natural. 2. Glucoquinina: é tida como insulina
vegetal; portanto, em suco com outras hortaliças ou ao natural,
controla os diabetes.
Cenoura – Ácido nucléico: atua na síntese ou hidrólise das proteínas.
Permite um melhor aproveitamento dos aminoácidos.
Couve – Iodo: mineral necessário ao bom funcionamento da tireóide e,
por conseqüência, imprescindível à inteligência.
Dente-de-Leão – Taraxina: além de contribuir para a limpeza do sangue,
esse princípio ativo contribui também para que o referido vegetal seja
laxante, diurético, estomáquico, expectorante e colagogo (estimulante
da vesícula).
Maxixe – Zinco: mineral usado contra a anemia e os processos
anaplásticos das células (formação do câncer).
Pimentão – Capsaicina: componente picante do pimentão, com ação
revulsiva quando aplicado topicamente. Internamente atua como tônico
muscular e carminativo na eliminação de gases.
Rabanete – 1. Rafanina: substância encontrada no óleo essencial desta
hortaliça, cujas propriedades bacteriostáticas são freqüentemente
observadas pelos estudiosos da Natureza. 2. Senevol: essência sulfurada
responsável pelo gosto picante do rabanete, muito útil nos desarranjos
digestivos.
Repolho – Fenol: substância produtora do cheiro característico
encontrado no repolho. Possui qualidades desinfetantes e anestésicas.
Repolho-Roxo – Antocianina: glicosídeo de grande importância
terapêutica. É responsável pela coloração roxa.
Rúcula – 1. Mirosina: auxilia na digestão gástrica e intestinal. 2.
Essência sulfurada e nitrogenada: age contra as doenças das vias
respiratórias. Por isso, quando tomado em horários adequados (com o
estômago vazio), o suco dessa hortaliça atua contra a bronquite e a
asma.
Salsa – 1. Apiol: óleo volátil extraído das sementes, dotado de
propriedades cicatrizantes. Atua nas enfermidades hepáticas. 2. Apiina:
usada em pequenas doses é útil contra ausência de menstruação
(amenorréia). 3. Miristicina: é encontrada no óleo essencial e, de
acordo com pesquisas norte- americanas, é um poderoso agente
anticancerígeno.
Tomate – Ácido oxálico: contrariando algumas teorias defendidas no
passado, este ácido, por ser reagente, é usado na Medicina Natural
contra distúrbios renais, entre eles o nefrítico. Quanto ao seu uso em
associação com limão ou vinagre, alguns cuidados devem ser tomados.
Explicaremos este assunto no tópico “Compatibilidade Alimentar
Básica”. Pode ser usado também como anódino (que alivia dores), no
caso de picadas de insetos e animais venenosos.

Alimentos Integrais

Aveia – Betaglucan: componente importante contra o excesso de
colesterol produzido pelo fígado. É ótimo para o coração em doses
moderadas. Estas conclusões foram obtidas através de pesquisas
realizadas na Universidade de Ulm, na Alemanha.
Cevada – Ácido salicílico: encontrado também em outros vegetais,
especialmente no morango, possui efeitos analgésicos. É útil contra
dores provenientes da bursite, artrite e gota.
Germe de Trigo – Tocoferol (vitamina E): nutriente necessário à
reprodução animal. Possui também propriedades antiulcerativas.
Girassol – Heliantina: encontrada nas flores e no caule, é útil para
combater as febres intermitentes, especialmente as produzidas pela
malária. Encontra-se na semente o ácido graxo linoléico, que pode ser
usado contra distúrbios nervosos, mesmo nos casos de esclerose
múltipla.
Lecitina de Soja – 1. Colina: fortalecedora do fígado até mesmo contra
cirrose hepática. Age também contra afecções da pele. 2. Inositol e
fósforo: responsáveis pelo melhor aproveitamento das vitaminas A, D e
E. 3. Serina: aminoácido encontrado em muitos tipos de proteína.
Lêvedo de Cerveja – Ácido fólico: substância essencial ao crescimento
físico dos indivíduos, extraída da fermentação dos alimentos utilizados
na produção de cerveja, através de um microorganismo chamado
Lactobacillus casei, que é pertencente ao grupo dos bacilos não
patogênicos ao homem. Seu uso é indicado nos casos de anemia
megaloblástica. Encontra-se em abundância nos vegetais de folhas
verdes.
Mel – Inibina: substância antibiótica usada no combate à formação de
processos bacilêmicos (presença de bacilos no sangue) produtores das
doenças como o tifo, difteria, lepra, tuberculose etc.
Melado – 1. Colina: remove os depósitos de gordura centralizados no
fígado, conseqüentemente reduzindo o excesso de colesterol. 2. Ferro:
mineral de suma importância no combate à anemia.
Milho – Zeína: proteína de ação energética.
Própolis – Galangina: princípio ativo também encontrado nas plantas
zingiberáceas (cana-do-brejo, cana-de-macaco, galanga etc.), com
propriedades emolientes e antiinflamatórias. É um dos melhores
antibióticos encontrados na Natureza.
Soja – Glicinina: proteína de alto valor biológico com propriedades
terapêuticas contra esgotamento nervoso, desnutrição e enfermidades
diabéticas (neste último caso quando usada com moderação). Possui todos
os aminoácidos essenciais à vida humana.
Trigo – Gliadina e glutenina: substâncias protéicas de qualidades
energéticas, indicadas nos casos de diarréia crônica, de acordo com os
estudos feitos por Dick, Weijers e Van Kamer – pesquisadores
holandeses.

D. COMPATIBILIDADE ALIMENTAR BÁSICA

Por serem dotados de componentes químicos orgânicos, os alimentos
produzem entre si combinações reagentes ou não, conforme mencionamos na
3ª lei da Nutrição – a Harmonia.
São combinações reagentes aquelas provocadas por alimentos cujas
composições químicas, quando associadas a outras, promovem putrefações
gástricas e intestinais, fermentações alimentares, febres digestivas,
flatulências. Tais misturas permitem a entrada de incontáveis parasitas
no organismo. A esses fenômenos dá-se o nome de INCOMPATIBILIDADE
ALIMENTAR.
Por outro lado, são combinações não reagentes as associações de
alimentos que não promovem os distúrbios supracitados, permitindo boa
digestão e melhor aproveitamento dos alimentos. A esses fenômenos
dá-se o nome de COMPATIBILIDADE ALIMENTAR.
Existem entre as sociedades modernas o hábito de se misturar muitos
alimentos numa mesma refeição. Para que o seu conhecimento nutricional
seja ampliado, observe com atenção o quadro 4.1, relacionando-o à sua
dieta cotidiana.

Classificação alimentar básica:

1. Frutas ácidas: abacaxi, caju, tangerina ou mexerica, jabuticaba,
laranja, limão, romã, nêspera, ameixa, cidra, lima, marmelo, acerola
etc.
2. Frutas semi-ácidas: caqui, maçã, maracujá, manga, goiaba, pêra,
pêssego, uva, morango, carambola etc.
3. Frutas doces: banana, figo, mamão, tâmara, cana-de-açúcar etc.
4. Frutas oleaginosas: abacate, amêndoa, castanhas, coco, nozes,
azeitona, avelã etc.
5. Frutas hídricas: melancia e melão.
6. Hortaliças em geral: alface; couve, beterraba, cenoura, repolho,
pepino, agrião, escarola, berinjela etc.
7. Feculentos: aipim (mandioca), batatas, taioba, inhame, mandioquinha
etc.
8. Leguminosas: ervilha, lentilha, amendoim, feijão, soja, grão-de-
bico, tremoço etc.
9. Cereais: arroz, aveia, trigo, centeio, cevada, milho, sorgo etc.

Quadro de compatibilidade alimentar

cl = Combinação livre
cp = Combinação passável (observar a 2ª lei nutricional)
ci = Combinação indesejável

1 = Frutas ácidas
2 = Frutas semiácidas
3 = Frutas doces
4 = Frutas oleaginosas
5 = Frutas hídricas
6 = Hortaliças em geral
7 = Feculentos
8 = Leguminosas
9 = Cereais

1 + 1 = cl
1 + 2 = cp
1 + 3 = ci
1 + 4 = ci
1 + 5 = ci
1 + 6 = ci
1 + 7 = ci
1 + 8 = ci
1 + 9 = ci
2 + 1 = cp
2 + 2 = cl
2 + 3 = cp
2 + 4 = ci
2 + 5 = ci
2 + 6 = ci
2 + 7 = ci
2 + 8 = ci
2 + 9 = cp
3 + 1 = ci
3 + 2 = cp
3 + 3 = cl
3 + 4 = ci
3 + 5 = ci
3 + 6 = ci
3 + 7 = ci
3 + 8 = ci
3 + 9 = cl
4 + 1 = ci
4 + 2 = ci
4 + 3 = ci
4 + 4 = cl
4 + 5 = ci
4 + 6 = cl
4 + 7 = cl
4 + 8 = cl
4 + 9 = cl
5 + 1 = ci
5 + 2 = ci
5 + 3 = ci
5 + 4 = ci
5 + 5 = cl
5 + 6 = ci
5 + 7 = ci
5 + 8 = ci
5 + 9 = ci
6 + 1 = ci
6 + 2 = ci
6 + 3 = ci
6 + 4 = cl
6 + 5 = ci
6 + 6 = cl
6 + 7 = cl
6 + 8 = cl
6 + 9 = cl
7 + 1 = ci
7 + 2 = ci
7 + 3 = ci
7 + 4 = cl
7 + 5 = ci
7 + 6 = cl
7 + 7 = cl
7 + 8 = ci
7 + 9 = ci
8 + 1 = ci
8 + 2 = ci
8 + 3 = ci
8 + 4 = cl
8 + 5 = ci
8 + 6 = cl
8 + 7 = ci
8 + 8 = cl
8 + 9 = cp
9 + 1 = ci
9 + 2 = cp
9 + 3 = cp
9 + 4 = cl
9 + 5 = ci
9 + 6 = cl
9 + 7 = ci
9 + 8 = cp
9 + 9 = cl

Considerações gerais sobre compatibilidade

– Frutas não combinam com hortaliças, exceto as frutas oleaginosas.
– Alimentos doces não combinam com alimentos salgados.
– Tomate não combina com limão devido às reações entre os ácidos que
compõem esses alimentos.
– Pepino não combina com sal de cozinha. O efeito deste mineral na
hortaliça é de ação desidratante.
– Leite não combina com açúcar. Com mel é passável.
– O limão, apesar de ser classificado como fruta ácida, pode ser
agregado às saladas, devido ao seu baixo teor de carboidratos
(açúcares). Exceto quando houver tomate.
– Café, chocolate, frituras em geral, carnes (vermelhas ou brancas),
os pescados e o vinagre são alimentos que provocam perturbações
orgânicas mesmo sem associarem-se com outros.

Economizando na compra

Para economizar na compra de frutas, hortaliças, leguminosas e
feculentos, e aproveitar ao máximo os recursos medicinais dos
alimentos, veja os meses de produção de cada espécie vegetal. Quem
compra na época certa ganha no preço e na quantidade de vitaminas e
demais nutrientes. Mesmo a quantidade de agrotóxico é diminuída no
período de maior colheita. Acompanhe nos quadros 4.2 e 4.3 os períodos
ideais para aquisição dos principais agentes terapêuticos que a
Natureza lhe oferece.

Obs.: O Quadro 4.2 deste livro não foi possível transcrever para o
braille.
Obs.: O Quadro 4.3 deste livro não foi possível transcrever para o
braille.

E. ORIENTAÇÕES TROFOTERÁPICAS SIMPLIFICADAS

Frutas

Abacate (Persea gratissima)
1. Caspa e

Juego de rol sobre chamanes

Reglas de Chamanismo Animista

Las reglas de juego RQ para Magia Espiritual ofrecían una perspectiva muy interesante para el Chamán, el Hombre de los Espíritus u Hombre-Medicina primitivo, que interactuaba con el Otro Mundo para extraer de éste su magia y su misterioso poder… pero al final palidecía un poco en comparación con las otras dos perspectivas de aproximación a la Magia, la hechicería y el teísmo, la adoración a los dioses…

Además todo el equilibrio del sistema pareció dar un giro de noventa grados con la publicación de Dioses de Glorantha, que presentaba tal cantidad de Deidades politeístas, algunas de ellas poseedoras de una vertiente chamánica propia (Aldrya, Kyger Litor) otras netamente cultos de los pueblos animistas (Daka Fal o Hykim&Mikyh) que al final nos hacían creer que en Glorantha no había pueblos animistas, sino solo teístas primitivos con sacerdotes que pueden despertar el Fetch.

Pero esto tiene por qué ser así. No hay por qué perder la gracia intrínseca que aporta jugar al Hombre de los Espíritus, y aunque algunos de los poderes derivados de los Cultos Chamánicos pueden “parecerse” formalmente a conjuros rúnicos, sus seguidores sin duda practican un animismo puro, con adoración a múltiples espíritus, el del arroyo cantarín, el de un árbol centenario, el de la colina rocosa que se eleva en su territorio, entre los que su animal totémico o los espíritus de los antepasados son tan solo uno más, protectores de la tribu, y muchas veces intermediarios favorables en el trato con otros poderes sobrenaturales, en un universo en que no hay unas barreras demasiado definidas y para su comunidad hay tantas amenazas de este como del Otro Mundo…

Pero para “redondear” todo esto, remarcarlo adecuadamente y hacerlo algo jugable (y lo que es más importante, apetecible al jugador…) hay que pulir los aspectos peor tratados sobre los misteriosos poderes del Fetch, el origen de los poderes chamánicos.

A eso vamos…

Los Poderes Chamánicos

Hay dos cosas que conviene reforzar en nuestra aproximación al chamanismo.

Una es la relación íntima del Chamán, pero también de toda su comunidad tribal, con el Otro Mundo, los Espíritus, frente a los que se puede imponer en algunas ocasiones (las menos…) la voluntad y la supremacía del Chamán, pero ante los que también se debate, se ruega, se regatea, se negocia o simplemente se hacen rituales propiciatorios para contentarlos.

La segunda es desarrollar los vastos poderes del chamanismo, centrados en la capacidad de despertar la mitad espiritual del individuo, su “Otro Yo”. Unos poderes que no tienen por qué perder ni un ápice, en su translación a unas reglas claras y concretas, del aura misteriosa que precisamente caracteriza toda la tradición del ocultismo, del espiritismo… Un Chamán es un Médium, habla con los Espíritus, intercede con los ancestros, ve cosas que nadie más puede ver…

Habilidades Chamánicas

El Fetch

Una de las pocas cosas indudables con respecto a los chamanes es que todos sus poderes derivan de la capacidad de despertar su Fetch, su mitad espiritual. Los aprendices que ayudan a un chamán experimentado, no tienen ninguna capacidad especial que los destaque de otros mortales, más allá de los conocimientos sobre los espíritus y la magia ritual que van acumulando, en espera del momento crucial en que intenten despertar su propio Fetch.

Pero un verdadero chamán ya escapa completamente de las limitaciones impuestas a los simples mortales… Es un individuo excepcional entre todos los demás seres nativos de nuestro Plano Mundano, singular incluso para otros tipos de magos y sus aproximaciones a lo sobrenatural, pues a partir del momento en que es capaz de despertar su “Otro Yo” estará permanentemente presente, de una forma simultánea, en dos planos de la existencia superpuestos: el Mundano y el Espiritual.

¿Pero qué es el Fetch? Ya se han dado muchas aproximaciones al tema: “Mitad Espiritual” que complementa el espíritu ligado a un cuerpo mortal, el “Otro Yo” de alguien completo en sí mismo y por tanto capaz de utilizar todas las habilidades latentes de su espíritu… El Fetch puede ser muchas cosas, dependiendo de la tradición mística y de la cultura de origen del chamán. Puede ser considerado uno de los antepasados del propio chamán, o un espíritu totémico tribal. Puede ser incluso un doble espiritual del chamán, evocado de algún modo desde lo más profundo de su subconsciente. Entre los no humanos, puede ser un ser pre-mortal, un espíritu “no nacido”, o un fragmento de la psique de una entidad superior, tal como Aldrya para los chamanes élficos. Sea cual sea la fuente, lo cierto es que el mantenimiento y evocación del Fetch depende del interior del chamán y puede adoptar la forma de un órgano especial (un nuevo hueso…) o por el contrario puede tener una significación absolutamente conceptual, como un nombre secreto. Cualquiera que sea la fuente, cada una comparte muchas cosas en común, y aún así cada Fetch es diferente.

El Fetch inicialmente posee dos características, INT y PER, reflejo de la mitad espiritual del alma del chamán. La PER del Fetch será estrictamente la sacrificada mediante Encantamiento desde el momento de su creación, y nunca aumenta por sí misma (no hay tiradas de incremento) de forma que sólo puede subir mediante el sacrificio de PER de la mitad consciente del Chamán. Sin embargo no tiene un máximo definido, como la PER de su alma mortal (máximo de especie). La INT no tiene por qué ser equivalente de la mitad “consciente” del intelecto, por el contrario puede variar sustancialmente de esta (tira con el mismo código de dados, 2D6+6 para humanos) pero en principio pese a haber despertado su Fetch, el chamán no puede utilizar esta INT para almacenar conjuros memorizados, pues se trata de una inteligencia pre-consciente que no domina todavía, aunque podría llegar a hacerlo si desarrollase sus poderes en un sentido introspectivo. Por supuesto el chamán puede acceder a los PM del Fetch cuando lo precise, ya que es una parte de su propio espíritu, y se regeneran a la tasa normal, en función de su propia PER y en paralelo con los de la PER del alma del chamán.

Entre las capacidades más asombrosas que proporciona esta extraordinaria facultad de haber despertado la Mitad Espiritual de su ser, está la de “saltar al Plano Espiritual” dejando que su Otro Yo custodie el cuerpo físico abandonado. Literalmente consiste en intercambiar lugares. Así el chamán logra pasar al Otro Lado y puede realizar viajes astrales en los que se moverá como un fantasma, ya sea manteniéndose entre dos aguas, a medio camino entre el Plano Mundano y el Espiritual, en cuyo caso puede desplazarse flotando sobre nuestro plano físico con una movilidad igual a PER metros/AC, siendo invisible e intangible, con capacidad incluso para atravesar barreras físicas como paredes y puertas, pues no es sino un espíritu inmaterial… o bien sumergiéndose profundamente en el Otro Mundo, en las tres capas en que se define tradicionalmente el Plano Espiritual: la Región Frontera, la Región Exterior y la Región Interior… Un chamán se convierte así en un viajero, un explorador del Otro Lado, capaz de adentrarse en sus misterios y de aprender algunos de sus secretos más íntimos, prohibidos al resto de mortales.

Para representar este Viaje Astral introducimos en las reglas una nueva habilidad que será tributaria exclusivamente de los chamanes, aquellos que han despertado su Fetch: una habilidad homónima (Viaje Astral) que puede incrementarse por experiencia (de forma normal) y que parte de un percentil básico igual a la PER sacrificada al Fetch. Cada nuevo sacrificio aumentará en otros tantos percentiles la habilidad, pero indudablemente será la experiencia adquirida sobre el terreno la que determine la verdadera capacidad del chamán. La habilidad representa la aptitud para orientarse cuando se está viajando en forma incorpórea, la competencia para guiar su deriva astral hacia donde desea ir… y por tanto nos servirá tanto para traducir en términos de juego la búsqueda de espíritus (ver reglas adjuntas) como para desplazarse sobre el Plano Mundano bajo su forma incorpórea, en busca de un objetivo concreto y sin despistarse en las nieblas que rodean la superposición entre planos. Tanto en un caso como en otro, el chamán debe invertir 1D6 horas, gastar al menos 1 PM, y habrá de lograr una tirada bajo su habilidad de Viaje Astral: si obtiene un éxito habrá localizado lo que buscaba y llegado hasta allí, y en ese punto deberá empezar a jugarse el encuentro, por supuesto… por el contrario un fallo en la tirada de Viaje Astral representa que se ha desorientado en el nebuloso paisaje del Otro Lado, y deberá continuar la búsqueda invirtiendo más tiempo y PM. Sin embargo un chamán jamás podrá “perderse” en el sentido tradicional, el de no ser capaz de regresar a su cuerpo físico, pues disfruta de una envidiable ventaja en sus viajes astrales, que consiste en disponer de una “baliza” infalible gracias a su Fetch (que custodia su envoltura mortal mientras él está ausente) con el que está permanentemente unido mediante una suerte de “cordón umbilical espiritual” que siempre le traerá de vuelta con celeridad si lo precisa. Esa es la ventaja de estar presente en ambos planos simultáneamente.

Esta presencia dividida no está sin embargo exenta de riesgos, pues el chamán es a la vez visible en este plano y en el otro, y por tanto estaría expuesto a los depredadores del Otro Lado tanto como pueda estarlo a una fiera salvaje que se cruce en nuestro mundo. Deberá hacer tiradas diarias en la Tabla de Encuentros Aleatorios de la Región Frontera si obtiene un resultado inferior a la PER de su Fetch en 1D100. Esto representa que es precisamente la magnitud del Fetch (PER) la que le hace visible en el Plano Espiritual, y constituye un cierto equilibrio natural: los chamanes escasamente poderosos pasan desapercibidos con cierta facilidad ante los seres del Más Allá, pero precisamente por esta debilidad relativa son más vulnerables ante cualquier encuentro agresivo. Por el contrario los chamanes poderosos, con un Fetch de primera magnitud, son muy visibles pero ya apenas han de temer nada de los seres espirituales que pueblan la Región Frontera, superpuestos con nuestro Plano Mundano. Se debe tener en cuenta que un encuentro en la Tabla no supone necesariamente un ataque, sino que depende de la naturaleza del espíritu… y de su fuerza relativa con respecto al alma del chamán, pues un zorro no ataca a un cordero.

Cuando se realiza un Viaje Astral, es decir cuando el chamán está en forma incorpórea y desplazándose activamente por el Otro Lado, la frecuencia de los encuentros es mucho mayor, llegando a ser de uno por hora. Es decir que se traduce en 1D6 encuentros aleatorios por intento de localizar el objetivo concreto que se hubiese planteado. Por supuesto, la posibilidad de que estos encuentros ocasionales acaben reparando en el chamán, seguirá estando condicionada por la magnitud de su PER, aunque en esta ocasión será la PER del chamán y no la del Fetch. Utilizaremos la Tabla de Encuentros Espirituales apropiada a la región del Otro Mundo que esté atravesando el chamán en cada circunstancia: la Región Frontera para desplazamientos en el límite del Plano Mundano o búsquedas de entidades espirituales “comunes”, la Región Exterior cuando se realiza la búsqueda de una entidad espiritual “infrecuente”, y la de la Región Interior ante búsquedas de entidades clasificadas como “raras” o “muy raras” (ver regla adjunta).

Nos resta por comentar un detalle marginal pero que puede tener un cierto peso en el juego y vale la pena aclarar… Las criaturas incorpóreas tienen unos sentidos propios que no concuerdan exactamente ninguno de los de los mortales. Cuando un chamán está realizando un viaje astral deberá aprender a guiarse por este nuevo sentido, que fundamentalmente detecta la PER y los PM que le rodean, y por tanto es muy deficitario para percibir los objetos inertes, que solo son propios del Plano Mundano. No obstante, algunos fenómenos físicos de nuestro mundo sí tienen una representación en el Otro Lado, en ocasiones bajo la forma de Elementales, pero esa es otra historia que ya trataremos más adelante. La cuestión es que esta diferencia de percepciones carece de relevancia cuando se está sumergido profundamente en el Plano Espiritual, pero adquiere todo su peso si nadamos en la intersección del Plano Mundano y la Región Frontera… por ejemplo si intentamos movernos como un fantasma para buscar a un enemigo al que maldecir con nuestra magia desde una forma incorpórea (una de las más terribles capacidades chamánicas). En estos casos debemos tener en cuenta dos cosas: la percepción del chamán incorpóreo se centra en su nuevo Sentido Espiritual que solo “ve” la PER y los PM, pero en cierta medida se superpone con los otros sentidos que está acostumbrado a utilizar (sobretodo con el sentido principal de su especie, la vista para los humanos, el Sentido Oscuro para los Uz…). Es algo complementario de lo que le sucede al estar en su forma corpórea normal, cuando se guía por sus sentidos naturales pero a estos se superpone la Vista Mágica permanente que posee como una habilidad chamánica. Así las cosas, el chamán en forma astral está limitado para discernir el mundo físico, y deberá hacer tiradas de habilidad (Otear, Buscar, Escuchar…) para percibir cosas que normalmente no requerirían ninguna tirada, como reconocer una casa o seguir una conversación.

El segundo factor que debemos considerar es que para poder hacer magia o interactuar de cualquier forma (por ejemplo con un Ataque Espiritual) con el Plano Mundano, una entidad espiritual deberá manifestarse primero, literalmente “apareciéndose ante los sentidos mortales”. Si deseamos encontrar una explicación a este fenómeno tendríamos que buscarla en que el espíritu se ve obligado a concentrar todas sus energías en un mismo punto (cuando en su medio habitual, el Plano Espiritual, estos seres suelen estar “dispersos” en un área equivalente a PER en metros…) para interaccionar con las criaturas de un Plano Mundano que no sigue las mismas reglas naturales a las que está habituado. Pues bien, un chamán incorpóreo no es una excepción a esta regla, y para interactuar con cualquier criatura mundana deberá manifestarse previamente (proceso que conlleva 1 AC durante el que concentra sus energías y poco a poco se hace visible) perdiendo por tanto su condición de imperceptible, pero no la de intangible… Precisamente por esto la mayoría de interacciones de los chamanes incorpóreos con sus enemigos mundanos se producen durante el sueño de estos, pues para un chamán malicioso es sumamente fácil penetrar las barreras físicas de cualquier refugio, y una víctima durmiente no da ninguna alarma hasta que ya es demasiado tarde. Las opciones son infinitas, e incluyen desde un simple intento de posesión para utilizar su cuerpo como una marioneta (no todos los chamanes incorpóreos pueden poseer directamente un cuerpo, pero se puede utilizar un Fantasma controlado para ello), hasta el uso más nefasto de conjuros de Inflamar para provocar un incendio mientras un Confusión aturde a la víctima hasta que es pasto de las llamas, por no hablar de Elementales o de Ninfas que pueden adoptar un cuerpo físico extraído de las condiciones ambientales (tierra, agua, fuego, oscuridad…). Para un chamán es muy sencillo llevar un espíritu como servidor incluso cuando está en su forma incorpórea, pues algunos pueden mantenerlo atrapado en la PER de su Fetch, y los espíritus capaces de materializarse físicamente proporcionarán las manos de que carece en su forma astral. Incontables posibilidades para atacar a un enemigo que está prácticamente indefenso ante un rival inmaterial que además puede retirarse cuando lo precise, huyendo a las simas del Otro Lado.

Existen algunas características adicionales que podríamos llamar coloristas, pero que lo cierto es que le dan todo su carácter al chamán: cuando abandona su cuerpo mortal adopta la imagen de una “Forma Astral” que le define y que siempre será la misma. En cierta manera deriva del concepto subconsciente que el chamán tiene de sí mismo. Por supuesto entre animistas totémicos (como los hsunchen) esta forma suele ser la de su animal interior, pero podría ser cualquier otra, y muchas veces tiene relación con el nombre secreto que según algunas tradiciones culturales otorga los poderes chamánicos al Hombre de los Espíritus. Entre los aldryanis por ejemplo son frecuentes las formas vegetales, como zarcillos de una enredadera que crecen a una velocidad pasmosa pero que aun enlazan con el cuerpo mortal del chamán (el famoso cordón…). Entre los Chamanes de la Luna Roja, una auténtica excepción en muchos aspectos para los seguidores de la senda del chamanismo (pues para empezar no son animistas) las formas astrales suelen ser un reflejo estilizado de su propia apariencia humana, aunque completamente desprovista de vello y con un largo cordón umbilical que los une a su cuerpo físico…

De forma adicional, el Fetch también adopta una forma específica derivada de la misma imagen subconsciente del chamán, que solo se manifestará cuando el alma consciente de éste abandona su cuerpo mortal para realizar un viaje astral. Es una forma fantasmal para un espíritu que no sabe utilizar el cuerpo físico del chamán en trance y que si debiese defenderlo solo puede recurrir a los conjuros o los espíritus ligados en su PER. El Fetch suele ser complementario pero diferenciado de la Forma Astral adoptada por el chamán, y los animales totémicos, las barreras de espinos o una llama muy viva con ojos en su interior pueden ser ejemplos ilustrativos.

Vista Mágica

Según las reglas RQ un chamán posee Vista Mágica permanente, idéntica al conjuro espiritual del mismo nombre. Pero es evidente que esta definición no es sino una simplificación en términos de juego, útil para entendernos pero no del todo exacta… En concreto esta visión de las auras superpuestas a todo lo que está observando, incluso cuando se encuentra encarnado en su ser corpóreo, es un remanente del Sentido Espiritual que utilizan las entidades del Otro Mundo para percibir su entorno, y que el chamán ha adquirido al despertar su Mitad Espiritual.

Siendo un ser que está presente de forma simultánea en dos Planos distintos, el chamán comparte los sentidos de ambas realidades, y descubre con sorpresa que ambas se superponen… Muchos chamanes padecerán ciertos problemas de adaptación a esta percepción “expandida” (como frecuentes dolores de cabeza que reducen sus habilidades físicas en un %=PER del Fetch) aunque generalmente tienen una duración limitada y en algunos años acaban acostumbrándose. Incluso algunas culturas peculiarmente deterministas han desarrollado tradiciones por las que los chamanes son cegados ritualmente tras despertar su Mitad Espiritual, para que la realidad del plano físico no altere su asombrosa capacidad de tratar con el Otro Mundo. Y estos chamanes ciegos continúan “viendo” las auras que les rodean, pues obviamente el Sentido Espiritual no depende de los ojos. De hecho estos chamanes suelen tener una percepción espiritual notablemente superior a la de otros…

El Sentido Espiritual de los chamanes no es desde luego unívoco, sino que puede ser desarrollado tanto en sensibilidad como en precisión, hasta grados inusitados de percepción, si el Hombre Medicina se centra en desarrollar esta parte de su Otro Yo. En su expresión mínima permite detectar auras de PER superpuestas con la visión normal, y concentrándose en enfocar lo que observa, puede discernir si la potencia de esta fuerza mágica es inferior, equivalente o muy superior a la propia, con lo que tiene la utilidad de valorar si resulta recomendable un enfrentamiento o si haríamos mejor en evitarlo.

El Sentido Espiritual de un chamán es mucho mejor cuando está en su forma incorpórea que cuando está encarnado en su cuerpo físico, pues en el primer caso primará sobre sus otros sentidos, que estarán en cierta manera adormecidos. Como ya hemos dicho, cuando planea en Forma Astral sobre el Plano Mundano, los sentidos naturales de un chamán pueden despertar de una forma marginal, aunque siempre limitada… pues bien, esto es exactamente lo que sucede con el Sentido Espiritual cuando el chamán está en el Plano Mundano. Está ahí presente, pero superpuesto con otras informaciones sensoriales que son mucho más adecuadas para percibir el medio que le rodea, y por tanto el Sentido Espiritual se adormece y no siempre ve las cosas como debería permitir si fuese el sentido de referencia. Para que nos entendamos, siempre estará ahí, pero muchas veces las cosas le pasarán desapercibidas si el chamán no se fija activamente en ellas. Igual que exigíamos tiradas de percepción en su forma astral para ver un objeto inerte o escuchar un grito por próximo que esté el origen, será necesaria una tirada de PERx5 para percibir un aura mágica concreta, y diferenciarla del “ruido de fondo” que constituyen el resto de auras vitales que la envuelven. Este ruido de fondo está originado por las formas de vida que nos rodean en todo momento (la vida vegetal, musgos, líquenes, bacterias: toda vida tiene PER) por lo que a menos que estuviéramos en un erial sin vida alguna, siempre será preciso tirar para ver algo. Precisamente por esta circunstancia los chamanes no suelen ser buenos observadores de su entorno: la superposición de percepciones mundanas y espirituales les acaba distrayendo.

Los Poderes Chamánicos

La mayoría de las habilidades chamánicas son adquiridas de forma progresiva, a medida que el poder espiritual del Hombre Medicina se va amplificando, algo que queda perfectamente reflejado en términos de juego por el poder del Fetch, la cantidad de PER que progresivamente le ha sido sacrificada. De todos modos es muy improbable que incluso el más poderoso y longevo chamán llegue a controlar todos los poderes potenciales de su Fetch, su mitad espiritual, por lo que el resultado práctico es que hay diferentes tipos de chamanes, especializados en determinadas facetas de sus habilidades espirituales.

PODERES DEL FETCH

Cada sacrificio de PER al Fetch permite desarrollar una parcela de los poderes chamánicos. Desde el mismo momento de su “despertar espiritual” el nuevo chamán poseerá las capacidades enumeradas hasta ahora en este documento (Sentido Espiritual, capacidad de hacerse incorpóreo) pero su Otro Yo tiene un potencial inmenso que permanece latente a la espera de ser desarrollado. Cada sucesivo sacrificio de PER refleja un esfuerzo del chamán por profundizar en la evolución de su mitad espiritual, en avanzar por la senda de los espíritus. En definitiva, el esfuerzo por despertar alguna de estas capacidades latentes.

El mecanismo de juego es pues sumamente simple: adquiere poderes por cada cantidad de PER sacrificada al Fetch. Cada “poder” tiene un precio concreto, y algunos requieren una evolución previa en esa misma especialidad para acceder a las habilidades más sutiles y avanzadas… (Aprender nivel 6 de Sentido Espiritual Expandido requiere haber desarrollado los cinco previos)

TABÚES

Casi todas las culturas animistas han desarrollado usos sociales específicos que suelen constituir prohibiciones concretas para los seguidores de la senda chamánica, es decir un “tabú”. Todos los chamanes pertenecientes a esta comunidad compartirán el mismo molde cultural y por tanto los mismos tabúes, aunque existen ciertas variantes derivadas de abrazar determinado culto espiritual, que muchas veces no es sino un “pacto con los espíritus” en adoración propiciatoria. Por ejemplo gran cantidad de cultos chamánicos (Aldrya, Kyger Litor, Bagog, Kolat…) imponen una serie de tabúes religiosos que son específicos para los chamanes que eligen recorrer su senda.

Un tabú es por tanto una limitación a los personajes que puede parecer arbitraria pero que siempre es derivada del desarrollo de su cultura. Nada es por causalidad. Sin embargo eso no hará que deje de ser percibida como algo bastante negativo por el jugador que lleve a un miembro de esta comunidad… y para dotar a los tabúes de un aura más ambigua (y hasta interesante) podemos hacer una equivalencia entre una limitación (el tabú) y una ventaja (poder chamánico) derivado de la afinidad que despierta en una determinada entidad espiritual el hecho de que se obedezca un comportamiento concreto enmarcado en el tabú.

Más adelante ofreceremos un listado de tabúes culturales y las ventajas asociadas.

LISTADO DE PODERES CHAMÁNICOS PER sacrificada para su adquisición

Expansión Mental 4 PER

Atrapar Espíritus 3 PER/ligadura

Afinidad Espiritual (selecta) 3 PER/Afinidad
(Tipo de Espíritu o RUNA) (+1 PER/nivel)

Sentido Espiritual Expandido 1 PER/nivel

Mostrar Espíritu 2 PER/nivel

Ataque Mágico 1 PER/nivel

Defensa Mágica 1 PER/nivel

Expansión del Alma 2 PER/nivel

Maestría Espiritual 2 PER/nivel

Defensa Espiritual 2 PER/nivel

Poder Interior 4 PER (+1PER/nivel)

Curar Enfermedad 2 PER/nivel

Extensión de Conjuros 4 PER/conjuro

Bombardeo de Conjuros 2 PER/conjuro

Ocultar Alma 3 PER/nivel

Ocultar Fetch (selecta) 4 PER/nivel

Posesión 4 PER (+2 PER/nivel)

Auto-Resurrección 5 PER/nivel

EXPANSIÓN MENTAL – Despierta la INT del Fetch (2D6+6 en humanos) haciéndola útil para memorizar conjuros. A partir de este momento el chamán es plenamente consciente en sus dos “mitades” y por ejemplo si está viajando por el Plano Espiritual bajo su Forma Astral, un Fetch de INT despierta es capaz de hacer hablar a su cuerpo, o incuso podrá hacerlo actuar partiendo, eso sí, de porcentajes básicos en todas las habilidades físicas. Esta autonomía llega al extremo de que si el chamán cae inconsciente, por ejemplo con 0 PM, su Otro Yo puede tomar el relevo en el control de su cuerpo y seguir actuando en la medida de sus capacidades (con básicos).

ATRAPAR ESPÍRITUS – Permite al chamán mantener espíritus atrapados, ligados en su Fetch. Cada nivel permite al chamán mantener un espíritu a la vez. Ningún espíritu atrapado puede tener PM que excedan los actuales PM del Fetch. El chamán puede usar sus habilidades como si estuvieran en encantamiento de ligadura.

AFINIDAD ESPIRITUAL – Refleja afinidad con un tipo de criatura espiritual, o espíritus atados a una Runa concreta. Por supuesto la naturaleza de estos espíritus no puede elegirse de forma arbitraria, sino que deriva forzosamente de pactos mediados por entidades espirituales excepcionales, casi siempre a través de cultos chamánicos o de la adoración propiciatoria (y por tanto una afinidad siempre irá ligada al tabú correspondiente). El beneficio más directo es que los espíritus pertenecientes a una “familia” o asociados a una Runa tienden a ser amistosos hacia el chamán, aunque los espíritus atados a las Runas opuestas pueden ser mucho más hostiles. La afinidad reduce el multiplicador de dificultad para buscar espíritus del tipo apropiado en 1. Los espíritus comunes son encontrados instantáneamente, los infrecuentes tienen un factor de 1, los raros de 3 y los muy raros de 7 (Ver reglas para Encontrar Espíritus). Además, cada nivel da al usuario una bonificación de +10% cuando lanza un conjuro de control o mandar en un espíritu afectado. También le hace 10% más difícil a un enemigo quitarle el control al usuario. Si la afinidad es más restringida que una Runa, es decir, a un tipo de espíritu particular, el chamán gana una bonificación de +20%. Por ejemplo: un chamán que tuviese una Afinidad la Enfermedad disfrutaría de una bonificación +20% por nivel para controlar Espíritus de la Enfermedad.

SENTIDO ESPIRITUAL EXPANDIDO – Confiere al chamán habilidades adicionales a su Sentido Espiritual innato. Cada nivel te permite añadir una habilidad de la siguiente tabla:
1) Distingue PER en un rango de 5 más o menos que la PER del chamán (esto NO incluye la PER del Fetch).
2) Puede identificar la PER exacta del objetivo (solo si ha cogido el “1”).
3) Distinguir los PM actuales de un individuo en un rango de 5 más o menos que la PER del chamán.
4) Distinguir con precisión los PM actuales de un individuo (solo si ha cogido los tres previos).
5) Puede saber si un individuo conoce algo de magia espiritual.
6) Puede identificar los conjuros espirituales conocidos por un individuo (solo si ha cogido el “5”).
7) Puede saber si un individuo conoce algo de hechicería (solo si ha cogido el “5”)
8) Puede saber si un individuo tiene habilidades de hechicería aparte de Intensidad (solo si ha cogido el “7”).
9) Puede saber si un individuo profesa FE por alguna deidad (solo si ha cogido el “5”).
10) Puede reconocer el grado de vinculación de un individuo con su deidad (solo si ha cogido el “9”).

MOSTRAR ESPÍRITU – Esto desenmascara a los espíritus incorpóreos, haciéndolos visibles a otros. Para esto, el chamán gasta hasta 1 PM por nivel. Un solo PM hace que todos los espíritus en un radio de la PER del Fetch en metros se hagan visibles como sombras borrosas y medio invisibles. Cada PM adicional o incrementa el radio en la PER del Fetch en metros o aumenta la visibilidad de los espíritus, de acuerdo a la siguiente tabla:

PM Visibilidad
1 Un espectador puede ver un particular espíritu con algún detalle con una tirada de Otear.
2 Todos los espíritus son fácil y claramente visibles.
3 Se ve la PER de todos los espíritus incorpóreos visibles con un rango más o menos 5 PER chamán.
4 Se ve la PER exacta de todos los espíritus incorpóreos visibles.

ATAQUE MÁGICO – Cada nivel añade +1 a los PM efectivos del chamán, estrictamente de cara a superar los PM de un contrincante con magia ofensiva.

DEFENSA MÁGICA – Cada nivel añade +1 a los PM efectivos del chamán de cara a resistir conjuros ofensivos.

EXPANSIÓN DEL ALMA – Cada nivel de Expansión del Alma añade +1 a la máxima PER de especie del chamán. Esto aumenta sus posibilidades de aumentar la PER mediante la experiencia.

MAESTRÍA ESPIRITUAL – Cada nivel añade +1 a los PM perdidos por un espíritu defensor cuando el chamán le supera en combate espiritual.

DEFENSA ESPIRITUAL – Da al chamán algo de protección cuando está muy débil. Básicamente, el mínimo número de PM con que defiende y ataca en combate espiritual, a pesar de sus PM reales, es siempre al menos 3 veces su nivel en Defensa Espiritual. Por ejemplo, un chamán con Defensa Espiritual 3 siempre actuaría como si tuviera al menos 9 PM. Un chamán con Defensa Espiritual 5 actuaría como si tuviera al menos 15 PM. Si los verdaderos PM del chamán son reducidos a 0, el todavía puede ser poseído.

PODER INTERIOR – Cuesta 1 AC concentrarse, reuniendo tu fuerza interior.
Al final del asalto, pierdes 1 PG y 1D6 PF, y recibes uno de las siguientes bonificaciones (a elegir):
• PM igual a la fatiga perdida (1D6)
• +10% a tus posibilidades de lanzar conjuros espirituales en los próximos 10 asaltos de combate.
• La habilidad de lanzar un conjuro espiritual de 1 punto (que no sea especial de culto) que no tengas memorizado. Debe ser el siguiente conjuro que lances.
Niveles adicionales de Poder interior te permiten sacrificar más PG y PF. Por lo tanto, un chamán con 3 niveles podría elegir perder 3 PG y 3D6 PF, y ganar 3D6 PM, o +30% a sus posibilidades de lanzar conjuros, o poder lanzar un conjuro espiritual de 3 puntos que no sea especial de culto y que no tenga memorizado.

CURAR ENFERMEDAD – Poniendo sus manos en un individuo enfermo, el chamán puede gastar 1 PM por nivel. Cada PM permite tirar 1D6, igualando el total contra la PER del espíritu que está infectando. Si el chamán gana, el espíritu es extraído, normalmente en la forma de una piedra negra, un trozo de pelusa, o un pequeño órgano sangrante. El chamán puede expulsar al espíritu al Otro Mundo, o atraparlo en su Fetch o una ligadura. Si la persona enferma no está poseída por un espíritu de la enfermedad, sino que padece una dolencia mundana, entonces el chamán añade su 1D6/PM a la siguiente tirada para resistir la enfermedad.

EXTENSIÓN DE CONJUROS – El chamán puede aumentar la duración de los conjuros espirituales. Por cada nivel de esta habilidad, el chamán puede mantener un conjuro. Debe dedicar una fuente de PM para cada conjuro extendido, ya sea un espíritu ligado, o la suya propia. La fuente debe tener una PER al menos igual a los PM usados en lanzar el conjuro, y mientras el conjuro es mantenido, la fuente tiene su recuperación diaria de PM reducida en esa misma cantidad. El chamán puede voluntariamente finalizar el conjuro en cualquier momento. Además, si pierde el control de un espíritu ligado que era la fuente de algún conjuro, el conjuro finaliza inmediatamente.

BOMBARDEO DE CONJUROS – Cada nivel permite al chamán lanzar un conjuro espiritual adicional simultáneamente. El coste es la cantidad total de PM. El MR es igual al MR-DES del chamán más los PM gastados, y todos los conjuros se lanzan simultáneamente. Solo se necesita una tirada de dado y, o bien todos los conjuros tienen éxito, o todos fallan. Si varios conjuros de ataque son lanzados a un solo objetivo, el chamán hace una sola tirada de PMvsPM para ver si es afectado por los conjuros. Todos los objetivos deben ser visibles para el chamán. Si el chamán consigue un éxito crítico al lanzar, solo gasta 1 PM, independientemente del número de conjuros. Si tiene habilidad para manipular conjuros espirituales (como Magia Lunar), puede hacerlo a la vez.

OCULTAR ALMA – Permite al chamán ocultarse de un espíritu enemigo, siempre que no hayan interaccionado aun. Por tanto es inútil si ya se está enzarzado en combate espiritual. El chamán gasta hasta 1 PM por nivel. Cada PM le permite ocultar su presencia de 10 PM que tenga cualquier espíritu presente. El efecto dura cinco minutos, unos 25 AC. Un solo PM le protegería contra cualquier número de espíritus con no más de 10 PM cada uno. Cualquier conjuro sensorial como Vista Mágica, Detectar Enemigos, etc. cancela un número igual de niveles de Ocultar Alma. Ejemplo: un chamán con Ocultar Alma 3 gasta 3 PM para ocultarse de un Espectro hostil de 26 PM. Esto le protege de hasta 30 PM, así que el peligroso Espectro no le puede ver. Pero el espectro sospecha su presencia y lanza un Detectar Enemigos (conjuro de 1 punto). La habilidad Ocultar Alma del chamán ahora solo puede esconderle de hasta 20 PM. Como los PM del espectro superan su barrera, le detectará claramente y sin duda le atacará…

OCULTAR FETCH – Esta rara habilidad es conocida solo por unas pocas sectas secretas, como el Colmillo Negro. Cada nivel de Ocultar Fetch anulará por completo la detección de la Mitad Espiritual del chamán por parte de una forma específica de percepción sobrenatural (por excelencia, los conjuros que revelan la magia). La repercusión obvia de este poder es permitir a un chamán pasar desapercibido entre la población normal, sin que sea detectable su condición de estar presente simultáneamente en el Plano Mundano y en el Espiritual. Normalmente, la Vista Mágica espiritual es elegida como primer nivel, con Visión Mística y Visión del Alma como el segundo y tercer niveles.

POSESIÓN – Aunque cualquier chamán puede hacerse incorpóreo y atacar en combate espiritual, esta habilidad permite poseer el cuerpo de la víctima y controlarlo como si fuera un fantasma. Si la víctima muere mientras el chamán está poseyéndola, la Forma Astral inmediatamente vuelve a su propio cuerpo y recibirá 1D6 PG generales por el shock, quedando aturdido 1D6 horas. Sin embargo si abandona el cuerpo antes de que éste muriese podrá evitar esa secuela… El primer nivel permite poseer miembros de tu propia especie. El segundo nivel te permite poseer cualquier criatura con las mismas localizaciones de golpe que tu especie. Cada nivel siguiente te permite seleccionar una nueva tabla de localización de golpe que puedes poseer.

AUTO-RESURRECCIÓN – El chamán puede controlar los caminos que sigue su espíritu en el Otro Mundo, modificando su destino tras la muerte. Actúa entonces como un Fantasma con capacidad para poseer otro cuerpo que suplirá al suyo, aunque estaría siempre poseyendo un cuerpo ajeno de un modo dominante. Para convertirlo en un cuerpo propio deberá destruir el espíritu anfitrión (algo absolutamente inmoral) y ligarse al cuerpo gastando PER.

Nivel Límite
1 Retrasa su destino en el Otro Mundo temporalmente. Pierde 1PM cada hora hasta desvanecerse.
2 Abandona completamente su destino en el Otro Mundo convirtiéndose en un perpetuo Fantasma.
3 Adquiere la capacidad de ligarse al cuerpo anfitrión por medio de un Encantamiento (2 PER).

Cultos Chamánicos

Denominamos “Cultos Chamánicos” a todos aquellos que pese a corresponderse en reglas de juego con una religión teísta (sacrificio de PER y PM a la Deidad) adoptan más bien un modelo de Adoración Propiciatoria. Los animistas no creen nunca en una Deidad en la que depositar su fe religiosa como puedan hacerlo los teístas clásicos, seguidores de cualquier Panteón Gloranthano. En cierta manera están tan alejados de los politeístas como puedan estarlo de los monoteístas malkionitas practicantes de hechicería. Para un animista adorar a un “Gran Espíritu” no implica consagrar su fe a una Deidad, ni siquiera considerado desde una visión politeísta que pueda hacer compatible reverenciar a varias deidades protectoras según la actividad que desarrollemos.

La gran diferencia de la “adoración propiciatoria” con la fe religiosa es que los animistas no sitúan a la entidad adorada en un nivel superior al resto de espíritus con los que están tan acostumbrados a convivir (el espíritu del riachuelo, el de la colina o el del árbol) sino que literalmente le adoran y le sacrifican PM (raramente PER) como parte de un acuerdo, un trato muy concreto, por el que quedarán bajo su protección, recibirán su favor, o simplemente atenuarán su cólera desatada por cualquier circunstancia. Su visión religiosa se acerca más a Aplacar a un Gran Espíritu que a adorarle depositando en él una fe verdadera.

Esto no es incompatible con fidelidades ancestrales a un Gran Espíritu o a un colectivo de estos como puedan ser el Animal Totémico (Hykim&Mikyh) o los Antepasados tribales (Daka Fal) pero a ningún animista se le ocurrirá creer que debe seguir todos los preceptos religiosos dictados por esta entidad espiritual para alcanzar el paraíso en la Otra Vida. Sus directrices éticas y morales vienen dictadas por la tradición tribal, y cualquier posible tabú religioso deriva de ésta tradición, o bien de otro tipo de “pactos sagrados” contraídos con un Gran Espíritu a título personal o colectivo, pero en términos muy concretos: vinculan solo a quién aceptó por sí mismo ese pacto. Ejemplo de esto podría ser la Adoración Propiciatoria a una antigua entidad conocida como la Mujer Rana, que impone el tabú de no matar batracios o probar su carne a quienes aspiren a tratar con ella para obtener las bendiciones que dispensa.

De todos modos las excepciones a todo lo que acabamos de describir son significativas y no nos costará mucho trabajo encontrarlas: los cultos de verdadera “identidad racial” como Aldrya para los elfos, o Kyger Lytor para los Uz, tienen una clara vertiente espiritual animista, serán seguidos por poderosos chamanes de las Razas Antiguas… pero participan de la misma mentalidad de inquebrantable fe divina que encontraremos en cualquier otra cultura teísta. Rizando el rizo, incluso existen chamanes no animistas, como los seguidores de la Vía Lunar que siguen las enseñanzas de Jakaleel, la Bruja Flaca. Se trata de gentes civilizadas, estudiosos de todas las formas de magia ritual, que son capaces de recorrer la senda del chamanismo gracias al inusitado efecto de la Iluminación para reconciliar las mentalidades más divergentes.

Pero como hemos dicho, esas son excepciones.

Tabúes Chamánicos

Tabúes Tribales

Todos estos tabúes son genéricos para aquellas personas que sigan la misteriosa senda del chamanismo en su cultura. Cada pueblo tiene sus propias costumbres, estos son apenas un puñado de ejemplos útiles, pero cada Master (o jugador) puede (y debe) desarrollar los propios.

NÓMADAS ANIMALES DE PRAX

Tribu de los Jinetes de Antílopes Sable
• Los chamanes son cegados con fuego tras tener éxito al despertar su Fetch. Serán siempre cuidados y mantenidos por la tribu y se les asigna un joven aprendiz que hará las funciones de lazarillo.
o Sus chamanes parecen evitar la sensación de confusión que se deriva de la superposición de las percepciones mundanas y el Sentido Espiritual. No sufren las frecuentes cefaleas que caracterizan a otros chamanes, y de hecho su Sentido Espiritual es sensiblemente más agudo. No necesitan tirar PERx5 para que sea funcional. Además poseen los cuatro primeros niveles de Sentido Espiritual Expandido de forma automática.

Tribu de los Jinetes de los Alticamellos
• Los chamanes no pueden poseer un animal macho, y es un tabú que participen en las celebraciones comunales.
o Habilidad de Mostrar Espíritus (nivel 2) automática.

Tribu de los Jinetes de los Impalas
• Los chamanes no pueden combatir de otro modo que no sea por medio de espíritus y conjuros.
o Habilidad de Ataque Mágico (nivel 4) automática.

Tribu de los Jinetes de los Bisontes
• Los chamanes (varones) adoptan un rol tribal ajeno al masculino. No pueden cazar, casarse, ni usar armas.
o Habilidad de Expansión Mental automática.

Tribu de los Morocanthes (no humanos)
• Los chamanes no pueden tener esclavos (como los humanos de rebaño).
o Habilidad de Defensa Espiritual (nivel 2) automática.

PRIMITIVOS HSUNCHEN (TOTÉMICOS)

Tribu Telmori (Lobos)
• Los chamanes (pueden ser hombres o mujeres) tienen roles sexuales invertidos
o Habilidad de Maestría Espiritual (nivel 2) automática.

Tribu Basmoli (Leones)
• Los chamanes no pueden descuidar el cuidado de su tribu. Morirán en combate antes que abandonarlos.
o Habilidad de Poder Interior (nivel básico) automática.

Tribu Sofali (Tortugas)
• Los chamanes no pueden mostrar violencia bajo ninguna forma si no son atacados previamente.
o Habilidad de Defensa Mágica (nivel 4) automática.

Cultos Chamánicos y Tabúes Requeridos

DIOSES DE LOS ANTEPASADOS (Daka Fal)
• Los chamanes deben respetar a los antepasados, y jamás deshonrar su memoria. Esto implica que nunca ligarán o poseerán a un pariente sin su permiso explícito, alcanzado de buena fe o por medio de un pacto sin presiones.
o Habilidad de Ocultar Alma (nivel básico) automática.

DIOSES CAZADORES
(Odayla para los orlanthis, El Hijo Pródigo en Prax, Rasout en Pamaltela, Zong para los Uz)
• Los chamanes deben asegurarse de que se realizan los rituales necesarios tras cada cacería, para no ofender a los espíritus animales, a los del bosque y la montaña. Deben enseñar el ritual de Corte Pacífico a los cazadores.
o Habilidad de Expansión del Alma (nivel 2) automática.

ALDRYA
• Solo pueden tratar con Espíritus Vegetales. Los chamanes aldryanis (ambos sexos pueden seguir esta senda) son examinados por los Jardineros antes de conferírseles la oportunidad de intentar despertar su Fetch. Siempre deberán anteponer el bienestar del bosque al suyo propio. Los Hijos del Bosque serán sus pupilos. Ellos mismos permanecen como Hijos del Bosque hasta que eventualmente se conviertan en Jardineros.
o Habilidad de Afinidad Espiritual con la Runa Vegetal (nivel 2) automática.
(esto afecta a Espíritus de Culto de algunas Deidades de la Tierra y pero NO a todos los Gnomos).
Hostilidad declarada de los Espíritus vinculados con la Runa del Caos y la Runa de la Oscuridad.

FLAMAL
(Un chamán de Flamal sigue una senda alternativa a los de Aldrya, centrada en la Fertilidad)
• Solo pueden tratar con Espíritus Vegetales. Son los seguidores del Fertilizador y por tanto toda su existencia estará centrada en los poderes de la vida. Renuncian a ejercer cualquier tipo de violencia contra seres vivos. Serán siempre considerados como Hijos del Bosque hasta que eventualmente se conviertan en Jardineros.
o Habilidad de Curar Enfermedad (nivel 2) automática.

KYGER LITOR
• Solo pueden tratar con espíritus de la Oscuridad. Las chamanes Uz son también Sacerdotisas y tienen asignado un Escarabajo Gigante guardián (aunque no siempre es un Espíritu Aliado, sino solo un animal doméstico). Hacen el voto de velar en todo momento por su comunidad y por los intereses del culto, y deben ser particularmente implacables con sus enemigos (algo bastante espontáneo en un troll, por cierto…).
o Habilidad de Afinidad Espiritual con la Runa de la Oscuridad (nivel 2) automática.
(esto afecta a Espíritus de Culto de las Deidades Uz y por supuesto a todas las Sombras).
Hostilidad declarada de los Espíritus vinculados con la Runa del Fuego y la Runa de la Tierra.

KOLAT (Tribu de las Tormentas)
• Los chamanes no pueden vivir bajo techo, en una ciudad o en una aldea, sino al aire libre, en plena naturaleza. Esto los margina parcialmente de la comunidad orlanthi, convirtiéndolos en una suerte de ermitaños anacoretas que suelen refugiarse en las colinas salvajes, lejos de las tierras de cultivo. Además suelen ser ariscos y poco sociables, teniendo la costumbre de retar a cualquier otro chamán con el que se encuentren a un duelo mágico simbólico a “primera sangre” para dejar clara la supremacía de uno sobre otro.
o Habilidad de Afinidad Espiritual con la Runa del Aire (nivel 2) automática.
(esto afecta a Espíritus de Culto de la Tribu de las Tormentas y por supuesto a todos los Silfos).
Hostilidad declarada de los Espíritus vinculados con la Runa del Caos y la Runa de la Luna.

COLMILLO NEGRO (Dios de los Ladrones de la Gran Ruina de Pavis)
• Nunca revelar secretos del culto o de sus miembros a los extraños.
o Habilidad de Ocultar Fetch (nivel básico) automática.

ESCUELA DE LAS MÁSCARAS ROJAS (Seguidores de la Vía Lunar)
• Los aprendices de chamán deben enfrentarse durante el ritual en el que intentarán despertar su Fetch a la realidad de la Iluminación. Su credo será siempre el de la Vía Lunar, pero explotan una vertiente particular que pone todo su peso en la búsqueda de conocimiento, y en la manipulación sutil de los acontecimientos para que se encaminen hacia el objetivo final marcado por la Diosa Roja.
o Habilidad de Auto-Resurrección (nivel básico) automática.

WAHA EL CARNICERO (Nómadas de Prax)
(A las tradiciones y tabúes estrictamente religiosos habrá que sumar las propias de cada Tribu)
• Los chamanes no pueden poseer rebaños (más allá de su propia montura) por lo que serán siempre mantenidos a expensas de la tribu (y en las duras condiciones de los yermos, supone que viven en el umbral de la pobreza). Nunca pueden comer carne cocinada, y están en permanente cruzada contra todo lo caótico.
o Habilidad de Extensión de Conjuros (nivel básico) automática.

PAMALT EL CAUDILLO (Tribus doraddis de la sabana pamaltelana)
(A las tradiciones y tabúes estrictamente religiosos habrá que sumar las propias de cada Tribu)
• Los chamanes doraddis juran lealtad absoluta al Caudillo tribal y a sus sucesores legítimos, algo que no es en absoluto usual entre los Hombres de los Espíritus de otras culturas, pues aunque tal vez tengan un peso político mayor al que aparentan, en cuanto a influir de una manera decisiva con sus consejos, no suelen entrar de forma tan directa en la política tribal. Pero entre los doraddis el chamán constituye uno de los pilares clave para respaldar la autoridad del caudillo, con toda la contundencia del temor reverencial que despiertan sus poderes. Esto puede suponer más problemas para el chamán que ventajas directas del poder mundano que manejará, pues le pone a las órdenes de un jefe tribal muchas veces acosado por sus rivales políticos en la comunidad.
o Habilidad de Posesión (nivel básico) automática.

BAGOG (Diosa de los Hombres Escorpión)
• Los chamanes sólo pueden intentar despertar su Fetch tras asesinar al resto de candidatos (sus compañeros) que se hayan presentado a las pruebas convocadas por su Maestro. Si no hay al menos dos candidatos se posterga cualquier convocatoria hasta que pueda celebrarse un duelo digno.
o Habilidad de Bombardeo de Conjuros (nivel 2) automática.

MALIA (Diosa de la Enfermedad)
• Los chamanes de Malia practican una suerte de conquista del poder por medio del terror. Imponen su ley a todas las comunidades adyacentes, amenazando con desatar contra cualquiera que se oponga a su voluntad las más terribles pestilencias. Unas plagas que pueden atacar indiscriminadamente a las gentes y a las bestias, a los rebaños y a las cosechas, hasta a la misma caza, que puede pasar en menos de una estación de ser rica y abundante a quedar casi completamente erradicada de un territorio… Y lo cierto es que los chamanes de Malia son temidos pero reverenciados, pues el poder de su temible Diosa les permite jugar con el palo y la zanahoria: pueden traer la pestilencia pero también poseen la llave, si no para salvarse con total seguridad, sí para tener muchas oportunidades de sobrevivir a una plaga. Y allá donde ellos están, siempre hay plagas que temer…
o Habilidad de Afinidad Espiritual con la Enfermedad (nivel 2) automática.
(esto afecta casi exclusivamente a Espíritus de la Enfermedad, pero confiere un enorme poder sobre ellos).
Hostilidad declarada de los Espíritus de la Curación y los Espíritus de la Ley.

THED (La Diosa de la Violación)
• Los adoradores de la Diosa Thed, la fertilidad caótica, deben haber nacido como broos o haberse transformado en uno de estos engendros antes de ser aceptados en el culto más allá de la condición de Miembro Laico. Cualquier chamán adscrito a esta desorganizada religión adopta las funciones de líder religioso. No existen tabúes ni limitaciones, pues vivirá por siempre siguiendo sus instintos de una forma bestial y animalesca.
o Habilidad de Atrapar Espíritus (nivel básico) automática.

Cultos Chamánicos Propiciatorios y Tabúes Pactados

OAKFED EL FUEGO SAGRADO (Uno de los Fuegos Menores)
(Adorado en Prax y los Yermos y en las sabanas de Pamaltela)
• Para tratar con esta entidad se debe adoptar el tabú de no apagar nunca ningún fuego o fogata. Simplemente deberá permitirse que se consuman por sí mismos, aunque no necesariamente de forma descontrolada.
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Controlar las Llamas (Apagar a Oakfed en Dioses de Glorantha).
(NOTA: Este conjuro sufre algunas modificaciones. Gastando 1 PER al adquirirlo, se lanza como un conjuro de Un Solo Uso pero apilable con tantos PM como gastemos en el momento de usarlo. Un buen cortafuegos…)

LA MUJER RANA
(Adorada en los Yermos)
• Quienes deseen tratar con esta entidad deben asumir el Tabú de nunca matar o comer la carne de anfibios.
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Brinco(1 PER Apilable. Ver descripción en Dioses de Glorantha).

EL DEDO NEGRO
(Espíritu Uz adorado en Guhan)
• Quienes deseen tratar con esta entidad deben asumir el Tabú de no encender jamás un fuego, o usar medios mágicos que generen luminosidad. Prohíbe conjuros como Inflamar, Luz, Brillo, Pared de Luz, Linterna…
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Ordenar a Sombra (2 PER. Ver descripción en RQB).
(NOTA: Este conjuro presenta algunas diferencias significativas con respecto a la magia espiritual -Controlar-pues su efecto es instantáneo y puede lanzarse sobre una sombra que ya se haya manifestado en nuestro Plano, mientras TODA LA MAGIA ESPIRITUAL de Controlar Especie requiere que se derrote a su objetivo en un Combate Espiritual, por lo que queda restringida a chamanes que estén en su Forma Astral).

EL ÁRBOL DE RUBÍ
(Adorado en las selvas de Pamaltela, entre Laskal y Dinal)
• Quienes deseen tratar con esta entidad deben asumir el Tabú de respetar toda vida vegetal, y en caso de tener que dañarla para subsistir, deben realizar los rituales apropiados para disculparse con el espíritu de la planta. (En términos de juego consiste en realizar un ritual de Recolección similar al de los aldryanis).
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Guardia Comunal (Ver descripción en Dioses de Glorantha).
(NOTA: Este conjuro es muy similar a un Guardia o un Crear Mercado, pero su duración está condicionada al tiempo que se mantenga la ceremonia de adoración de esta entidad por parte de la comunidad protegida. Presenta un alcance -radio- siempre capaz de englobar a todos los partícipes de esta adoración propiciatoria, aunque desaparecerá tan pronto como se interrumpa el ritual. Suele ser utilizado en momentos de gran peligro).

EL DEVORADOR DE SERPIENTES
(Adorado únicamente en un altar ambulante de las Carretas Kresh)
• Quienes deseen tratar con esta entidad deben realizar un ritual por el que devoran a una serpiente viva.
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Invocar Secuaz del Devorador de Serpientes (Dioses de Glorantha).

EL LOCO DEL CRÁTER CELESTE
(Adorado por algunos excéntricos seguidores de la Vía Lunar, en el Cráter Celeste)
• Casi toda la magia lunar es una excepción que no parece corresponderse con un culto chamánico o con una verdadera adoración propiciatoria a un Gran Espíritu. Simplemente, la Vía Lunar sigue una senda diferente… Esta entidad sólo puede ser reverenciada por los miembros de un subculto selecto de Señores de las Runas de Yanafal Tarnils, una sofisticada deidad militar de los oficiales del Ejército Imperial Lunar.
o Confiere el acceso al conjuro rúnico: Furia del Loco del Cráter Celeste (4 PER. Ver las Siete Madres).

Combate Espiritual

El daño infringido (pérdida de PM) mediante un ataque exitoso depende de los PM que tenga la entidad atacante, por lo que un combate espiritual con una criatura del Otro Mundo ligada a los márgenes de un recinto no siempre puede evitarse huyendo apresuradamente del “fantasma”.

PM actuales del Atacante Daño (Pérdida de PM)

01-05 1D2
06-10 1D3
11-15 1D4
16-20 1D5
21-25 1D6
26-30 1D6+1
31-35 2D4
36-40 2D6
41-45 2D6+2
46-50 3D6
51-55 3D6+2
56-60 4D6
61-65 4D6+2
etc… etc…

MECÁNICA DEL COMBATE ESPIRITUAL.

Capacidad de entablar Combate Espiritual:
Por definición sólo las criaturas incorpóreas pueden entablar voluntariamente un Combate Espiritual. Tan sólo a través de extraños procesos mágicos (Ataque Místico) puede una criatura mundana (un espíritu ligado a un cuerpo mortal) atacar espiritualmente a un enemigo. Siempre consideramos una excepción a los chamanes que al abandonar temporalmente su cuerpo físico pasan a comportarse en todos los aspectos como Fantasmas libres en el Plano Espiritual.

Abandonar un Combate Espiritual:
Cualquier entidad con capacidad de iniciar un Combate Espiritual puede abandonarlo cuando lo desee y retirarse siempre y cuando su contrincante no posea asimismo esta capacidad, en cuyo caso podría retenerlo atacándole a su vez. Por ello un espíritu que ataque a un mortal no tiene nada que temer si las cosas le van mal: siempre podrá liberar a su víctima del ataque y huir. Existen algunos conjuros específicos para retener a una criatura que ya ha iniciado un ataque.

Límites establecidos para el Combate Espiritual:
Nunca puede mantenerse un ataque espiritual contra varios contendientes a un tiempo, pero si se puede ser atacado por varios enemigos. Es decir, que si se recibe un ataque simultáneo deberemos decidir a qué contendiente respondemos, y limitarnos a intentar resistir a todos los demás, hasta que hayamos despachado a sus compañeros.

La Posesión Espiritual:
En el momento en que uno de los contendientes en un Combate Espiritual queda reducido a 0 PM se le considera indefenso. En este punto un ser del Otro Mundo puede introducirse en el cuerpo físico de una criatura mundana, estableciendo una Posesión Dominante o Encubierta. A partir de este punto se hace extremadamente difícil expulsarlo, y tan sólo un mago versado en exorcismos podrá ayudar a esta víctima desgraciada. Generalmente requerirá la intervención de un chamán que bajo su Forma Astral establezca un Combate Espiritual con esta entidad, o la de un Espíritu de la Curación que haga lo propio bajo el control de un Sacerdote o Sacerdotisa de las Deidades apropiadas (Chalana Arroy) o un poderoso conjuro de Neutralizar Magia de un Hechicero que expulse al Otro Mundo al Espíritu.

Algunos Nuevos Conjuros Espirituales

ALIVIAR DOLOR (Variable, Toque, Duración 1 hora por punto)
Este conjuro alivia cualquier ligero dolor, como el debido al dolor de cabeza (tan frecuente en los chamanes), menstruación, dolor de muelas, dolores musculares, cortes pequeños, magulladuras, etc. Cada punto de Aliviar Dolor contrarresta los efectos de la posesión por un Espíritu del Dolor en un percentil. Este conjuro no elimina incapacitación o la inconsciencia, ni cura enfermedades. Disponible: casi cualquier parte. Encontrado en cultos de curación y tierra.

DESTERRAR ESPÍRITU (Variable, A distancia, Instantáneo)
Lanzar sobre un solo espíritu. Si los PM del espíritu son superados, debe marcharse o perder 1D6 PM por cada punto de Desterrar. Si el atacante falla al superar los PM del espíritu, todavía perderá 1 PM por cada punto apilado de Desterrar, a menos que la magia defensiva bloqueara totalmente el efecto de este conjuro.

ATRAER ESPÍRITU (2 puntos, A distancia, Temporal)
Es un conjuro de tipo ofensivo que debe lanzarse sobre una entidad espiritual que resulte visible, bien por medios mágicos (Vista Mágica…) o por haberse manifestado en el Plano Mundano. Si se superan sus PM resultará inevitablemente atraído a entablar un Combate Espiritual con el lanzador del conjuro, siempre que se trate de una criatura espiritual con capacidad de entablar tal combate (por ejemplo no serviría con un Helión). No puede afectar a espíritus ligados en un objeto encantado o aquellos que estén realizando una posesión dominante o encubierta, pero sí a los que ya están combatiendo con otro blanco, de forma que deberán abandonarlo y enfrentarse primero con el lanzador del conjuro. Por lo tanto permite liberar del ataque a una víctima siempre que se actúe antes de que se culmine la posesión. El espíritu no podrá abandonar este combate hasta que derrote a su adversario o sea derrotado a su vez.

PANTALLA ESPIRITUAL (Variable, Temporal)
Cada punto de conjuro permite sumar 5% a la posibilidad de resistir cualquier ataque en Combate Espiritual.

GARRAS ESPIRITUALES (Variable, Temporal)
Cada punto de conjuro permite sumar 5% a la posibilidad de atacar en Combate Espiritual.

Encontrando Espíritus

Para encontrar un espíritu, el chamán se separará de su cuerpo y viaja al plano espiritual. El viaje cuesta 1D6 horas bajo la mayoría de las circunstancias.

El chamán decide qué tipo de espíritu va a buscar y deberá hacer una tirada bajo la habilidad específica de Viaje Astral. Sus posibilidades de éxito se reducen según el factor de dificultad del espíritu establecido por estas reglas. El chamán puede gastar tantos de los PM de que disponga como desee al iniciar la búsqueda, para incrementar sus posibilidades de éxito. Cada PM gastado añade circunstancialmente 1 percentil a su porcentaje en Viaje Astral.

Cálculo de la Dificultad

• Cada dado (normalmente D6) en los PM del espíritu equivale a 3 de dificultad.
• Si el espíritu tiene un bonificador a su tirada de PM, añade todo el bonificador a la dificultad base.
Por ejemplo, un espíritu con 1D6+6 PM tiene una dificultad base de 3 + 6 = 9 (3 por el 1D6 y 6 por el +6).
Un fantasma con PER 4D6 tiene una dificultad base de 12.
• Toma la dificultad base calculada hasta ahora y multiplícala por un factor basado en el nivel de rareza del espíritu para conseguir la dificultad final.

Rareza Multiplicador

Común 1
Infrecuente 2
Raro 4
Muy raro 8

Ejemplo: Mugumma, un chamán doraddi, está determinado a buscar un Helión. Los heliones son seres nativos del Otro Mundo que tienen 3D6+6 PM de media, lo que da una dificultad base de 15. Como los heliones son “raros”, este es cuadruplicado hasta resultar un total de 60. La clasificación de “raro” sitúa esta búsqueda en la Región Interior del Plano Espiritual, la más profunda, así que deberá ir con cuidado… La habilidad de Viaje Astral de Mugumma es solo de 69, y desde luego no quiere perder su tiempo (y correr estos riesgos) para tirar bajo 09 o menos en 1D100 así que gasta 18 PM (de su Fetch) para aumentar sus posibilidades reales hasta un algo más aceptable 27%. Al final, tras 1D6 horas (y 1D6 encuentros potenciales con un porcentaje igual a la PER de su Fetch) hace una tirada bajo su habilidad de Viaje Astral… y falla con un 34 ¡Mala suerte!. Ahora le costará otras 1D6 horas volver a intentarlo.

Tus posibilidades de éxito pueden ser modificadas buscando en un área apropiada. Estas áreas “propicias” siempre están derivadas de la asociación constatada de determinadas “zonas de confluencia” entre el Plano Mundano y el Plano Espiritual, cuya existencia está demostrada por efectos tales como que los necrófagos pueden ser encontrados con mayor facilidad en áreas próximas a cementerios, los fantasmas son más frecuentes en áreas donde ocurrieron recientemente grandes batallas, y los espectros donde hubo acontecimientos que desatasen gran violencia y frustración… Los templos son también una gran fuente de espíritus, aunque bastante más arriesgada.

Resultado Efecto

Crítico Se encuentra un espíritu raro o infrecuente. Alternativamente, se encuentra un Nodo.
Especial Se encuentra un Nodo de espíritus de afinidad +1D100 %.
Éxito Se encuentra el espíritu deseado.
Fallo No se encuentra el espíritu. Se puede hacer otro intento
Pifia Se encuentra otro espíritu agresivo y peligroso.

Rareza de los Espíritus

Aquí hay una lista de la rareza de algunos espíritus.

Tipo de espíritu Rareza Notas

Elemento 3 por D6 de PER común
Fantasma 12 común
Esp. de INT 6 común
Esp. de Magia 12 común
Esp. de PER 9 común
Esp. de Conjuro 3 por D6 de PER común, típicamente 1D6 PER por pto. de conjuro.
Esp. de Conjuro 6 por D6 de PER (variante) infrecuente (magia ritual, controlar, o detectar no usual)
Esp. de Conjuro 12 por D6 de PER (variante) raro (magia ritual inusual, variable inusual, especial de culto)
Esp. de Conjuro 24 por D6 de PER (variante) muy raro (conjuros especiales de cultos exóticos)
Esp. Enfermedad 24 infrecuente
Esp. Curación 24 infrecuente
Esp. Pasiones 24 infrecuente
Espectro 24 infrecuente
Kon-kon 42 raro
Necrófago 30 raro
Helión 42 raro
Ninfa 24 + mod. raro, modificador = dríade +16, bruja +20, náyade +18, oréade +16.
Esp. Conjuro Rúnico 36 + 12/pto. raro, magia divina común
Esp. Conjuro Rúnico 72 + 24/pto. muy raro, especiales de culto (sólo si el dios tiene presencia en el área)
Hombre Perverso 240 muy raro
Espectros Oníricos 24 por D6 de PER muy raro, imposible fuera de las Islas Orientales
Demonio Hielos (Hollri) 144 muy raro, imposible muy lejos de las glaciares (media = 6D6 de PER)
Hijo de Krarsht 60 muy raro
Aparición Onírica 24 por TAM muy raro
Conjuro de Hechicería 72 +1/pto. muy raro, imposible fuera de las tierras de uso de hechicería

Otros Factores de Rareza

Si un espíritu es típico, pero tiene una característica extraña, su factor de rareza es incrementado un nivel. Por ejemplo un espíritu de la pasión de la rabia es “raro” en vez de “infrecuente”, así como un Espectro que ataca a la PER en vez de a la FUE, CON o INT. Una Ninfa de piedra es “muy rara”, no solo “rara”.

Una versión más débil del espíritu supondrá generalmente un grado mayor de rareza, a pesar de la debilidad potencial de la entidad. Ejemplo: un fantasma tiene típicamente 4D6 de PER dando una rareza de 12. Para encontrar un fantasma de 3D6 de PER, se incrementa la rareza a infrecuente, dando una rareza total de 18. Algunos espíritus no pueden ser encontrados en versiones más débiles. Por ejemplo todos los Hijos de Krarsht tienen al menos 2D6+12 PM. El Hombre Perverso tiene siempre 10D6 de PER.

El hecho de

la comida en el mexico antiguo

LA COMIDA EN EL MEXICO ANTIGUO

EL MAIZ

Es originario de América. Se han encontrado restos prehistóricos de unas mazorcas pequeñisimas en el Valle de Tehuacán.

Por su importancia, el maíz se convirtió en un objeto de culto religioso y en torno a él se organizaron varios tipos de ceremonias. Antes de comerlo, lo trataban con ternura y delicadeza. Antes de cocerlo, lo calentaban con el aliento para que no sufriese con los cambios de temperatura y si encontraban algún grano en el suelo lo recogían y rezaban una oración, para disculpar el desperdicio e impedir que los dioses se vengaran produciendo sequías y hambre.

EL FRIJOL

Junto con el maíz eran parte de la alimentación básica del mexicano. Los comían con tortilla y chile todos los días.

EL CHILE

Se usaba en todo el territorio antiguo de México para condimentar la comida. Sus poderes aperitivos y digestivos lo hacían muy cotizado.

LA CALABAZA

Se utilizaba de manera refinada y práctica. Su pulpa se cocía y se condimentaba con diversos tipos de chile; de las pepitas se extraía un aceite con el que se preparaba pipián.

De otra variedad de calabazas se hacían las jícaras con las que se servían los líquidos, aunque también se utilizaban como adorno.

GUAJOLOTES Y PERROS

Había muchas variedades de aves. Los guajolotes eran la única ave domesticada. Habían perros sin pelo, que se cebaban para el consumo. Su carne era menos estimada que la del guajolote. Se dice que a veces las consumían juntas, la del guajolote arriba y la del perro abajo “para hacer bulto”.

EL MAGUEY

Los códices, antiguos documentos de los mexicanos, hablan de la importancia del maguey en la vida cotidiana y en la vida religiosa. El maguey producía la bebida sagrada, el teómetl o vino blanco, bebida de los valientes, y el octli, bebida de las clases populares que después de la conquista se llamó pulque.

Del maguey se obtenían bardas para los campos y techos para las casas. También hilo, papel, agujas, vestido, calzado, reatas, vino, vinagre, medicinas, para el mixiote, para envolver deliciosos manjares de carne y pescado.

PRODUCTOS DE AGUA

El Valle de México fue una región llena de agua y , como la antigua tenochtitlán, todavía a principios de este siglo había canales, acequias y hasta lagos en nuestra ciudad.

Los habitantes de esta zona consumían grandes cantidades de animales acuáticos, entre ellos los insectos y los huevesillos de una mosca depositados en la superficie de las aguas, una especie de pasta deliciosa llamada ahuautle.

También se comían las ranas, los ajolotes y los camarones de agua dulce. Cerca del mar se comían además distintos tipos de pescado, las tortugas, los cangrejos y las ostras.

FRUTA DEL DESIERTO

El nopal es una planta que crece en terrenos secos. De sus hojas espinosas brota una flor y luego una fruta llamada TUNA; Las hojas y la fruta calman el hambre y la sed de los habitantes de los espacios desérticos.

EL CACAO

El cacao era tan apreciado en el mundo prehispánico que se usaba como moneda. Además se bebía. El chocolate molido con agua y con maíz endulzado con miel de abeja y aromatizado con vainilla, tomado en jícaras se convertía en champurrado.

Ritos prehispanicos

Ritos.. . . . . .

La vida de los antiguos mexicanos estaba llena de rituales, no había ningún aspecto de la vida que no requiriera una parte religiosa

A continuación presentaremos algunos de los rituales con los que se debía de cumplir en la vida

1.-al nacer un niño, el padre ya había tallado un pequeño escudo de madera, al cual le era atado el trozo de cordón umbilical que le era cortado al niño , el cual le sería entregado al primer guerrero que acertara a pasar por allí , quien recibiría el encargo de enterrarlo en el primer campo de batalla al que fuera después de recibir el regalo. el cordón de una niña era atado a un huso de barro debajo de la casa. En el varón esto significaba el ser llamado al campo de batalla, y el de la niña, enterrado en la casa, ataría su tonali o destino a la casa, para que creciera para ser una hacendosa y buena esposa.

A continuación se les daba el nombre del día en el que había nacido, nombre que conservarían hasta los 7 años, cuando su regalo de cumpleaños era un nuevo nombre, el cual era consultado por un viejo llamado tonalpoqui, el conocedor de nombres. el consultaba el tonalmatl , que contenía los actos mas importantes de los dioses de cada día. así pues , si el día de tu nacimiento había caído una tormenta, podrías se r llamado nube, o nube oscura. a continuación se iba a registrar al niño en el tocayamatl, que era un libro donde todos los habitantes de cada poblado estaban registrados, a menos que murieran, fueran desterrados o se fueran a vivir permanentemente a otro lado.

También existían muchos tipos de sacrificios, dependiendo del dios o de la ocasión. Es el más conocido el sacrificio a Tonatiú, el dios-sol, en el templo mayor, cada puesta del sol. Un hecho tal vez menos conocido es la guerra Florida. Las guerras floridas eran guerras cuyo único propósito era reunir prisioneros a ser sacrificados. Tuvo su origen durante el reinado del primer Moctezuma (Moctezuma Ilhuicamina) , cuando una gran sequía , combinada con el peor invierno registrado hasta ese momento, segaron muchas vidas, hasta que se decidió hacer un sacrificio coordinado de todas las naciones afectadas para calmar a los dioses. Se organizó una guerra para tomar prisioneros, después se procedió a sacrificarlos al mismo tiempo, en el día más propicio para hacerlo según los sacerdotes. se calcula que murieron de 800 a 80000 personas ese día para aplacar la ira de los dioses, quienes mandaron lluvia ese mismo día.

2.-El calendario mexica abarcaba 52 años, que era lo que se esperaba viviera una persona, con 12 meses de 30días. El primer mes se llamaba ” el-árbol-es-levantado” y cada año tenía lugar una gran celebración por el final de los nemotemtin , los Días Huecos. En estos días toda clase de espíritus malignos vagaban por el mundo y nadie debía celebrar nada, ni reunirse en ningún lugar, ayunar y estar dentro de sus casas. Estos días eran los últimos 5 días del año, que no pertenecían a ningún mes. Pues bien, al terminar los nemotemtin se daba una gran celebración que culminaba con el sacrificio de dos niños a Tláloc, en la noche, para que Tonatiú no viera los festejos y no se pusiera celoso de su hermano dios del agua. Primero comenzaba una danza donde los niños iban vestidos de colibríes y las niñas de flores, de modo que los niños fingían sorber el néctar de las niñas. A continuación el sacerdote principal de Tláloc aparecía en lo alto del templo, soplando con su trompeta de concha, después bajaba los brazos y un trueno ensordecía a la multitud. Tláloc había hablado. El tambor de truenos , o “tambor que arranca el corazón” era tocado frenéticamente por otro sacerdote que lo golpeaba con baquetas de hule , y se entonaban los cánticos , los cuales eran a veces interrumpidos por el hoooo-hooo del búho (era como una especie de amén de los feligreses presentes) y luego gritaba el sacerdote: “Tehuan tiezquíaya in ahuehuetl in pochotl, Tlaloctzin” que significa : ¡quisiéramos estar debajo de los ahuehuetes , debajo del arbol de la ceiba, Señor Tláloc!”(equivale a pedir la protección de la deidad) Después, venia la danza de las cañas, espectáculo donde hombres y mujeres bailaban y hacían una especie de tabla gimnastica con cañas)

A continuación el interludio cómico consistía en la danza de los ancianos artriticos, que bailaban con la esperanza de que sus articulaciuones no les dolieran tanto enépoca de lluvias, era cómico porque aún cuando los ancianos lo hacían muy en serio, sus enfermedades no permitían que se movieran con gracia, dando como resultado que elpueblo se riera de ellos. Despues venía la “danza de las cosquillas”, bailada por las auyanime, cuya función era servir sexualmente a los guerreros, y sólo a ellos. La danza era tan explícita que se decía que bailaban con compañeros invisibles.

El gran final, era el sacrificio de unos niños, un niño y una niña, a Tláloc. Primero los pellizcaban p’ara que lloraran y estuvieran tristes, se creiía que mientras más lloraran, más lluvias tendría el año. Después se les aplicaba una mascarilla de hule caliente y eran inmediatamente arrojados a una pila , que hacía que el hule se endureciera y no los dejara respirar, y así morirían ahogados.

Dioses prehispanicos

DIOSES

HUITZILOPOCHTLI
“Colibri Siniestro” fue el dios principal de los Mexicas. Hijo de Coatilicue y hermano de Coyolxauhqui. Dentro de la mitologia de los Aztecas ocupa el lugar principal, incluso delante de su madre Coatlicue (la de la falda de serpientes). Se practicaban sangrientas ceremonias en su honor. Era una divinidad de horror y sangre a la que se levantaron templos majestuosos en el centro de Tenochtitlan, y en honor de la cual se efectuaron sangrientos sacrificios humanos. Se le llamo tambien Mexitli y con otros nombres, pero en todo caso era una divinidad temida por sus propios fieles, y que su culto conducia siempre a la muerte.

Ha sido identificado con el sol. Generalmente su imagen era representada con un yelmo de colibrí en la cabeza con una mano sostiene una serpiente de turquesa y con la otra un escudo con cinco adornos de plumones y una bandera ritual y el

COATLICUE
Coatlicue (La de la falta de serpientes), se representa como una mujer decapitada, de cuyo cuello surge dos cabezas de serpientes, que simbolizan corrientes de sangre. Sobre los senos caídos luce un collar de corazones y manos y un pendiente de cráneos que simbolizan la vida y la muerte. Falda de serpientes entrelazadas y sujetas atrás por un broche de cráneo con cascabeles y fiecos. Las manos se representan por cabezas de serpientes con las fauces abiertas y los pies con garras de águila. En la base tiene esculpido un Tlaltecuhtli, el señor de la tierra. Sangrientas ceremonias se practicaban en su honor, igual que lo hacían en honor de su hijo. Fue madre de muchos hijos, siendo los principales Huitzilopochtli y Coyolxauhqui. Es su figura una de las más importantes en la Sala Azteca del Museo Nacional de Antropología en la Ciudad de México.

COYOLXAUHQUI Coyolxauhqui es una representación de la Luna. Se le representa en la forma de una cabeza cercenada por su hermano Huitzilopochtli, que es también el dios Sol. Por eso su aspecto es de una muerta que tiene los ojos esculpidos en forma de media luna. Sus mejillas están adornadas con cascabeles de plumón, éstas relacionadas con el sacrificio. Sus orejas y el adorno labial representan los rayos solares. En la parte inferior figuran los símbolos de la guerra sagrada y el sacrificio. Se le llama también Coyolxauhqui-Chantico, patrona del fuego y representan la Luna, sacrificada por el Sol.

XOCHIPILLI
Xochipilli, dios de las Flores (o Príncipe de las Flores), deidad del amor, el baile, la poesía símbolo del verano, la alegría, la abundancia, la vegetación, y las cosechas. Como dios de la danza lleva una máscara de madera cuyo borde inferior se percibe debajo de la barba. Viste una capa adornada con flores y un moño cuyas puntas terminan en flecos y cascabeles. Sus manos están dispuestas en forma de sostener un ramo de flores. Está sentado en su trono de flores xiuhcoatl “serpiente preciosa” su arma mágica.

El origen del Dios Mexica Huitzilopochtli

Mucho honraban los mexicas a Huitzilopochtli,
sabían ellos que su origen, su principio
fue de esta manera:

En Coatepec, por el rumbo de Tula,
habia estado viviendo,
allíhabitaba una mujer
de nombre Coatlicue.
Era madre de los cuatrocientos Surianos
y de una hermana de éstos
de nombre Coyolxauhqui.

Y esta Coatlicue allí hacía penitencia,
barría, tenía a su cargo el barrer,
así hacía penitencia,
en Coatepec, la Montaña de la serpiente.
Y una vez,
cuando barría Coatlicue,
sobre ella bajó un plumaje,
como una bola de plumas finas.
En seguida lo recogió Coatlicue,
lo colocó en su seno.
Cuando terminó de barrer,
buscó la pluma, que había colocado en su seno,
pero nada vio allí.
En ese momento Coatlicue quedó encinta.

Al ver los cuatrocientos Surianos
que su madre estaba encinta
mucho se enojaron, dijeron:
“Quién le ha hecho esto?,
quién la dejó encinta?
Nos afrenta, nos deshonra.”

Y su hermana Coyolxauhqui
les dijo:
“Hermanos, ella nos ha deshonrado,
hemos de matar a nuestra madre,
la perversa que se encuentra ya encinta.
Quién le hizo lo que lleva en el seno?

Cuando supo esto Coatlicue,
mucho se espantó,
mucho se entristeció.
pero su hijo Huitzilopochtli, que estaba en su seno,
la confortaba, le decía:
“No temas,
yo sé lo que tengo que hacer.”
Habiendo oído Coatlicue
las palabras de su hijo,
mucho se consoló,
se calmó su corazón,
se sintió tranquila.

Y entretanto, los cuatrocientos Surianos
se juntaron para tomar acuerdo,
y determinaron a una
dar muerte a su madre,
porque ellos la habían infamado.
Estaban muy enojados,
estaban muy irritados,
como si su corazón se les fuera ha salir.
Coyolxauhqui mucho los incitaba,
avivaba la ira de sus hermanos,
para que mataran a su madre.
Y los cuatrocientos Surianos
se aprestaron,
se ataviaron para la guerra.

Y estos cuatrocientos Surianos,
eran como capitanes,
torcían y enredaban sus cabellos,
como guerreros arreglaban su cabellera.
Pero uno llamado Cuahuitlícac
era falso en sus palabras.
Lo que decían los cuatrocientos Surianos,
en seguida iba a decírselo,
iba a comunicárselo a Huitzilopochtli.
Y Huitzilopochtli le respondía:
“Ten cuidado, está vigilante,
tío mío, bien sélo que tengo que hacer.”ç

Y cuando finalmente estuvieron de acuerdo,
estuvieron resueltos los cuatrocientos Surianos
a matar, a acabar con su madre,
luego se pusieron en movimiento,
los guiaba Coyolxauhqui.
Iban bien robustecidos, ataviados,
guarnecidos para la guerra,
se distribuyeron entre sí sus vestidos de papel,
su anecúyotl, sus ortigas,
sus colgajos de papel pintado,
se ataron campanillas en sus pantorrillas,
las campanillas llamadas oyohualli.
Sus flechas tenían puntas barbadas.

Luego se pusieron en movimiento,
iban en orden, en fila,
en ordenado escuadrón,
los guiaba Coyolxauhqui.
Pero Cuahuitlícac subió en seguida a la montaña,
para hablar desde allía Huitzilopochtli,
le dijo:
“Ya vienen.”
Huitzilopochtli le respondió:
“Mira bien por dónde vienen.”
Dijo entonces Cuahuitlícac:
“Vienen ya por Tzompantitlan.”
Y una vez más le dijo Huitzilopochtli:
“Por dónde vienen ya?”
Cuahuitlícac le respondió:
“Vienen ya por Coaxalpan.”
Y de nuevo Huitzilopochtli preguntóa Cuahuitlícac:
“Mira bien por dónde vienen.”
En seguida le contestó Cuahuitlícac:
“Vienen ya por la cuesta de la montaña.”
Y todavía una vez más le dijo Huitzilopochtli:
“Mira bien por dónde vienen.”
Entonces le dijo Cuahuitlícac:
“Ya están en la cumbre. ya llegan,
los viene guiando Coyolxauhqui.”

En ese momento nació Huitzilopochtli,
se vistió sus atavíos.
su escudo de plumas de águila,
sus dardos, su lanza-dardos azul,
el llamado lanza-dardos turquesa.
Se pintó su rostro
con franjas diagonales,
con el color llamado “pintura de niño”.
Sobre su cabeza colocó plumas finas,
se puso sus orejeras.
Y uno de sus pies, el izquierdo era enjuto,
llevaba una sandalia cubierta de plumas,
y sus dos piernas y sus dos brazos
los llevaba pintados de azul.

Y el llamado Tochancalqui
puso fuego a la serpiente hecha de teas llamada Xiuhcóatl,
que obedecía a Huitzilopochtli.
Luego con ella hirió a Coyolxauhqui,
le cortó la cabeza,
la cual vino a quedar abandonada
en la ladera de Coatépetl.
El cuerpo de Coyolxauhqui
fue rodando hacia abajo,
cayó hecho pedazos,
por diversas partes cayeron sus manos,
sus piernas, su cuerpo.

Entonces Huitzilopochtli se irguió,
persiguió a los cuatrocientos Surianos,
los fue acosando, los hizo dispersarse
desde la cumbre del Coatépetl, la montaña de la culebra.
Y cuando los había seguido
hasta el pie de la mosntaña.
Cuatro veces los hizo dar vueltas.
En vano trataban de hacer algo en contra de él,
en vano se revolvían contra él
al son de los cascabeles
y hacían golpear sus escudos.

Nada pudieron hacer,
nada pudieron lograr,
con nada pudieron defenderse.

Huitzilopochtli los acosó, los ahuyentó,
los destruyó, los aniquiló, los anonadó.
Y nie entonces los dejó,
continuaba persiguiéndolos.
pero, ellos mucho le rogaaban, le decían:
“Basta ya!”

Pero Huitzilopochtli no se contentó con esto,
con fuerza se ensañaba contra ellos,
los perseguía.
Sólo unos cuantos pudieron escapar de su presencia,
pudieron librarse de sus manos.
Se dirigieron hacia el sur,
se llamaban Surianos,
los pocos que escaparon
de las manos de Huitzilopochtli.

Y cuando Huitzilopochtli les hubo dado muerte.
Cuando hubo dado salida a su ira,
les quitó sus atavíos, sus adornos, su anecúyotl,
se los puso, se los apropió,
los incorporó a su destino,
hizo de ellos sus propias insignias.

Y este Huitzilopochtli, según se decía,
era un portento,
porque con sólo una pluma fina,
que cayó del vientre de su madre, Coatlicue,
fue concebido.
nadie apareció jamás como su padre.
A él lo veneraban los mexicas,
le hacíanb sacrificios,
lo honraban y servían.
Y Huitzilopochtli recompensaba
a quien así obraba.
Y su culto fué tomado de allí,
de Coatépec, la montaña de la serpiente,
como se practicaba desde los tiempos más antiguos.

Fuentes:

León Portilla, Miguel. Los Antiguos Mexicanos. México., Editoral Fondo de Cultura Económica. Colección Popular. Undécima reimpresión, 1995. Páginas 200.

León Portilla, Miguel. Literaturas de Mesoamérica. México., Editorial del Consejo Nacional de Fomento Educativo. Colección Cien de México. Primera edición, 1984. Páginas 277.

«Dawn» o El anacronismo mitológico de un drama1

«Dawn» o El anacronismo mitológico de un drama1

ArribaAbajo
Trasfondo

Al escritor chicano Alberto Urista Heredia (1947-) -mejor conocido por todos los estudiosos de la literatura chicana como Alurista- se le ha considerado como paladín de la poesía chicana, sobre todo durante las décadas de los sesenta y de los setenta. La característica que lo define es su «indigenismo mitológico», aunque esto no quiere decir que se haya desligado de la problemática histórica contemporánea del chicano. Hay muchos ejemplos que confirman esto último. Sin embargo, si se fueran a catalogar a los poetas del Movimiento Chicano de los sesenta y setenta -de acuerdo a la temática e imaginería-, él sobresaldría con mucho sobre sus colegas, a causa, precisamente, del elemento mitológico.

Aunque pronunciar su nombre equivale a pensar en «poesía», el poeta ha escrito también ensayo, cuento y drama. Si echamos un vistazo general a la trayectoria de su producción literaria, tendríamos que decir que en Alurista se observan dos épocas: la primera, en donde enfatiza la lejana mitología espacio-temporal de los mayas y de los aztecas y, en la segunda, en donde -sin dejar la mitología precortesiana- se vuelve más hacia una combinación del pasado mitológico con el presente chicano. Es importante anotar que Alurista, como poeta sobre todo, hizo del mitológico Aztlán el centro centrípeto y centrífugo de su vida y de su obra (Bruce-Novoa, 265-287).

Aunque, como decíamos, a Alurista se le conoce más bien como poeta, aquí nos ocuparemos del género drama. Que sepamos, en lo que se refiere al género dramático, sólo ha escrito uno, Dawn, publicado por primera vez en la editorial Quinto Sol, Serie El Grito (1974) y, poco después, reeditado por la editorial Notre Dame University Press, en Contemporary Chicano Theater (1976), editado por Roberto Garza.

Se ha escrito mucho ensayo sobre su voluminosa obra poética (Eger, 95-97), pero, como indicamos antes, y que sepamos nosotros, no ha aparecido ningún artículo crítico sobre este drama tan diferente a lo que se ha venido escribiendo y publicando dentro del género dramático chicano. Ni siquiera se hace mención de él en el volumen más completo hasta la fecha dedicado enteramente al drama chicano, intitulado Chicano Theater (1982), del conocido crítico chicano Jorge Huerta. No hay más que pensar en los dramaturgos más conocidos, como Luis Valdez (The Dark Root of a Scream, 1973) o en la escritora y dramaturga chicana, Estela Portillo-Trambley (Blacklight, 1983), para comprobar lo que acabamos de decir. Si bien ambos incluyen en sus obras la mitología precolombina, ninguno de los dos va tan lejos como Alurista al tratar a personajes mitológicos como si fueran protagonistas descarnados. Además, hay que añadir que este drama, en inglés, está todo él escrito en forma de verso corto y arrítmico, dejos claros de un poeta a quien no le viene muy bien el género dramático de hoy día.

ArribaAbajo
Argumento

El argumento de Dawn/El amanecer, es bastante sencillo: la brutalidad perpetrada por los imperios español y norteamericano contra el indio y el mestizo, respectivamente, se revela en la escena de una corte, y los crímenes, por consiguiente, tienen que ser castigados. Estos crímenes no son necesariamente ajenos a los mismos imperios indios precortesianos, como pudiera esperarse románticamente hablando. También se ventilan los crímenes cometidos entre éstos. Se hace, además, breve recuento de la destrucción del imperio azteca por los españoles y, por fin, se enjuicia severamente al imperialismo anglosajón, simbolizado por los nuevos dioses Pepsicoatl y Cocacoatl. A causa de que sus personajes son en su mayoría entes divinos, y debido a su connotación religiosa, se ha dicho que este drama tiene gran semejanza con los «autos sacramentales» españoles (Ríos, 2), aunque el mismo Alurista se siente incómodo con esta comparación (Rojas, 27).

El drama consta de tres actos. En el primero («The Hunt/La cacería»), el único tema que se trata es el de la persecución, el sadismo y la matanza de los pueblos indefensos por los dominadores. No solamente los «hombres» son responsables por estos crímenes, sino que también varios de los «dioses» son culpables y tienen que responder ante el tribunal. La metáfora clave, que se convierte en alegoría, es la de «The Hunt/La cacería», o sea, el proverbial homo hominis lupus.

El segundo acto lleva por título «The Tribunal/El tribunal», es decir, el juicio o proceso de los culpables. Si en el primer acto los personajes aparecen ante el Concejo de los Ancianos y se pasa revista sobre el trasfondo histórico de las guerras y crímenes perpetrados, aquí se presentan los crímenes de cada uno de ellos y se les ofrece la oportunidad de defenderse ante las acusaciones hechas por los oprimidos y por el Concejo mismo. Los transgresores, al final, serán castigados. No hay apelación posible. Mueren violentamente algunos e, incluso, la nueva diosa Cocacoatl, símbolo del imperialismo anglosajón, quien, después de ser violada y enjuiciada, muere de parto.

El tercer acto, «The Labor/El parto», trata de la gestación, del nacimiento y de la consiguiente agonía de la nueva diosa Cocacoatl al dar a luz a gemelos o mellizos, que simbolizan al nuevo «mestizo»: el anglochicano. Con este hecho se llevan a cabo dos cosas: el símbolo de la opresión del imperio capitalista muere; y el desenlace o dénouement de la obra dramática y la síntesis final de las fuerzas opuestas, culminan en el parto.

ArribaAbajo
Escenografía

En los tres actos, el escenario se presenta en una forma sencilla. En el primero, los elementos decorativos son los típicamente apropiados para el desierto del suroeste: cactos y rocas. Ambos relacionados al tiempo presente y al espacio del chicano. A ellos se le añaden el «árbol de la vida» y unos «ojos de dios» huicholes, que están relacionados, a su vez, a la cultura precortesiana. Además, uniendo el pasado al presente, aparece la tradicional y famosa «danza del venado». Transcribimos el breve aparte.

Tree of life with huichol god’s eyes hanging from its branches dominates stage. Cactus and rocks are the only other scenery. Choreographed to the «deer dance» of the Yaqui. Council of Elders opens the chorus.

(105)

Dominando el escenario habrá un «árbol de la vida» y un «ojo-de-dios» huichol que cuelga de sus ramas. También habrá cactos y rocas. Como trasfondo, se ejecuta la «danza del venado». El Concejo de los Ancianos, en coro, dará comienzo a la representación dramática.

(Nuestra la traducción).

La coreografía del segundo acto cambia completamente. Estamos en un presente muy actual, sin referencia al pasado. Si el diseño del primer acto era rural, ahora se convierte en netamente urbano y tecnológico. Hay una mesa redonda, en forma de media luna, que recuerda un tribunal o corte. Hay testigos (mexicanos, chicanos y nativos americanos) y hay reos (angloamericanos). La audiencia funge de jurado, desempeñando el papel que tenía el coro griego. Y, detrás de la mesa tribunalicia, cuelga una pantalla sobre la que se proyectarán diapositivas, mostrando a la Raza que protesta contra la brutalidad policial, reminiscencia todo ello de los años del Movimiento Chicano de los sesenta y setenta.

Round table dominates stage. Screen for slides is directly above. Slides of protesting Raza and rioting police are shown throughout. Witnesses [Mexicanos, Chicanos and Chimalma] face Pepsicoatl and Cocacoatl. Huehueteotl presides as judge facing audience. Audience is jury. Huehueteotl opens with indictment.

(114)

Habrá una mesa redonda en el centro del escenario. Sobre la mesa, y detrás de ella, habrá una pantalla en la que se estarán proyectando continuamente diapositivas que muestran protestas de chicanos y redadas de la policía. Unos testigos [mexicanos, chicanos y Chimalma] estarán enfrente de Cocacoatl y Pepsicoatl. El dios Huehueteotl fungirá de juez, mirando hacia la audiencia. Esta desempeñará el papel de jurado. Al comenzar la escena, el dios-juez Huehueteotl presentará la denuncia.

(Nuestra la traducción).

La escenografía del tercer acto es muy semejante a la del primero: cactos, piedras y el «árbol de la vida», del que cuelgan «ojos-de-dios» huicholes. Ahora se le añade otro elemento: el del «fuego», a cargo del cual está Mixcoatl.

Stage is dominated by the tree of life with hanging Huichol god’s eyes and a fire. The fire is towards the stage on the left of the audience and the tree farther back towards the right. Scattered cactus and rock. Mixcoatl is guarding the fire. Huehueteotl speaks to the fire. It is dark, the sun rises.

(129)

En el centro del escenario habrá un «árbol de la vida» y un «ojo-de-dios» huichol que cuelga de las ramas. También habrá un «fuego» que se colocará en el escenario a la izquierda de la audiencia y el árbol se colocará a la derecha. Se pondrán cactos y rocas esparcidas por el escenario. Mixcoatl cuidará del fuego. Huehueteotl le habla al fuego. Está a oscuras. Sale el sol.

(Nuestra la traducción).

Es el amanecer o dawn. Con esto se vuelve al pasado y se retorna a los símbolos del indigenismo histórico y mítico, como en el primer acto. Es decir, se cierra el círculo dramático.

ArribaAbajo
Los personajes

Hay doce personajes, a los que hay que añadir un grupo, representado por el Concejo de los Ancianos, para formar un total de trece. Este número es muy simbólico, como veremos más adelante, al hablar de la estructura calendárica del drama. De los trece, nueve son personajes míticos, dioses o semidioses. De los cuatro restantes, dos son alegóricos (Pepsicoatl y Cocacoatl), pero con fondo muy real y de actualidad; y los otros dos son personajes de carne y hueso (un Mexicano y un Chicano). Esta primera observación, de base cuantitativa, ya nos indica qué tipo de drama es Dawn/El amanecer. Además hay que añadir que, cuantitativamente hablando, los personajes míticos y alegóricos aparecen en escena con más frecuencia que los de carne y hueso. Así, a Cocacoatl la vemos 10 veces en escena; a Pepsicoatl, 8; a Chimalma, 5; al Concejo de los Ancianos, a Huehueteotl y al Chicano, 3 veces cada uno; a Quetzacoatl, a Mexicoatl y al Mexicano, 2 veces cada uno; y a los restantes, Cihuacoatl, Huitzilopochtli, Tezcatlipoca y Coatlicue, una vez cada uno. Podemos notar de nuevo que, numéricamente hablando, los personajes mitológicos y alegóricos predominan en la escena, si exceptuamos al Chicano, que, aunque de carne y hueso, aparece 3 veces. Esto era de esperarse, por tratarse de Alurista y de un drama chicano, con cargamento mitológico. El significado simbólico de los personajes ayuda a enriquecer la interpretación simbólica de la obra dramática (León-Portilla, 78-200).

Pasando ahora al parlamento de los personajes, se hace notorio un detalle muy importante en el primer acto: van entrando en escena uno por uno, separadamente, y cada uno de ellos va exponiendo su historial no sólo a través de sus vidas, sino también de sus pueblos respectivos, puesto que son símbolos de estos últimos. No hay diálogo ni interrupciones en sus parlamentos. Es una serie de monólogos que ocupan diez páginas. A continuación transcribimos un pasaje, como muestra.

Huitzlopochitli
blood, blood
it is i thirst for
flesh, flesh
it is i hunger for
war is my name
son of Coatlicue
brother of darkness
brother of fear
blood, flesh and bones
Huitzilopochtli’s soup
and roasted heart
but come oh brother!
bring your smoke
onto our mirror
come oh brother
to the hunt!

(109-110)

Huitzilopochtli
sangre, sangre
yo soy el que tengo sed de
carne, carne
el que tengo hambre de
la guerra es mi nombre
la cacería es mi juego
hijo de Coatlicue
hermano de las tinieblas
hermano del miedo
sangre, carne y huesos
caldo y corazón asado
de Huitzilopochtli
pero, ven ¡oh hermano!
trae tu humo
a nuestro espejo
ven ¡oh hermano
a la cacería!

(Nuestra la traducción).

Todas las confesiones y presentaciones monologadas, como la anterior, están presididas por el Concejo de los Ancianos, que abre y cierra el acto. La función de este Concejo equivale, como ya se indicó antes, a la que desempeñaban los Coros en las tragedias griegas. Son los sabios, en cuyas memorias se guarda el depósito de la tradición, y cuya palabra es sabia e inapelable. Son los que recuentan y mantienen el transcurso del tiempo. El representante y portavoz del Concejo de los Ancianos es el viejo dios del fuego, Huehueteotl, que recuenta la historia que transcurre desde el tiempo de los aztecas hasta la llegada del imperio anglosajón, representado por la pareja Pepsicoatl y su mujer Cocacoatl, pasando por la época intermedia de la dominación española. Es interesante notar, parentéticamente, que no hay ningún personaje que represente a la conquista y colonización españolas, a no ser por una breve referencia a la cruz y a la espada, y al «21 de abril de 1519», fecha del comienzo de la conquista de México por Hernán Cortés. Hay que añadir aquí que estos dos personajes/dioses nuevos, Pepsicoatl y Cocacoatl, están sacados de la obra Tiempo mexicano, de Carlos Fuentes, en donde aparecen como «símbolos del capitalismo» americano (Rojas, 27).

Digno de notar es el hecho de que los siete personajes que aparecen en el primer acto, son todos ellos mitológicos: dioses o semidioses. Además, estos personajes se presentan en dobles: los buenos y los malos. Los bandos no son los indígenas contra los europeos o blancos, sino que este dualismo maniqueísta y dialéctico se extiende e incluye a ambos bandos entre sí. Por ejemplo, Coatlicue y sus dos hijos Huitzilopochtli y Tezcatlipoca pertenecen al bando de las fuerzas negativas y del mal, mientras que Quetzacoatl y su esposa Cihuacoatl representan los polos positivos o del bien. Pepsicoatl y Cocacoatl simbolizan las fuerzas reaccionarias, aunque Cocacoatl, esposa de Pepsicoatl, se desdobla en fuerza negativa (al principio) y positiva (al final del drama). Una vez expuestos lo parlamentos de los personajes de los dos bandos, el Concejo de los Ancianos clausura el primer acto, pasando revista a la historia que guardan en su memoria desde el tiempo de los aztecas hasta la época presente del chicano. En este acto no ha habido diálogo ni acción. Han sido confesiones monologadas.

En el segundo acto, con escenografía contemporánea, urbana y tecnológica, comienza el diálogo y se desencadena la acción, a veces violenta. Abre la escena el viejo dios del fuego Huehueteotl -como en el primer acto- y, a los personajes del primer acto, se suman el Mexicano, el Chicano y la india Chimalma. Como se había dicho antes, los únicos personajes de «carne y hueso» son el Mexicano y el Chicano. Chimalma, aunque bastante real, simboliza al elemento indio, más bien de Norteamérica que de México. Es la encarnación de lo bueno, del curanderismo, de la sabiduría popular y de la partera que, en el tercer acto, ayudará a Cocacoatl a dar a luz.

Chimalma
lets walk
under the tree
now
face the sun
the branches
to the East
are low
grab hold
of one
and squat
do not fight
your children
in their birth
they will seek
the light
alone
let them be
born
you bear
the
pain
of dawn

(130)

Chimalma
Caminemos
bajo el árbol
ahora
mira hacia el sol
las ramas
que dan al Este
están bajas
agárrate
de una
y empuja
no te opongas
a que tus hijos
nazcan
buscarán
la luz
solos
déjalos
que nazcan
tú llevas contigo
el
dolor
del alba

(Nuestra la traducción).

Los dos hijos (varón y mujer) que nacen en este momento histórico simbolizarán la nueva raza del anglochicano.

Cuando llegamos al tercer acto, ya la mayor parte de los personajes han desaparecido de la escena. Bajo la escenografía del «árbol de la vida», los «ojos-de-dios» y el terreno desértico, presenciamos el parto de Cocacoatl. Abre este acto el dios del fuego Huehueteotl, y lo clausura el Concejo de los Ancianos. Entre el principio y el final, los únicos personajes en escena son la india Chimalma y la parturienta Cocacoatl. Aunque el simbolismo es muy trascendental, la escena es muy sencilla y, por ende, también muy humana.

Chimalma
under
this tree
peace is
with you
and death
holds
no darkness
in your
path
walk on
return
to earth
earth
welcomes
you
your flesh
to be
her flesh

(131)

Chimalma
bajo
este árbol
la paz
sea contigo
y a tu muerte
no le acompañará
la oscuridad
en tu camino
sigue caminando
vuélvete a la tierra
la tierra te da
la bienvenida
tu
carne
será
su carne

(Nuestra la traducción).

Cocacoatl muere de parto. La escena cambia. Chimalma cubre el cadáver de Cocacoatl y, en ese momento, aparece en escena un grupo de niños bailando alrededor de la nueva semidiosa difunta y del árbol de la vida. De este modo Huehueteotl y Mixcoatl reciben a los recién nacidos. Los dioses aborígenes serán los protectores y guías de los neomestizos.

Este es el único acto y escena en que sentimos el calor humano dentro de la disyuntiva de las fuerzas dialécticas en conflicto que se sintetizan a base de un hecho esperanzador para el futuro de una nueva raza: el nacimiento de un nuevo «mestizo», el anglochicano.

ArribaAbajo
El tiempo y el espacio: elementos estructuradores

Muy brevemente se tocará aquí el doble tema del tiempo y del espacio, porque esto corresponde, por estar entretejido, al tema general y central de la obra. Baste con decir que los espacios teatrales y geográficos son aquellos que corresponden a los territorios en que ahincaron sus raíces los chicanos desde tiempos inmemoriales, es decir, parten del mítico-histórico Aztlán para encaminarse al antiguo valle de México, y volver otra vez al nuevo Aztlán, o sea, el presente Suroeste de Estados Unidos.

El tema del espacio está intricadamente entretejido con la coordenada del tiempo. El drama, aunque comienza supuestamente desde la perspectiva del presente, se remonta a los orígenes de los aztecas, cuando éstos eran todavía un pueblo errante. Pero el ímpetu del drama realmente comienza con la caída del imperio azteca, a causa de la conquista española. En la crítica áspera contra las luchas internas («la guerra florida») se implica que la caída de Tenochtitlán fue debida, no exclusivamente a la agresión perpetrada por los españoles, sino más bien, y sobre todo, a la desavenencia entre las tribus precortesianas.

Si bien en el primer acto se baraja bastante esta época antigua de gloria -y, al mismo tiempo, de rencillas entre los indígenas-, por medio de la técnica de la alegoría y del simbolismo esa época antigua se une al presente, elevando así a las compañías americanas, representativas del nuevo imperio, a la categoría de dioses: Pepsi(coatl) y Coca(coatl), asemejándolos a otros dioses indígenas cuya desinencia termina en coatl, como Quetzacoatl. Así que, por medio de este truco técnico, se enlazan dos épocas muy lejanas para revelar el ciclo de las edades históricas de guerras y de represiones engendradas por los diversos imperios contra el indígena y el chicano.

Llegados a este punto, nos vemos obligados a señalar otro elemento íntimamente engarzado con el del tiempo: el del calendario. Se tratará muy brevemente aquí, porque este asunto ocuparía en sí y por sí solo un ensayo entero. Quisiéramos indicar, sin embargo, que, aunque muy interesante desde el punto de vista estructurador, el tema calendárico es una intrusión que desvirtualiza al drama. Nos referimos a que el dramaturgo lo usa con vistas proféticas, tan específica una de ellas, que resulta históricamente falsa. Se trata del renacimiento del «quinto sol», exactamente el 16 de agosto de 1987, de acuerdo a sus cálculos y medidas, basados en «la rueda de los años» y en el «ciclo» o «atadura» de 52 años (León-Portilla, 56-60).

La «rueda de los años» viene representada por cuatro grupos de a 13 años cada uno. Los grupos son los siguientes: el de la «caña», que corresponde al Este; el del «pedernal», que corresponde al Norte; el de la «casa», que corresponde al Oeste, y el del «conejo», que corresponde al Sur. Multiplicando estos 4 grupos -de a 13 años cada uno- por 4, nos da el total de 52, que equivale a un «ciclo» o «atadura». Si después multiplicamos la «atadura» de 52 por los nueve «infiernos», nos da un total de 468 años. Y si ahora restamos de 1987 (el «sexto sol»/chicano) 1519 -año en que Cortés conquistó a los aztecas que gozaban del comienzo del «quinto sol» o época-, nos da como resultado 468 años. Es decir que, de acuerdo a los cálculos del calendario azteca, hechos por el dramaturgo, 1987 sería el año en que continuaría o renacería el «quinto sol», o época del «movimiento», como era conocido entonces por los aztecas. O, si se prefiere, deberíamos haber comenzado en 1987 un «sexto sol», el del mestizo «anglochicano». Nada de esto parece haber ocurrido, por lo menos notoriamente.

ArribaAbajo
Conclusión

A modo de conclusión, quisiéramos, además de resumir lo dicho, presentar una corta evaluación del drama. Hemos visto que el tema de Dawn/El amanecer fue el de poner en perspectiva histórica tres imperios: el azteca, el español y el anglosajón. El concepto que tenemos es el de que todo imperio implica opresión. Luego, el propósito didáctico del drama es el de exponer las injusticias y crueldades cometidas, a través de la larga historia, por los fuertes y opresores sobre los débiles y oprimidos. En otros términos, que «la historia se repite». Pero, en este caso, se trata del chicano y su ascendencia en la historia, a quien le tocó sucesivamente salir de una opresión para caer en otra. Por tanto, es al chicano a quien le corresponde impartir la justicia, en este caso, por medio de la venganza, y en particular a través de la violación de Cocacoatl, llevada a cabo por el personaje simbólico/colectivo, El Chicano. De acuerdo a los cálculos del calendario azteca, el dramaturgo profetiza que en agosto de 1987 debiera haber ocurrido un renacimiento del «quinto sol» o, si se prefiere, el comienzo del «sexto sol» -Chicano. Todavía no hemos visto el resultado. Lo cierto es que el personaje, bajo el nombre genérico de Chicano, le hace el amor/viola a Cocacoatl, de cuyo vientre nacerá el «nuevo mestizo» (i. e., el anglochicano) que regirá el destino de una nueva raza.

En cuanto a los personajes, hemos señalado que la mayor parte de ellos son mitológicos. Por tanto, aunque interesantes en sí, por su propia naturaleza «irreal», no llegan a establecer una relación emotiva con el lector/audiencia. Solamente los dos personajes de «carne y hueso», es decir, el Mexicano y el Chicano, parecen poder relacionarse con el presente. Pero su participación en la escena es corta y, por tanto, secundaria.

En general, el drama nos da la impresión de ser bastante seco, frío y, sobre todo, abstracto, por no decir cerebral. Esta apreciación la emitimos pensando en el lector y la audiencia. Que sepamos, este drama nunca se ha llevado a la escena. Y nos parece que sería bastante improbable que tuviera éxito, en particular y precisamente, ante una audiencia chicana, aunque esta observación parezca irónica. Y esto por dos motivos: por una parte, porque la mayoría de los personajes son semidioses mitológicos antiguos, o sea, descarnados. Y, por otra, aunque se traiga al presente el pasado azteca, raíz biológica muy real del chicano, la falta de conocimiento de la mitología religiosa y de la experiencia vivencial por parte del pueblo méxico-chicano, son evidentes.

Por último, a pesar de algunos fallos, nos parece que el dramaturgo tuvo también algún acierto. Por una parte, desde el punto de vista escenográfico, supo coordinar y entretejer muy bien las tres etapas temporales o épocas muy distintas y distantes entre sí para hacer un todo artístico aceptable. Por otra parte, el dramaturgo prenuncia la tercera etapa en donde se llevará a cabo el futuro mestizaje por medio de la violación de Cocaoatl, la que dará a luz dos mellizos (varón y mujer, Adán y Eva) que serán el origen de una nueva raza: la del anglo-chicano. En ello vemos una réplica de Cortés y de la Malinche.

ArribaAbajo
Bibliografía consultada

Alurista. Dawn. En Roberto Garza, Contemporary Chicano Theater. South Bend: Notre Dame University Press, 1976, 103-134.

Bruce-Novoa, Juan. «Alurista». En Chicano Authors: Inquiry by Interview. Austin: University of Texas Press, 1980, 265-287.

Eger, Ernestina. «Alurista». En A Bibliography of Criticism of Contemporary Chicano Literature. Berkeley: Chicano Studies Library Publications, 1980, 95-97.

Huerta, Jorge. Chicano Theater: Themes and Forms. Ypsilanti: Bilingual Press/Editorial Bilingüe, 1982.

León-Portilla, Miguel. Los antiguos mexicanos. México: Fondo de cultura económica, 1985.

Poritllo-Trambley, Estela. Blaklight. En Sor Juana and Other Plays. Ypsilanti: Bilingual Press/Editorial Bilingüe, 1983, 101-142.

Ríos, Herminio. Chicano Drama (El Grito Book Series), 7, Book 4 (June-August 1974).

Rojas, Guillermo. «Alurista». En Martínez, Julio and Francisco Lomelí. Chicano Literature: A Reference Guide. Conneticut: Greenwood Press, 1985, 25-34.

Segade, Gustavo. «Chicano indigenismo: Alurista and Miguel Méndez». Xalmán 1, 4 (Primavera 1977), 4-11.

Valdez, Luis. The Dark Root of a Scream. En Salinas and Faderman. From the Barrio: A Chicano Anthology. San Francisco: Canfield Press, 1973, 79-98.

Organización económica, política, social

Organización económica, política, social

No aparecen como bárbaros simo como soldados y campesinos que sabían cultivar la tierra y sembrar maiz. No se cubrìan con pieles, sino con mantas tejidas de algodón. Se componían de 4 clanes y luego barrios en que se dividió Tenochtilán y que luego aumentaron a 7 y hasta 15 y 20 calpullis.

El gobierno correspondía a cuatro sacerdotes (uno de ellos la sacerdotiza Chimalma). En el ejército había 4 jefes, siendo dos los principales. El Tlacatecuhtli (serñor de los hombres) o general en jefe, y el Tlacochcalcatl (jefe de la caza de laz lanzas o del arsenal), de rango apenas inferior. El ejército estaba encabezado por un jefe militar, también de gran prestigio. Craron una aristocracia militar. Las victorias guerreras le dieron el dominio sobre el enemigo, creando una casta de siervos que recibieron el nombre de mayeques.

Los soberanos eran electos, los plebleyos (macehuales o macehualtin) no participaban en las elecciones. La clase baja era gobernada por lo nobles o pillis . Entre ambos había una clase intermedia, formada por comerciantes o pochtecas y artesanos de clase superior. Los esclavos formaban el peldaño más bajo de la escala social, pero no eran tratados como objetos, podían tener tierras y sus hijos nacían libres.

Habia escuelas diferentes para el nacehuatl y el pilli y para mujeres. Gracias a la eduación en el Calmecac y al necesidad creciente de gobernadores y administradores.

El sacerdocio era otro núcleo privilegiado; por ser portador de la divinidad nacional. Debido al complicado sistema religioso azteca, había dos sacerdotes principales de Huitzilopochtli (Dios del sol y de la guerra) y de Tláloc (Dios de la lluvia, agricultura y fertilidad).

Entre los altos funcionarios había un tercer grupo importante, el de los jueces.

La nocion del tiempo en las distintas culturas

Duplicado con

MILENIUM:La noción del tiempo

MILENIUM:La noción del tiempo

MILENIUM:
La noción del tiempo en las distintas culturas.

Por Joaquin Alipio Barrio

Hemos notado que muchas personas, quiza por distraccion, estan convencidas erroneamente, que el siglo XXI o si Ud. prefiere el tercer milenio, comienza el 1 de Enero de 2000; algunos de ellos, con solo pensar un momento se dan cuenta del error… sin embargo otros discuten empecinadamente, tratando incluso de convencer al interlocutor y aunque se les calme y explique matematicamente no quedan del todo convencidos del detalle, es un hecho matematico. Hemos decidido no controvertir mas sobre el tema, el siglo XXI comienza el 1 de Enero de 2001, aunque supongo que cambiar el digito, posicionado en la unidad de mil, va a hacer que el comienzo del proximo siglo y del proximo milenio… sea celebrado dos veces: habra un grupo que lo hara el 1 de Enero de 2000 (que en realidad es el ultimo año del siglo XX) y habra otro que lo hara el 1 de Enero de 2001 (y a los que nos gusta el buen yantar lo haremos en las dos fechas, con la esperanza que todos los miembros de la Humanidad tengan comida y bebida para hacerlo y sea en Paz)

Esto desperto nuestra curiosidad por saber como se midio el tiempo a traves del tiempo… Para el hombre primitivo, el tiempo era una sucesion confusa de dias y noches lo que no obsto para que advirtiese la existencia de fenomenos de caracter ciclico… la luna cambiaba su forma… las estaciones se sucedian… el sol y la luna, establecieron con sus movimientos aparentes, puntos de referencia para medir el tiempo…pero ambos astros no estan coordinados entre si, La luna tarda en completar sus faces 29,5 dias y el sol aproximadamente 365 dias; 6 horas y algo asi como 11 minutos.

Es imposible determinar cuando y quien descubrio que el movimiento aparente del sol se ajustaba a un ciclo temporal; pero este seguramente fue el primer hallazgo cientifico del hombre. En este descubrimiento se emplearon un punto de observacion y un monton de estacas. Tras comprobar que el sol no salia siempre por el mismo punto, se fue señalando por medio de marcas la salida diaria del astro y se descubrio el fenomeno del ciclo anual del sol… las estacas mostraron que a partir de cierto dia el movimiento del sol se hacia retrogrado, el astro, cuyo punto de salida se habia ido desplazando paulatinamente hacia la derecha. Un año (o 365 estacas despues, el astro volvia a salir por el mismo punto..

Algo similar a lo mencionado es el monumento megalitico de STONEHENGE (en Salisbury, al sur de Inglaterra) que es el mayor calendario del mundo y fue contruido aproximadamente unos 2500 años antes de nuestra Era. Los observadores descubrieron tambien que el fenomeno se repetia con las estrellas; SIRIO, la estrella mas brillante del hemisferio norte, salia por el mismo lugar y a la misma hora cada 365 noches. En la zona de Menfis y Heliopolis, esta salida coincidia de forma casual con la inundacion periodica del Nilo, fenomeno esencial para la vida en el antiguo Egipto, fue considerado pues el comienzo natural de un nuevo año, la benevolencia de los dioses renovaba la fuente de vida.

El calendario actual es, con leves variaciones, una version del calendario vigente en Egipto desde el – 5000 , con un ciclo anual dividido en doce meses de treinta dias, subdivididos a su vez en tres decadas, mas 5 dias suplementarios. Fueron los egipcios quienes dividieron el dia en 24 segmentos temporales: las horas… este calendario tenia sus inconvenientes debido a que los 365 dias no son exactos y las seis horas…y algo mas, sobrantes, se iban acumulando.

En China el calendario era mas complejo. A mediados del tercer milenio antes de Cristo el sistema se establecia a traves del “emparentamiento” de doce reyes del cielo y los 10 reyes de la Tierra, combinacion que generaba ciclos de 60 años… 60 es el minimo comun multiplo de 10 y 12. Los calculos necesarios para establecer, a partir de estas premisas, un calendario fijo, eran a menudo secretos de estado.

De Babilonia hemos heredado la SEMANA de SIETE dias, la HORA DE 60 MINUTOS y el MINUTO DE 60 SEGUNDOS, (posiblemente alguien se pregunte de que manera median las fracciones de dia… tenian varias formas ingeniosas, convirtiendo la sombra de las estacas en grados, minutos y segundos de ANGULO y por otro lado utilizando CLEPSIDRAS, relojes de agua, graduando el orificio de tal forma que gotease derterminado numero de gotas por dia.

Ademas los babilonicos bautizaron a los dias de la semana con los nombres de sus dioses, que eran las grandes luminarias celestes. Para prevenir la perdida de dias que se producia en el calendario de 365 dias, incluyeron años especiales de 13 meses, este decimotercer mes estaba cargado de influjos religiosos negativos y de ahi deriva la supersticion del numero 13.

Los Griegos, establecieron el año 776 antes de Cristo, de nuestro computo, para el año inicial para el suyo basado en los Juegos Olimpicos, era un calendario Luni-solar, contaba de 12 meses de 29 y 30 dias alternativamente. Cada tercero, sexto y octavo año se añadia un nuevo mes. (Nos legaron la palabra PLANETA que tiene el significado de errante, viajero; por contraposicion con las estrellas “fijas”)

El calendario romano, en un principio era de caracter LUNISOLAR, constaba de 10 meses lunares y carecia para intercalar meses haciendose esta correccion a capricho de los gobernantes, los mese estaban dedicados a sus dioses de alli Enero a Janus, el dios de dos caras, una mira hacia el futuro y la otra hacia el pasado (en ingles, italiano y otros idiomas se nota mas la relacion con el nombre de Janus January; Jennaio; etc) Febrero a Febo, el sol; Marzo a Marte el dios de la guerra (sucede igual que con Enero, tan asi que en ingles Marte, mes, planeta o dios se escriben y pronuncian igual) Abril por el comienzo de la primavera a la apertura de las flores del latin aperia. El origen del mes de Mayo es incierto, puede derivar de Maia, diosa de la Primavera o de maiores, por ser este dedicado en Roma a honrar a aquellos de edad madura especialmente en el senado. Con Junio pasa algo semejante podria estar dedicado al dios Juno o a los “iuniores” Jovenes a quenes se honraba en este mes… (vuelve a no ser casual que en ingles se use la palabra junior) Septiembre, Octubre, Noviembre y Diciembre como lo indican sus raices eran el septimo, octavo,noveno y decimo mes.

El actual septimo mes del año, llamado Quintilis en el antiguao calendario romano, paso a llamarse Julio, a sugerencia de Marco Antonio y en honor de Julio Cesar, que nacio en ese mes en el año 101 antes de Cristo; el nuevo nombre entro en uso despues su muerte, en el año 44 antes de Cristo.

En el año 45 antes de Cristo Julio Cesar decidio hacer frente a los errores del anterior calendario romano y encargo al astronomo egipcio SOSIGENES DE ALEJANDRIA la creacion de un nuevo calendario, Entro en vigor el 1 de Enero del año 45 antes de Cristo; se ampliaron a 15 los meses del año 46 adJC con una duracion de 445 dias para el retraso de 3 meses que se habia acumulado basado en el calendario egipcio, de 365 dias y 1/4; cada cuatro se intercalaba un dia al mes mas corto, origen de los años bisiestos (bisiesto, proviene del latin BISEXTUS, de bis dos y sextus, sexto por agregarse el dia suplementario (doble dia) seis dias antes de las calendas de Marzo entre el 24 y el 25 de Febrero.

Aun no hemos mencionado el origen del nombre Agosto: este proviene de que Augusto Cesar, primer emperador decidio que SU mes no debia ser mas corto que el de Julio asi llamado en honor a su tio-abuelo y padre adoptivo Julio Cesar en el año 8 antes de Cristo Sextilis nombre original segun el antiguo calendario romano, paso a ser Augustus al que se le agrego un dia cedido “involuntariamente” por Febrero. (antes de dejar a los romanos aclararemos que la palabra CALENDARIO deriva del latin CALENDAE, de calare = llamar, asi se llamaba al primer dia de cada mes romano)

En el siglo I antes de Cristo, los romanos siguieron el computo propuesto por Varron y adoptaron el año 753 antes de Cristo (correspondiente a nuestro computo) como año fundacional de la mitica Roma.

Italia estuvo, a partir del siglo I aJC dominada por Roma, y desde el momento en que Roma suministro los parametros linguisticos; liturgicos-calendariales; y por varios versos tambien culturales de la Cristiandad de Occidente (a la que, sin embargo, recordemoslo, no siempre ni toda la peninsula le pertenecio), la tradicion romana, ofrece -aunque mas pragmatico que conceptual- un punto de partida valido para lo que vamos a desarrollar a continuacion

Entre los romanos, la clasificacion de los dias se articula en dos ambitos: DIES FESTI y PROFESTI, DIES FASTI y NEFASTI, a los que se les aplica las nociones de FERIAE y de FAS respectivamente. La segunda nocion, metafisica, dio lugar a muchas controversias…: los DIES FASTI son aquellos que confieren a la accion profana del hombre una base mistica, FAS, gracias a la cual dicha accion tiene buenas probabilidades de exito; los DIES NEFASTI son aquellos que no la confieren.

El vocablo FERIAE es unicamente descriptivo para negacion. En sentido lato, las FERIAE son un periodo en que el hombre renuncia a las actividades profanas, el periodo que el hombre reserva a los dioses, con o sin actos culturales especificos; en consecuencia, los DIES FESTI estan atribuidos a los dioses, los PROFESTI estan abandonados a los hombres para el cometido de los negosios privados y publicos.

Si bien este era el esquema de mayor antiguedad , todo ello, mas adelante, adquirio mas complejidad, de tal modo que el termino FERIAE, acabo recibiendo un significado al de nuestra FIESTA, mientras que los DIES FESTI se calificaban esencialmente en base a los actos culturales que en ellos se practicaban, y como tales eran NEFASTI para la actividad humana. Existia una dicotomia entre el tiempo festivo y el tiempo cotidiano y las FERIAE podian ser privadas; familiares y publicas.

Los cristianos adoptaron primeramente la llamada “ERA DE LOS MARTIRES” que comenzo en el año 284 despues de Cristo (año en el que Diocleciano ascendio al trono) y solamente hasta el año 532, el monje Dionisio El Menor o El Exiguo, no fundaria la ERA CRISTIANA (y no nos ocuparemos de si su calculo es o no historicamente fidedigno) fijando el año 753 del computo romano el año del nacimiento de Cristo.

En 1582, el Papa Gregorio XIII introdujo el calendario que lleva su nombre, es el sistema de uso civil en todo el mundo, el calendario establecido por Julio Cesar se utilizo por mas de 16 siglos, pese a una divergencia acumulativa del año civil de 365,25 dias y el año TROPICO, En el año 1582 el error del sistema Juliano era de 11 dias. Un calendario diseñado para uso ordinario debe constar de un numero entero de dias, no puede dejar pendiente una fraccion de dia al final del año, Uno de los miembros mas significativos de la comision, el astronomo Jesuita Christof Clavius, planteo esta idea de modo suscinto: “ANNUS CIVILEM NECESSARIO CONSTARE EX DIEBUS INTEGRIS (Los años civiles deben constar necesariamente de dias integros). Tambien es la razon por la cual es imposible crear un calendario perfecto: aquel que no pueda errar ni siquiera por un solo dia. En principio el calendario Gregoriano consiste en una version lijeramente modificada del calendario Juliano. La comision decreto la eliminacion de diez dias de 1582 con el objeto de hacer coincidir la fecha del equinoccio de primavera (del hemisferio norte) con el 21 de Marzo (a lo largo de muchos siglos la fecha habia retrogradado al 11 de Marzo).

Luego, para evitar el desfasaje del de la fecha del equinoccio se adopto un plan en virtud del cual en tres de cada cuatro años centenarios (terminados en doble cero) se omitiria el dia intercalar que debia añadirse en aplicacion del sistema Juliano (no serian bisiestos), estas revisiones, fueron promulgadas por la bula Papal del 24 de Febrero de 1582. El Concilio de Nicea del año 325 decreto que la Pascua debia ser celebrada por todos los Cristianos en el mismo dia. La Iglesia determino que la fecha debia ser el primer domingo posterior al 14 del mes lunar (el preimer Domingo posterior a la luna llena) cabe observar que la Pascua Judia se celebra en la luna llena llena que coincide o sigue al equinoccio de primavera en el hemisferio norte… el cual los Cristianos lo consideran fijo en el 21 de Marzo Esta regla engorrosa se aplica aun hoy para establecer la fecha de la Pascua y por consiguiente todas las fiestas moviles.

Computar la fecha de la Pascua es, sin duda alguna, la operacion mas compleja a realizar con el calendario… ni siquiera Carl Friedrich GAUSS, que estudio el problema en su juventud, logro desarrollar un algoritmo completo capaz de derivar la fecha.

En un año cualquiera la Pascua puede caer en un domingo cualquiera comprendido entre el 22 de Marzo y el 25 de Abril. Aunque parezca increible, hace falta que trancurran 5.750.000 años para que todas las fechas de la Pascua se repitan en el mismo orden.

La tabla de EPACTAS (tabla utilizada para determinar la diferencia entre los años solares y lunares se usa para computar la fecha de la Pascua) se utiliza para determinar la edad de la luna el 1 de Enero de cada año en un ciclo de 7000 años. Ya que el intervalo medio entre una luna nueva y la siguiente, o sea una lunacion, es algo mas que 29,53 dias, el numero maximo de EPACTAS es 30 (29,53 redondeado al numero entero superior). Conociendo la edad de la luna el 1 de Enero, resulta muy secillo determinar las fechas de todas las lunas nuevas y lunas llenas del año … una EPACTA puede diverger hasta tres dias con respecto a la fase lunar real.

El desfasaje se corrigio al poner en vigencia el nuevo calendario, el 15 de Octubre de 1582 suprimiendo 10 dias con el fin de restaurar el equinoccio Vernal en su lugar primitivo, que los padres del Concilio de Nicea hicieron coincidir con el XII KALENDAS APRILIS [21 de Marzo] prescribieron en relacion con el mes de Octubre del año 1582 se supriman los 10 dias comprendidos entre el III NONAS [5 de Octubre] y el dia que precede a los IDUS [14 de Octubre] ambos inclusive… el Jueves 4 de Octubre de 1582, ultima fecha del calendario Juliano fue seguido por el viernes 15 de Octubre de 1582… primer dia del calendario Gregoriano…

Suscitaronse muchas curiosidades, por ejemplo que los dos exponentes mas importantes de la litaratura Castellana e Inglesa: Don Miguel de Cervantes Saavedra y William Shakespeare murieron en la misma fecha… pero con diaz dias de diferencia (porque Inglaterra no adopto el calendario Gregoriano hasta el año 1752)… que Teresa de Cepeda y Ahumada… Santa Teresa de Jesus murio el 4 de Octubre de 1582 y le dieron sepultura al dia siguiente el 15 de Octubre (!)… eligieron Octubre por ser el mes con menos fiestas religiosas…

En el Calendario Gregoriano se suprimen tres años bisiestos cada cuatro siglos.

El calendario Judio es del tipo luni-solar, ajustado en lo posible a las lunaciones. Fue establecido por el Rabino Hilel II en el año 360 de la era comun. El año comun tiene 12 meses con un total de 354 dias el año regular; 353 dias el año defectuoso y 355 el año abundante. El año EMBOLISTICO consta de 13 meses de 384 dias el regulas; 383 el defectuoso y 385 el abundante… Tiene su origen en la Creacioin del Mundo segun SAMUEL que corresponderia al año 3761 antes de Cristo y comienza con la conmemoracion de la salida de Egipto… el calendario: LUAJ, (GEN-BERESHIT 1:14) es solar en su conjunto (el año) y lunar en meses, semanas y dias…

La adaptacion de meses lunares al ciclo solar es necesario para que se repitan en la misma epoca del año las festividades ligadas en principio al ciclo agrario… PESAJ, es por ejemplo una fiesta de primavera, mientras que SUCOT pertenece al otoño. La tierra gira en torno al Sol; la Luna en torno a la Tierra; la rotacion completa de una y otra tienen una diferencia de 11 dias, para compensarla se recurre al año bisiesto.

En el LUAJ (calendario) se forman ciclos de 19 años de los cuales son bisiestos el 3ro.; el 6to; el 8vo.; el 11mo.; el 17mo.; y el 19no.En todos estos casos se añade el mes 13. Para saber que año cursa el calendario Judio se suma 3761 + el año civil en curso.

Cada mes comienza con la luna nueva, (la palabra mes JO’DESH señala el vinculo con los novilunios… JODESH = NUEVO)

En los primeros libros biblicos los meses tienen solo un numero de orden… al regreso del exilio de Babilonia aparecen los nombres actuales… sin embargo, hay una referencia anterior de denominacion de los meses no tan solo por numero de orden, sabemos que José el padre putativo de Jesus murió el 26 de Epifi. Las denominaciones de los meses del calendario Judio actual son: Tishri; Jeshvan; Kislev; Tevet; Shevat; Adar; Nisan; Iar; Sivan; Tamuz; Av; Elul… en los años bisiestos el mes 13 se llama Ve-Adar o Adar-Sheni = Adar segundo… asi como en el calendario romano los primeros dias del mes se llamaban CALENDAS, en el calendario Judio los primeros dias del mes se llaman ROSH JODESH (cabeza del mes) y desde tiempos Biblicos es considerado dia festivo y celebrado en los oficios religiosos.

Dias: los 7 dias de la Creacion marcan la unidad basica del calendario hebreo que culmina cada Shabat los dias comienzan con la puesta del sol y terminan al anochecer siguiente… tres momentos de oracion ordenan el dia del judio piadoso SHAJARIT = a la mañana; MINJA = a la tarde y ARVIT = a la nochecer.

El calendario Musulman tiene su origen en la HEGIRA, o huida de Mahoma de La Meca a Medina en el año 622 de la era Cristiana. Consta de 12 meses lunares o lunaciones de 29 y 30 dias alternativamente. Los años comunes tienen 354 dias y los bisisestos 355, los meses se denominan Moharrem (mes sagrado, año nuevo); Zafar (mes de partida para la guerra); Rabi I (primavera); Rabi II (Continuacion de la Primavera); Yumada I (mes de la sequia); Yumada II (Continuacion de la sequia); Reyeb (mes de la abstinencia) Chaban (mes de la germinacion); Ramadan (mes del gran calor) Chual (mes del apareamiento de los animales); Dulkada (mes del descanso); Dulhiya (mes de la peregrinacion).

La palabra ALMANAQUE del arabe AL-MANACH,= del latin MANACHUS = circulo zodiacal o “circulo de los meses” (calendario)

El calendario REPUBLICANO data de la proclamacion de la primera Republica Francesa el 22 de Septiembre de 1792 (equinoccio de otoño para el hemisferio norte), se uso en Francia desde el 7 de Octubre de 1793 al 2 de Enero de 1806 que para alivio de los Franceses Napoleon Bonaparte lo abolio’… constaba de 12 meses de 3 decadas que se completaban con 5 dias suplementarios los años normales y 6 los bisiestos cada 4 años.

Las estaciones y los meses correspondientes a cada una se denominaban de la siguiente manera: Otoño: Vendimiario; Brumario y Frimario. Invierno: Nevoso; LLuvioso y Ventoso. Primavera: Germinal; Floreal y Pradial. Verano: Mesidor; Termidor y Fructidor. Dias de la semana: Primidi; Duodi; Tridi; Quartidi; Quintidi; Sextidi; Septidi; Octidi; Nonidi y Decadi

AÑOS:

* AÑO: Tiempo empleado por la tierra en completar una vuelta alrrededor del Sol
* AÑO SIDEREO: Tiempo trancurrido entre dos alineaciones consecutivas del Sol y la Tierra con una misma estrella: 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9’54 segundos.
* AÑO TROPICO: Tiempo trancurrido entre dos pasos consecutivos del Sol. El equinoccio o tambien por entre dos pasos consecutivos por un Tropico o Solsticio: 365 dias, 5 horas, 48 minutos, 45’98 segundos.
* AÑO ANOMALISTICO: Tiempo transcurrido entre dos pasos consecutivos del Sol por un mismo punto de su orbita aparente: 365 dias, 6 horas, 13 minutos, 53’01 segundos.
* MES: Intervalo de tiempo medio entre dos lunas nuevas o llenas consecutivas. Basado en el mes SINODICO de 29 dias, 12 horas, 44 minutos y 2,8 segundos.

Psiquicamente, la conciencia del paso del tiempo se acelera con la edad… los años nos parecen cada vez mas cortos… somaticamente, el tiempo NO pasa… se amontona.

Con la colaboración del Dr. Joaquin A. Barrio, del Centro de Informaciones Documentarias de la Fundación Médica de Bahía Blanca.

E-MAIL: rbambb@criba.edu.ar

Hombre de Tepexpan

delgada.jpg (9565 bytes)

Origen del Hombre Americano

A partir del descubrimiento de América, diversas conjeturas se han vertido sobre el origen del hombre del Nuevo Mundo. Numerosos hallazgos de fauna fósil relacionada con implementos y restos óseos humanos encontrados en distintas regiones del continente han sido motivo de estudio para determinar la edad del hombre de América: en Alaska, hay evidencias que se remontan a 30 mil años; en California, a 27 mil; en México, a 22 mil; en Perú, a 18 mil; en Venezuela, a 14 mil; en Chile, a 11 mil y a 11 mil 700 en la Patagonia. Otra serie de hallazgos se acercan más a nuestros tiempo, pero ninguno corresponde al modelo de los antropoides que, de alguna manera, permitiera afirmar que éstos evolucionaron hasta alcanzar la forma humana.

Algunos especialistas coinciden en señalar que el poblamiento del continente americano es relativamente joven en relación con el resto del mundo, y que éste se dio por la inmigración de grupos humanos asiáticos que atravesaron el Estrecho de Bering.

Entre las teorías que se han formulado para explicar el poblamiento de las tierras americanas, algunas poseen bastantes fundamentos científicos y otras son muy aventuradas; entre las más aceptadas destacan especialmente tres: la del origen autóctono, la del origen único y la del origen múltiple.

Origen autóctono

Esta teoría establece el origen del hombre sobre la tierra en América y no en el Viejo Mundo. Después de haber aparecido en ella, puebla los demás continentes por rutas y periodos que nunca fueron precisados y que más bien incrementaron las incógnitas.

El defensor de esta teoría, entre otros, fue el argentino Florentino Ameghino, quien remite el origen de la especie humana a las pampas sudamericanas.

El ologenismo o génesis global es una alternativa de la teoría autóctona: sostiene que el hombre apareció sobre la tierra en distintos lugares y al mismo tiempo.

Origen único

Esta hipótesis sostiene que la raza americana tiene un origen único, emparentada con grupos asiáticos de raza amarilla que habrían llegado al nuevo continente por el Estrecho de Bering. Estos viajeros poseían un desarrollo primitivo de civilización.

Esta teoría se inclina por la homogeneidad racial presente en los indígenas americanos, ya que la mayoría presentan rasgos físicos semejantes como el color de la piel, los ojos semirrasgados y el color oscuro del cabello grueso.

Uno de los precursores de estos postulados, el norteamericano Alex Hrdlicka, sostiene que las primeras emigraciones de asiáticos hacia América ocurrieron dentro del holoceno, es decir, hace unos 10 mil o 15 mil años. Asimismo, Hrdlicka argumenta que el poblamiento tardío de las tierras americanas se debió a que la parte nororiental de Asia también registró un poblamiento en época ya avanzada; dichos inmigrantes pudieron provenir de la costa oriental de Asia.

Origen múltiple

El antropólogo Paul Rivet señaló que los primeros pobladores del Nuevo Mundo provenían de Australia y Melanesia y, como prueba, expuso la similitud entre las lenguas australianas y las tribus ona de la Tierra del Fuego; para Rivet, los australianos habían llegado a América del Sur bordeando el Antártico.

La teoría que más ha logrado unanimidad entre los antropólogos y estudiosos de la prehistoria y de la América antigua es la que argumenta que el origen humano de este continente se originó por la emigración desde Asia, a través del Estrecho de Bering, de grupos predominantemente mongoloides que, aunque primitivos, poseían una lengua, conocían el fuego y varias técnicas importantes para la supervivencia como la elaboración de flechas, el desuello de animales para la comida y el aprovechamiento de las pieles para protegerse del frío.

Es muy probable que la emigración haya empezado en el pleistoceno, en la última de las glaciaciones cuando, por contracción y presión del hielo, el nivel del mar descendió hasta permitir la formación de un paso firme por donde cruzaron los asiáticos que tal vez venían persiguiendo a su presa o huyendo de sus enemigos.

De ser posible esta hipótesis, el poblamiento humano en América habría ocurrido entre 25 mil y 75 mil años atrás.

En cuanto al elemento melanesio, son varias las comparaciones antropológicas, etnográficas y lingüísticas entre los nativos americanos y los grupos humanos de Oceanía; de los elementos culturales en común destacan: la cerbatana y la honda; el remo en forma de muleta, las embarcaciones hechas con haces de cañas y decorado de proa con dibujos de ojos; las hamacas, los mosquiteros y la almohada de madera, además del tambor de madera, el arco y la flauta de pan.

Existen otras teorías que han tratado de explicar el poblamiento americano; sin embargo, han tenido poca aceptación por su marcado empirismo, como la del origen africano y la del origen oceánico.

Al respecto, hay pocas pruebas de que los africanos hayan estado en América, porque las características de los indios contrastan notablemente con las de la típica raza negra del África.

En cuanto al origen oceánico, varios estudiosos del siglo pasado —Eichtal, Lang y Daniel Wilson, entre otros— sostenían que los polinesios fueron los primeros pobladores del Nuevo Mundo, quienes gracias a las corrientes marinas llegaron a Sudamérica y después pasaron al norte.

Poblamiento del Altiplano del Valle de México

De las culturas que habitaron el Valle de México antes de la llegada de los españoles se tienen muchas noticias, tanto acerca de sus costumbres como del periodo en que nacieron, florecieron y decayeron. No obstante, poco se sabe de la autenticidad del origen de los primeros pobladores.

En el siglo XIX, el geógrafo y naturalista alemán Alexander von Humboldt se dedicó a estudiar el pasado de México a través de los viajes que hizo a distintas regiones del país; sin embargo, muy poco o casi nada se ocupó de los antiguos habitantes, más bien se interesó por las grandes civilizaciones.

Humboldt consideraba que los primeros habitantes civilizados del centro de México habían sido los toltecas, pero que a la llegada de éstos ya existían otros pobladores; además, señaló que el hombre americano había llegado de Asia. Sobre estas hipótesis, Humboldt no entró en detalles.

A partir de los hallazgos de algunos restos óseos prehistóricos, la antropología ha tratado de calcular el tiempo en que el Valle de México recibió a sus primeros pobladores; los restos, en muchas ocasiones, han sido acompañados de instrumentos de hueso y piedra.

Los huesos humanos más antiguos pertenecen a una época precerámica, y de ellos destacan los fragmentos de cráneo humano en el Peñón de los Baños; un cráneo infantil en el Cerro de Xico, asociado con fauna pleistocénica; el Hombre del Pedregal, y el Hombre de Ixtlán.

En 1947 fueron encontrados los restos del Hombre de Tepexpan; en 1984, en Chimalhuacán, fue encontrado un esqueleto del sexo masculino, cuyas características denotan rasgos mongoloides que reafirman la procedencia asiática del hombre americano.

De ser cierta la teoría de que el poblamiento del Nuevo Mundo se debió a la inmigración de grupos asiáticos que cruzaron el Estrecho de Bering, se deduce que al entrar por el norte del continente se distribuyeron hacia el sur y comenzaron a ocupar las tierras que más les favorecían para la supervivencia. Es probable que los primeros pobladores procedieran de tribus y grupos humanos distintos y que, por cruzamiento, alianzas y conflictos entre ellos, aunado a las variables condiciones ecológicas, aparecieron culturas muy diferenciadas, desde familias muy rudimentarias y nómadas hasta estados imperiales y grandes culturas autóctonas, como la olmeca, la tolteca, la teotihuacana, la zapoteca, la mixteca, la maya y la azteca, en México, y la inca, en Sudamérica.

Hay quienes aseguran que fueron los toltecas –descendientes de los teotihuacanos, cuando su cultura decayó– los creadores del primer estado militarista de Mesoamérica y, cuando éstos vinieron a menos, su herencia pasó a manos de distintos grupos que se hacían llamar “toltecas”, con el propósito de justificar sus conquistas y linaje.

Posiblemente los auténticos toltecas, en el año 800 de nuestra era, partieron de la región montañosa del centro hacia El Salvador y Nicaragua, en Centroamérica, mientras que otro grupo conducido por un dirigente de nombre Mixcóatl se habría dirigido al valle de Morelos, en el siglo X de nuestra era.

Al suceder una serie de fricciones entre los sectores militares y los religiosos, por el control del estado, el poderío tolteca asentado en Tula –su ciudad más importante– comenzó a debilitarse y, a raíz de ello, emergieron cinco estados toltecas en el Valle de México: Azcapotzalco, Xaltocan, Acolhua, Colhuacán y Xico.

En la lucha diaria por conservar sus dominios territoriales en la altiplanicie central, los toltecas habrían de enfrentar las embestidas de otros grupos humanos, entre ellos, el más importante fue el de los mexicas, quienes consolidaron la cultura prehispánica más importante del Valle de México.

Mesoamérica

Después de los desplazamientos, los pobladores que venían de Asia se asentaron gradualmente en el continente Americano: Canadá, Estados Unidos de Norteamérica, México, Centro y Sudamérica.

En los primeros tiempos, su condición de nómadas les permitió compartir determinados elementos culturales con otros grupos; posteriormente, la vida sedentaria los enfrentó a diversos medios naturales que los llevaron a desarrollar diferentes niveles de cultura.

Desde 1910, a la fecha, se han realizado numerosos estudios sobre el México antiguo que tratan de explicar la estructura y la dinámica de los pueblos que lo conformaron.

En 1940, Paul Kirchhoff, en términos culturales y geográficos, definió el área que hoy ocupa el país y parte de Centroamérica. De manera convencional dividió el territorio en dos zonas: Aridoamérica y Mesoamérica; la primera, localizada al norte de la República Mexicana, al norte de Mesoamérica, se le llama así por el tipo de suelo: seco, árido y poco productivo para la agricultura.

Los habitantes de Aridoamérica no lograron desarrollar una agricultura constante, por ello se dedicaron a la caza, a la pesca y a la recolección. Algunos grupos, como los yaquis y pápagos de Sonora, los tarahumaras de Chihuahua y los coras y huicholes de Nayarit, lograron cultivar terrenos pequeños y se iniciaron en la cestería y en trabajos de alfarería.

Mesoamérica quedó comprendida al norte entre los ríos Sinaloa, por el noroeste, y el Pánuco, por el noreste; al sur limitó con el río Motagua, el golfo de Nicoya y la península del mismo nombre, en la actual Costa Rica. Es la parte central del continente americano, escenario geográfico de numerosas culturas cuyas relaciones propiciaron influencias recíprocas.

La frontera entre Mesoamérica y Aridoamérica no era una simple línea que separaba de un lado los campos cultivados y del otro los secos matorrales, sino una zona grande y cambiante, dominada unas veces por los recolectores y otras por los cultivadores. Que el control estuviera de un lado o de otro dependía, en buena medida, de que la zona ocupada tuviera o no contactos con bases exteriores.

Existen indicios de que el cultivo se extendió, durante cierto periodo, mucho más lejos, hacia el norte. En la costa del Pacífico, el cultivo y la vida de las comunidades llegó hasta el río Sinaloa; en tiempos más remotos, parte del Bajío era explotada por los cultivadores. Una franja estrecha de cultivos se extendía a través de Zacatecas y Durango hasta los límites de lo que hoy es Chihuahua. Esta franja llegaba hasta los límites del desierto.

La Quemada era un centro fortificado en la cima de una colina, al suroeste de la ciudad de Zacatecas. Ahí se encuentran vestigios de un templo, con pirámides, juego de pelota y un patio rodeado de muros. Más al norte, en Chalchihuites, se localiza un lugar semejante a La Quemada. Asimismo, en Loma de San Gabriel, en la frontera de Chihuahua y Durango, hay otra réplica del conjunto arquitectónico de La Quemada.

Estos grupos tienen influencia tolteca y teotihuacana. Además, en la región norte de Meztitlán es posible que hayan practicado una agricultura basada en el riego.

El Hombre de Tepexpan

En Tepexpan, Estado de México, desde septiembre de 1946 se realizaron diversos descubrimientos de fauna prehistórica que culminaron en febrero de 1947 con el hallazgo de los restos óseos que se conocen con el nombre de Hombre de Tepexpan.

El investigador Helmut de Terra descubrió un esqueleto humano incompleto, acostado boca abajo, a una profundidad de 48 centímetros en el lecho seco del antiguo Lago de Texcoco. El cráneo, que estaba en buenas condiciones, es braquicéfalo. Los huesos encontrados, según la prueba del radiocarbono 14, datan de 11 mil años de antigüedad aproximadamente.

El profesor Javier Romero, del Instituto de Antropología e Historia, determinó que el Hombre de Tepexpan era un Homo Sapiens y que no pertenece a alguna especie antigua porque muestra, entre otras características, un mentón saliente, arcos superciliares poco señalados, igual volumen craneal que la especie sapiens, pero con la frente algo inclinada y baja.

Javier Romero encuentra semejanzas con los indígenas del tiempo arqueológico de México; pero como en nuestro país no había restos más antiguos del hombre, no era posible hacer otro tipo de analogías.

Romero indica que el esqueleto encontrado estaba orientado de noroeste a suroeste aproximadamente, mientras que los cadáveres enterrados en México en tiempos arqueológicos eran colocados de norte a sur y eran osamentas completas. Por tanto, no se trataba de un entierro, sino, por la apariencia, de un individuo que quedó en la capa cuando se formó ésta, y probablemente el esqueleto fue desgarrado y semidevorado por animales.

Las investigaciones antropológicas y arqueológicas del hombre antiguo en América datan de más de 150 años; se iniciaron en Norteamérica y en Argentina, mientras que en México dieron comienzo hace 111 años; así, el descubrimiento del Hombre de Tepexpan —en su momento el vestigio más antiguo e importante encontrado en México y en América Latina— es de suma importancia para la antropología, la prehistoria, la paleontología, la geología y la estratigrafía.

Con el perfeccionamiento de estas ciencias, se sabe ahora, que el Hombre de Tepexpan era mujer; además, con el hallazgo en 1907 en el suroeste de Alemania del Homo Heidelbergensis, que data de 220 mil años, se mostró que en el viejo mundo el hombre es mucho más antiguo que en el continente Americano.

El Hombre de Chimalhuacán

En marzo de 1984, el señor Felipe Aguirre realizaba una excavación para una fosa séptica en la colonia Embarcadero, en Chimalhuacán, Estado de México. Accidentalmente encontró huesos humanos, dio aviso a las autoridades del Instituto Nacional de Antropología e Historia (INAH), quienes procedieron a realizar estudios de los restos. Además, en ese lugar encontraron algunos huesos de animal con huellas de uso y varias lascas de obsidiana.

Posteriormente, un grupo de investigadores del Departamento de Antropología Física del INAH procedió a reconstruir la osamenta humana.

Una vez integrada la osamenta, se diagnosticó el sexo con base en la morfología de la pelvis, del cráneo y de los huesos largos principalmente. Todos los indicios señalaban que se trataba de los restos de un individuo del sexo masculino.

También fue posible calcular la edad. Es probable que la muerte del individuo haya ocurrido entre los 30 y 35 años; generalmente ese era el promedio de vida de los hombres que vivieron en el periodo precerámico o bien que los procesos biológicos de envejecimiento eran más rápidos, aunque el sujeto fuese más joven “aparenta” entre 30 y 35 años.

El esqueleto recuperado en Chimalhuacán es el más completo y mejor conservado de los 38 precerámicos encontrados hasta entonces. Todas sus características corresponden a las del Homo Sapiens moderno. En caso de que todas las pruebas antropológicas y arqueológicas coincidan, el de Chimalhuacán sería el resto humano más antiguo de México y tal vez de un área mayor. Data de más de 12 mil años.

Fuentes consultadas

González Jácome, Alba. Orígenes del hombre americano (seminario), SEP, México, 1988, S/P.
Lorenzo, José L. “Poblamiento del continente americano”, en la Historia de México, Salvat, México, 1986. T.1. pp. 27-54.
Martínez López Bago, Mario. Esplendor del México Antiguo, EUM, México, 1988, 1400 pp.
Mullerried, Federico K. G. “Acerca del descubrimiento del Hombre de Tepexpan”, en el Boletín bibliográfico de antropología americana, INAH, México, 1947, 8 pp.
Rivet, Paul. Los orígenes del hombre americano, FCE, México, 1960, 200 pp.
Wolf, Eric. Pueblos y culturas de Mesoamérica, Era, México, 1986, 256 pp.