VIVA MELHOR COM A MEDICINA NATURAL

VIVA MELHOR COM A MEDICINA NATURAL
LUÍS CARLOS COSTA

Viva Melhor!
Com a Medicina Natural
Luiz Carlos Costa

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Outubro – 2000

Viva Melhor!
Com a Medicina Natural

Índice Geral:

Capítulo 1 – Manchetes jornalísticas 3
Capítulo 2 – Minhas primeiras experiências 7
Capítulo 3 – O corpo humano 11
Capítulo 4 – Trofoterapia 32
Capítulo 5 – Fitoterapia 92
Capítulo 6 – Hidroterapia 107
Capítulo 7 – Geoterapia 133
Capítulo 8 – Alimentos integrais 146
Capítulo 9 – Programas trofoterápicos e fitoterápicos 158
Capítulo 10 – Tratamentos naturais simplificados 197
Capítulo 11 – Receitas culinárias saudáveis 258
Capítulo 12 – Conservas naturais 340
Capítulo 13 – Principais produtos das abelhas 357
Capítulo 14 – Assuntos complementares 374
Capítulo 15 – Depoimentos importantes 440

PREFÁCIO

Quando pensamos em viver bem e desfrutar o melhor desta vida, logo
imaginamos que viver melhor é simplesmente ter uma boa profissão, uma
boa casa, o carro do ano, estar rodeado de bons amigos… Isto está de
acordo com os conceitos neomodernistas que aprendemos no lar, nas
escolas e na sociedade em geral. É claro que todas estas necessidades
são importantes na vida de cada indivíduo. No entanto, que reação
natural normalmente temos quando percebemos que nos falta a esquecida
saúde, e começamos a treinar para a maratona do bem- estar físico, às
vezes até internacional? Esquecemos boa parte daquilo que temos e
somos. Os valores são substituídos, ou melhor, recolocados em suas
funções originais, e a busca desesperada para conseguir pelo menos “um
grama” de saúde a mais passa a ser sentida por todos os amigos e
familiares.
E quanto custa “um grama” de saúde? Muitas vezes tardiamente,
milhões de pessoas tentam responder esta pergunta, após terem perdido
muitos “gramas” em orgias e vícios, hábitos de higiene impróprios,
excesso de trabalho etc. Passaram a vida conhecendo diariamente o
preço do dólar, do grama do ouro e de outras aplicações no mercado
financeiro. O que deveriam ter aprendido em “tempo de paz”, terão de
aprender em “tempo de guerra”. Será que este não é o meu exemplo,
prezado leitor? Ou será que este é o seu exemplo? Não importa. Diz um
provérbio popular: “Não devemos chorar pelo leite derramado.” Porém, é
preciso conhecer métodos mais seguros para se evitar que outros
“pacotes de leite” se percam. VIVA MELHOR! COM A MEDICINA NATURAL, é o
que propomos a todos os queridos leitores.
Um pedido especial: sempre que iniciamos uma nova atividade de
trabalho, encontramos muitas novidades em nosso dia-a-dia. Nesta
primeira experiência literária cremos que a situação não será
diferente, pois à medida que avançamos nos degraus da escada do saber,
mais devemos procurar os tesouros escondidos na mente dos nossos
semelhantes. Portanto, pedimos a você, querido leitor, que ao perceber
qualquer imperfeição lingüística, técnica ou gráfica, se digne
preencher o formulário de “Sugestões e Críticas Construtivas”, contido
em cada livro impresso. Tais opiniões poderão ser enviadas à Redação da
Editora. Fazendo assim, você estará ajudando especialmente os leitores
das futuras edições. Agradecemos antecipadamente sua valiosa
colaboração.
Uma boa leitura a todos!
Luiz Carlos Costa

1 – MANCHETES JORNALÍSTICAS

HORTALIÇAS FRUTAS E PLANTAS:

01. “Voltando ao tempo dos remédios dos nossos avós”. Diário de
Pernambuco, 20/07/1990.
02. “Frutas, vegetais e grãos, a dieta recomendada para 93”. O Est. de
S. Paulo, 27/12/1993.
03. “Frutas e verduras reduzem hipertensão em idosos”. Folha de S.
Paulo, 03/12/1993.
04. “A dieta de frutas é a mais recomendável para desintoxicação”.
Última Hora (jornal paraguaio), 20/01/1993.
05. “Vitamina em drágea não substitui frutas e verduras”. O Est. de S.
Paulo, 31/03/1993.

ALIMENTOS INTEGRAIS:

01. “Iogurte & Cia – Os superdigestivos”. Revista Saúde!, 05/1988.
02. “Leite materno pode evitar infecção de ouvido em bebê”. O Est. de
S. Paulo, 04/07/1993.

INCENTIVOS:

01. “OMS [Organização Mundial da Saúde] incentiva amamentação”. Diário
de Pernambuco, 08/03/1992.
02. “Controle na alimentação permite vida mais longa”. Folha de S.
Paulo, 15/06/1992.
03. “USP cria ambulatório para distúrbio alimentar”. O Est. de S.
Paulo, 19/07/1992.
04. “Coma certo, viva mais tempo”. Seleções,10/1993.
05. “Cientista sugere mais pesquisas de ervas medicinais”. O Globo,
26/01/1986.

ALERTAS:

01. “Controle da comida é insuficiente – Fiscais do governo são poucos
e o país não tem laboratórios independentes avançados”. O Est. de S.
Paulo, 24/05/1992.
02. “Margarina e sabão, mesma matéria-prima”. Jornal do Comércio,
20/11/1988.
03. “Objetos estranhos em alimentos lideram queixas”. O Est. de S.
Paulo, 03/04/1995.
04. “Leite de vaca é vinculado a um dos diabetes”. Folha de S. Paulo,
06/12/1992.
05. “As perigosas tentações infantis – Hambúrguer, pizza e
refrigerantes”. A Gazeta (ES), 29/03/1994.
06. “Infecção alimentar deve crescer, alerta estudo”. O Est. de S.
Paulo, 08/04/1995.
07. “Pílula anticoncepcional aumenta risco de câncer”. O Est. de S.
Paulo, 22/10/1993.

ATUALIDADES:

01. “TV pode trazer problemas neurológicos – Para cientista, ver
televisão… pode aumentar as chances de desenvolver mal [grifo nosso]
de Alzeheimer”. O Est. de S. Paulo, 01/01/1994.
02. “Nuvem tóxica deixa mais de mil doentes nos EUA”. O Est. de S.
Paulo, 28/07/1993.
03. “Estudo associa TV à violência”. O Est. de S. Paulo, 10/07/1993.

MEDICAMENTOS:

01. “Inspeção reprova 39 laboratórios – Só 6 empresas vistoriadas pela
Vigilância Sanitária em SP foram aprovadas”. O Est. de S. Paulo,
27/01/1995.
02. “Médicos alertam para uso de antibióticos”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.

DROGAS:

“Produção de drogas explode em todo o planeta”. O Est de S. Paulo,
24/10/1993.

PERIGOS GERAIS:

01. “O risco dos cosméticos – Produtos de beleza podem provocar
reações alérgicas que enfeiam a pele”. Jornal do Brasil, 26/12/1993.
02. “Estudo mostra que brasileiro come muito sal”. Folha de S. Paulo,
1991.
03. “Governo analisa uso terapêutico da maconha”. O Est. de S. Paulo,
20/07/1995.
04. “Garganta de cantor de rock sofre mais”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.
05. “Obesos têm risco maior de catarata”. O Est. de S. Paulo,
24/09/1995.

2 – MINHAS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS

Eis um resumo de como chegamos até aqui:
Uma das grandes felicidades que tenho em minha vida é a de ter
nascido em um lar vegetariano. Contava ainda com a idade de 2 anos
quando meus pais aboliram completamente os alimentos cárneos de nosso
lar, exceção feita aos ovos e leite, e passaram a cultivar hábitos
alimentares mais sadios, dando oportunidade à sua prole de
desenvolver-se mais sábia e vigorosamente.
Porém, ao atingir a idade juvenil, a influência de amigos foi
alterando os “velhos” e conceituados costumes, e um cabedal extenso de
produtos artificiais, inclusive bebidas alcoólicas, foi introduzido em
meu cotidiano. Enquanto o tempo continuou em seu movimento, os
primeiros sintomas de doenças que sem misericórdia iriam alojar-se em
meu ser, apareceram para promover o desconforto e o funesto medo da
morte.
Foi então que em Sua bondade Deus nos colocou em contato com
pessoas naturistas, e de uma entidade filantrópica denominada Hospital
Naturista “Oásis Paranaense”, em Almirante Tamandaré, PR. Todos se
empenharam em reeducar-me com o nobre propósito dá recuperação de
minha saúde, devolvendo-me a alegria de viver que por algumas vezes
havia perdido, em virtude do aparecimento das enfermidades.
Mas os fatos não pararam por aí. Segundo a Escritura Sagrada,
“aquele que vem, diga venha”. Foi o que aconteceu comigo quando sentia
necessidade de contar a muitas outras pessoas o quanto é importante a
ciência do comer e do beber, cujo nome aprenderia meses mais tarde e,
se Deus permitir, para jamais esquecê- lo: TROFOTERAPIA. Foi assim que
se iniciaram as primeiras experiências que serviriam de profundos
alicerces para o trabalho que estamos desenvolvendo desde 1984.
No entanto, outro dilema apareceu em minha vida: como contar às
pessoas sobre os miraculosos efeitos da Medicina Natural no organismo
humano, se sou um simples professor e não um médico? Este era um
pensamento que freqüentemente pairava em minha mente e deixava-me
preocupado. Talvez no íntimo imaginasse que os únicos entendidos de
saúde são os profissionais da área. Alguns anos mais tarde ouvi uma
frase bem adequada a este pensamento, proferida por um amigo
naturista, que muito me estimulou a estudar mais a respeito da
necessidade de entender mais daquilo que comemos do que de nossas
próprias doenças e remédios químicos. Não entremos no mérito da
questão para saber quem tem ou não razão. Todas as terapias têm suas
virtudes; continuemos o assunto.
Um dia, relembrando os primeiros contatos de amizade com o médico
cristão, dr. Luiz Ignatov (Uruguai), senti a necessidade de estudar com
mais dedicação duas matérias importantíssimas para todo estudante:
Anatomia e Fisiologia do corpo humano, especialmente dos órgãos
relacionados aos sistemas descritos no capítulo 3 deste manual, e de
conhecer com profundidade as causas do sofrimento físico da
humanidade. Nesta ocasião ampliei minha biblioteca com livros sobre
Medicina Natural e tratados médicos, a fim de desenvolver um trabalho
que oferecesse o mínimo de credibilidade técnica. Pensamos em não
trazer opróbrio aos demais colegas que tão altruisticamente vinham
determinando conceitos decisivos a respeito desta ciência tão
profunda, capaz de oferecer e promover adequadamente a saúde. Vencemos
as primeiras batalhas.
Hoje, após alguns anos de pesquisas teóricas como professor de
Naturologia de um centro naturista; e práticas como ex-diretor de um
ambulatório naturalista no Nordeste brasileiro, o que temos a oferecer
aos simpatizantes da vida natural é este reduzido compêndio que abre
perante os leitores algumas páginas da Natureza.

3 – O CORPO HUMANO

Apesar de o objetivo central deste receituário didático estar
baseado no ensino das principais formas terapêuticas da Medicina
Natural e das precisas avaliações científicas oferecidas pelo
Naturismo, enfocaremos como tema introdutório algumas informações
básicas a respeito da máquina mais completa e complexa do globo
terrestre – o corpo humano. Procuraremos tecer comentários especiais
sobre os aparelhos digestivo, urinário, respiratório e o sistema
epitelial. Dentro dos conceitos naturistas estes são os sistemas mais
atuantes nos grandes embates realizados entre a saúde e a enfermidade.
Segundo vários especialistas e nossa própria experiência pessoal, os
órgãos da digestão possuem aproximadamente 50% de importância na
recuperação orgânica de qualquer enfermo; e isto independente da
localização e dos pródromos (sintomas iniciais) relacionados a cada
enfermidade.
Outrossim, é necessário salientar que a importância destes órgãos
mencionados parcialmente a seguir, deve-se primeiramente à sua
capacidade de assimilação e excreção de resíduos alimentares ou não,
quer sejam vitamínicos, protéicos, mineralizantes, hídricos, de
oxigenação etc. Observe atentamente este capítulo e procure estudar as
definições e figuras, relacionando-as sempre com o seu conhecimento
sobre anatomia e fisiologia do organismo humano. Se for necessário,
recapitule as informações dadas.

A. APARELHO DIGESTIVO

Quando o “cronômetro biológico” existente no cérebro indica o
horário necessário para uma refeição – desjejum, almoço ou jantar – a
vontade de todo ser vivente dotado de instinto regular é de comer,
tratando-se especialmente do Homo sapiens – o homem. No entanto,
quando ingerimos as substâncias alimentares exigidas pelas funções
psicossomáticas do organismo, elas devem ser particularizadas a ponto
de ser transformadas em energia vital para todos os órgãos e células,
formando assim o complexo bioquímico da digestão. Esta função é
específica do aparelho digestivo.
A seguir você encontrará a representação básica dos detalhes desse
sistema importantíssimo à manutenção da vida. Observe cada item
mostrado na figura 3.1. As funções básicas de suas partes anatômicas
são as seguintes:
1. Cavidade bucal – Superfície oca entre os maxilares, semelhante a um
copo de liquidificador. É o local onde se encontram a língua, os
dentes, as gengivas, e onde desembocam os líquidos digestivos
produzidos pelas glândulas salivares. As primeiras fases mecânicas e
químicas do metabolismo digestivo são realizadas nesta cavidade.
2. Língua – Órgão muscular situado no interior da cavidade bucal que,
por possuir diversos músculos de contração voluntária, tem a função
idêntica à de uma pá na movimentação do alimento para a faringe e o
esôfago.
3. Faringe – Assemelhando-se a um funil, é um tubo músculo- membranoso,
situado atrás do nariz, da boca e da laringe, cuja extensão varia por
um lado até o crânio e por outro até encontrar-se com o esôfago.
Comunica-se com o ouvido através de um canal denominado trompa de
Eustáquio.
4. Esôfago – Canal semelhante a uma tubulação de água no qual o
alimento projeta-se partindo da faringe até alcançar o estômago. Mede
aproximadamente 22 cm.
5. Cárdia – Abertura similar a uma válvula, existente no término do
esôfago e início do estômago. Iniciada a digestão gástrica, ela se
fecha auxiliando o funcionamento físico e químico do estômago. Não é
considerada um órgão individual, mas apenas uma parte do estômago.
6. Estômago – Órgão em formato de bolsa situado do lado esquerdo do
abdômen. Suas paredes possuem quatro túnicas, a saber: mucosa,
submucosa, muscular e serosa. Dentro do estômago existem diversos
orifícios através dos quais um grande número de ínfimas glândulas
liberam secreções a serem utilizadas nos processos digestivos. Há duas
espécies básicas: glândulas de muco, que preparam a mucina (líquido
lubrificante das paredes gástricas), e as glândulas de pepsina,
produtoras do muco gástrico, cuja função principal é metabolizar alguns
tipos de alimentos – proteínas e lactose. São três os princípios ativos
encontrados no suco gástrico: a pepsina, o lab-fermento e o ácido
clorídrico.
7. Piloro – Passagem circular do estômago ao duodeno contendo um anel
muscular que a mantém sempre fechada, abrindo-se somente quando os
alimentos metabolizados no estômago são enviados ao intestino delgado.
8. Intestino delgado – É dividido em três partes: duodeno, jejuno e
íleo.
a. Duodeno – Primeira porção do intestino delgado, que se inicia no
piloro e mede de 20 a 25 cm de comprimento. Está relacionado ao fígado
e pâncreas através dos canais denominados colédoco e pancreático
respectivamente. É a parte mais fixa do intestino.
b. Jejuno – Compreende a porção intermediária do intestino delgado, e
estende- se do duodeno ao íleo.
c. Íleo – Corresponde à porção final do intestino delgado,
estendendo-se até o intestino grosso.
Na estrutura interna do intestino delgado são encontradas pequenas
glândulas que fabricam um liquido chamado suco entérico. Além destas
glândulas entéricas, nota-se também a presença de vilosidades e
microvilosidades, cuja função é a de absorver os nutrientes digeridos
no intestino e lançá-los na corrente sanguínea.
O suco entérico é composto de erepsina, que desdobra ou digere as
proteínas; de maltase, que desdobra a maltose; de sacarose, que
desdobra a sacarose; e de lactose, que desdobra a lactose.
9. Ceco – Grande bolsa de fundo cego situada no término do intestino
delgado e no início do intestino grosso.
10. Apêndice – Pequena projeção do intestino, existente abaixo do
ceco, ligada ao intestino grosso na parte inferior do cólon ascendente,
cuja finalidade no organismo é semelhante à de um dreno de instalações
hidráulicas, ou seja, apenas reter sujeiras e restos alimentares.
Qualquer inflamação nesse órgão recebe o nome de apendicite.
11. Cólon ascendente – Porção do intestino grosso que começa no ceco e
termina no ângulo hepático.
12. Cólon transverso – Parte do intestino grosso entre o ângulo
hepático e o ângulo esplênico.
13. Cólon descendente – Porção do intestino grosso que se inicia no
ângulo esplênico e limita-se ao cólon sigmóide.
14. Cólon sigmóide – Parte final do intestino grosso, onde se inicia o
reto.
15. Reto – Secção inferior do intestino grosso, que tem seu início na
região denominada flexura sigmóide, e se estende até o orifício anal.
Recebe este nome por tratar-se de um canal retilíneo.
16. Baço – Órgão abdominal localizado imediatamente abaixo do
diafragma, do lado esquerdo. É o maior órgão linfático do organismo e
funciona também como um acumulador de energia para o corpo humano.
17. Pâncreas – Glândula alongada de secreção externa e interna,
localizada na parte superior e posterior do abdômen, tendo em média de
15 a 20 cm de comprimento. Seu lado direito (cabeça) está conectado ao
duodeno; seu lado esquerdo (cauda) localiza-se bem próximo ao baço.
Produz um líquido límpido e incolor chamado suco pancreático, que é
lançado no duodeno através dos canais pancreáticos, a fim de serem
aproveitados os elementos nutricionais das proteínas, gorduras e
carboidratos.
18. Vesícula biliar – Pequena bexiga músculo-membranosa semelhante a
uma pêra, situada na parte inferior do fígado, no lobo direito. Tem
como funções o acúmulo, a mucificação e a excreção da bile.
19. Fígado – É a maior glândula do organismo, pesando em média 1750 g
em adultos. Segrega a bile, cujo armazenamento é feito na vesícula
biliar. Segundo a necessidade, o fígado fornece esta substância de cor
amarelo- esverdeado (pela presença de bilirrubina e a biliverdina), que
é usada para dissolver as gorduras ingeridas como alimento.

Fisiologia da Digestão

Mencionamos anteriormente que na cavidade bucal ocorre a primeira
parte do processo digestivo no organismo, que somente termina com a
eliminação total dos resíduos alimentares na forma de fezes ou
excreções intestinais. Todavia, não podemos deixar de abordar que o
cérebro é o primeiro veículo de informações digestivas, pois antes
mesmo de um alimento ser ingerido, ou através de um simples olhar,
diversos atos mecânicos e químicos são constituídos. Isso possibilita
a formação do fenômeno conhecido popularmente por “água na boca”.
Começa nesta fase o trabalho dos órgãos digestivos.
Quando o alimento é levado à boca, vários outros desses atos
mecânicos ocorrem desde a cavidade bucal, passando pelo esôfago,
estômago e chegando aos intestinos. Esses fenômenos recebem os
seguintes nomes: preensão, mastigação, deglutição e movimentos de
contrações musculares em ondas, também chamados peristaltismo. Esses
movimentos peristálticos, que de todos os atos mecânicos são os mais
importantes, atuam no alimento desde o esôfago até a sua saída em
forma de excreções fecais. Consistem em estreitamentos e encurtamentos
dos canais do tubo digestivo, que impelem as substâncias alimentares a
cada órgão subseqüente. Não podemos deixar de enfocar dentro destes
aspectos o valor da mastigação. O professor A. Balbach define este ato
mecânico, que depende da vontade humana, da seguinte maneira: “Um
alimento, quando bem mastigado, fornece ao organismo duas vezes mais
elementos nutritivos do que quando mal mastigado. Assim, se mastigamos
bem, podemos saciar a fome com a metade dos alimentos necessários do
que quando mastigamos mal.” – A Flora Nacional na Medicina Doméstica,
vol. 1, pág. 110.
A fim de que o alimento seja transformado em partículas, e
posteriormente em energia vital para o organismo, ocorrem nele mutações
químicas conhecidas como atos químicos da digestão. Associam-se
mutuamente neste objetivo:
– Saliva – Portadora da ptialina e formada pelas glândulas parótidas,
sublinguais e submandibulares.
– Suco gástrico – Distribuído pelas glândulas pépticas, contendo as
enzimas da pepsina, lab-fermento e ácido clorídrico.
– Suco entérico – Produzido pelas glândulas entéricas com as suas
respectivas enzimas: erepsina, maltase, sucrase e lactose.
– Suco pancreático e bile – Formados no pâncreas e no fígado
respectivamente. Possuem as seguintes enzimas: esteapsina, tripsina e
amilopsina. (Observação: o suco biliar não possui fermentos.)
Os grupos de alimentos dissolvidos são levados a todas as partes do
organismo através da corrente sanguínea, sendo usados para incontáveis
funções orgânicas, o que resulta em vitalidade e proteção contra um
cabedal elevado de doenças, parasitárias ou não, que tanto assolam a
humanidade. É cabível e oportuno afirmar que o processo digestivo
constitui-se parte importantíssima do bem-estar físico e mental do
homem.
Observe o quadro 3.1. Estude-o atentamente.
Órgãos – Glândula(s) – Sucos Digestivos – Principais Fermentos –
Alimentos Digeridos – Produtos Desdobrados
1. Boca – salivares – saliva – ptialina – amido – dextrina + açúcar
2. Estômago – pépticas – suco gástrico – pepsina lab-fermento ác.
Clorídrico – proteína leite – aminoácidos (coagulação)
3. Intestino – entéricas – suco entérico – erepsina maltase sacarose
lactose – proteína maltose sacarose lactose – aminoácidos dextrose
dextrose + levulose dextrose + galactose
pâncreas – suco pancreático – esteapsina tripsina amilopsina – gordura
proteína amido – glicer. + ác. gordur. Aminoácidos dextrose + levulose
fígado – bile – gordura – (emulsiona)

B. APARELHO URINÁRIO

Dentro do conjunto de terapias naturais o aparelho urinário recebe
destaque importante, tanto para a manutenção da saúde como para a
recuperação geral dos órgãos enfermos, se bem que em proporções
menores do que as do aparelho digestivo. Por tratar-se também de um
sistema com funções de produção, filtração e excreção de substâncias
químicas e alimentares, possui características essenciais ao bom
funcionamento dos mecanismos de defesa da maquinaria humana.
Basicamente o aparelho urinário é subdividido em rins, ureteres,
bexiga e uretra. No homem há mais um órgão que complementa de maneira
indireta o trabalho desse aparelho – a próstata.
Relacionaremos algumas anomalias do aparelho urinário:
– Anúria – Falta de secreção da urina
– Polaciúria – Micção anormal freqüente
– Hematúria – Presença de sangue na urina
– Piúria – Presença de pus na urina
As funções básicas de cada órgão são as seguintes:
1. Rins – Órgãos glandulares do sistema urinário que, por possuírem
atividades de filtração e de excreção de resíduos, elaboram urina.
Qualquer insuficiência destas duas glândulas “gêmeas”, em expelir
toxinas, é conhecida como uremia.
2. Ureteres – Dois canais longos e estreitos existentes nas saídas dos
rins, usados para o transporte de urina à bexiga. Sua inflamação recebe
o nome de uretrite.
3. Bexiga – Órgão oco com as características anatômicas da vesícula
biliar, cuja função é de reservar urina. Recebe o nome de cistite
qualquer inflamação deste órgão.
4. Uretra – Orifício condutor da urina. Sai do colo da bexiga até o
ponto no qual essa substância é eliminada pelo meato uretral externo.
No homem mede de 22 a 25 cm de comprimento, e na mulher cerca de 4 cm.
É formado por três segmentos: prostático (onde se localiza a
próstata), membranoso e esponjoso.
5. Próstata – Órgão formado por tecidos glandulares e musculares,
exclusivo do sistema urinário masculino, situado no início da uretra.
Funciona como uma válvula para não permitir a entrada de
espermatozóides na urina (espermatúria), e, no caso da ejaculação,
impede a mistura de urina junto aos espermatozóides.

C. APARELHO RESPIRATÓRIO

Para introdução do estudo básico relacionado ao aparelho
respiratório, novamente citaremos algumas palavras do professor A.
Balbach, vinculadas à importância do ar para a vida humana e animal:
“A saúde depende da respiração. Privado de ar, o pulmão é como uma
pessoa faminta que não tem o que comer. A morte sobrevém dentro de
dias se o estômago não recebe alimento, e dentro de pouquíssimos
minutos se o pulmão não recebe ar puro.
“O ar atmosférico é uma mistura gasosa que contém 78% de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, como o argônio, o gás
carbônico, o neônio, o hélio, o criptônio e o xenônio. O azoto, como
seu próprio nome indica, não toma parte nos fenômenos respiratórios. O
oxigênio, todavia, é indispensável à vida do homem, dos animais e das
plantas.” – A Flora Nacional na Medicina Doméstica, vol. 1, pág. 125.
Perguntamos: se o ar é tão importante à vida humana, como enfocou o
renomado escritor, qual é a importância que devemos dar ao aparelho
respiratório na profilaxia e eliminação de doenças? Sem dúvida alguma a
mais conscienciosa possível, pois do bom funcionamento deste aparelho
depende a recuperação e a prevenção de inúmeras doenças, muitas delas
ligadas ao aparelho digestivo. A seguir dedicaremos algumas
considerações parciais sobre o sistema respiratório.
1. Fossas nasais – Aberturas situadas no centro da face, cujas funções
são de aquecer e umedecer o ar inspirado, e ainda purificá-lo de
múltiplas impurezas. São semelhantes a um sistema de filtração
pneumático usado em equipamentos de ar comprimido.
2. Traquéia – Tubo formado por membranas e cartilagens, que se estende
da extremidade inferior da laringe até os dois grandes brônquios,
pertencentes também ao aparelho respiratório.
3. Brônquios – São considerados os ramos primários da traquéia.
Encontram-se com os pulmões através dos bronquíolos, ramificando-se no
interior dos mesmos. Servem de aerodutos para o ar inspirado.
4. Bronquíolos – Ramificações menores dos brônquios, podendo atingir
em média 1 mm de diâmetro.
5. Pulmões – São os órgãos mais importantes do aparelho respiratório,
nos quais o sangue venoso é oxigenado pelo ar inspirado. É a usina
aeróbica que fornece oxigênio para todas as células do organismo.
Estão localizados na cavidade torácica, sendo revestidos externamente
por uma membrana serosa identificada como pleura.

D. SISTEMA EPITELIAL

A superfície do corpo está envolvida por um órgão extremamente
complexo denominado pele. Seu peso corresponde a aproximadamente 16% do
peso corporal, e sua superfície cutânea, flexível e contínua, mede
cerca de 1,5 a 2 m2, no adulto: Constitui-se basicamente de epiderme
(a parte superficial), derme (camada cutânea) e hipoderme (região
subcutânea).
A coloração da pele depende de três fatores fundamentais:
1. A coloração própria da epiderme, que varia de acordo com a sua
espessura.
2. Do grau de irrigação sanguínea.
3. De alguns pigmentos primários, entre os quais a melanina, a
hemoglobina e o caroteno.
Graças ao trabalho variado de cada parte do organismo, encontramos
em toda a extensão deste sistema diversos tipos de tecidos com suas
inúmeras estruturas. Elas contribuem para o bem-estar físico dos
indivíduos, ajudando-os a desenvolver todas as funções pré-determinadas
pelos mecanismos genéticos.
Na seqüência detalharemos as principais funções da pele:
Proteção – Semelhante ao invólucro de uma fruta, a pele possui a
finalidade de proteger os órgãos internos contra as impurezas externas,
mantendo- os com saúde. Além disso, por possuir componentes protetores,
como por exemplo o colágeno, garante a resistência e flexibilidade no
caso de traumatismo.
Equilíbrio térmico – Para promover o equilíbrio térmico do corpo
contamos no sistema epitelial com a atuação das glândulas sudoríparas,
também denominadas, de acordo com suas funções, de écrinas, apócrinas
e sebáceas. As primeiras são mais específicas no trabalho de regulação
térmica; enquanto as segundas, juntamente com o suor, possuem ação
bactericida. Quando as glândulas sudoríparas não desempenham bem suas
tarefas, aparecem no corpo fenômenos denominados caumestesia (calor
excessivo) e isquidrose (ausência de suor).
NutriÇão – Pode parecer estranho ao leitor a afirmação de que a
pele atua como via nutricional dos demais órgãos, pois quando pensamos
em nutrição, logo nos vem à mente o uso oral dos alimentos com seus
complexos vitamínicos. Porém, diversas experiências médicas
comprovaram a ação da pele como órgão de assimilação. A primeira
experiência de que se tem registro na Bíblia foi a de Isaías com o rei
Ezequias (600 a.C.), quando o profeta orientou o monarca a colocar em
sua ferida uma porção de pasta de figos, aplicando o que hoje é
chamado tecnicamente de cataplasma. Centenas de anos mais tarde, vários
pesquisadores descobriram dois fatores essenciais para a concretização
desse relato histórico: a função do fruto como cicatrizante e alguns
mecanismos neurológicos existentes no corpo humano, atuantes nesse tipo
de tratamento dermatológico.
A Naturoterapia ou Medicina Alternativa (ciência que estuda a cura
das doenças utilizando-se ao máximo dos recursos oferecidos pela
Natureza, tanto no organismo do homem como em seu ambiente), já
realizou várias experiências farmacológicas naturais através desta
ação da pele. Uma das que podemos antecipar, haja vista que vamos
abordar mais detalhadamente este assunto no próximo capítulo, é a de
uma senhora que nos procurou com um edema no braço direito, de origem
renal. Depois de 28 anos tinha limitação total dos movimentos nesse
braço, possivelmente atrofiado. Após cinco dias aplicando cataplasmas
de abóbora crua ralada (2 vezes ao dia, 2 horas cada), simplesmente
apareceram alguns movimentos cadenciados e um amolecimento visível do
edema. Este processo, segundo a ciência dermatológica, pode ser
chamado absorção epitelial. Outras informações práticas forneceremos
no capítulo citado.
EliminaÇão de toxinas – Quando surpreendidas por dermatoses, as
pessoas preocupam-se muito com os incômodos produzidos. Isto é
aceitável e natural; contudo, muitos não sabem que as diversas
enfermidades epiteliais indicam deficiências orgânicas, quer
vitamínicas, protéicas ou de outra origem. Sem esses fenômenos de
efeitos desintoxicantes, o comprometimento interno seria bem maior. Um
dos exemplos mais conhecidos é a deficiência da vitamina B5 (niacina),
que dá origem à pelagra, doença caracterizada pela formação de eritemas
e queimação da pele do pescoço, punho, braços, pernas etc.
A eliminação de toxinas através da pele pode ser percebida também
quando um enfermo submete-se a tratamentos naturopáticos de
desintoxicação. Ocorrem então mudanças epiteliais, decorrentes da
limpeza dos órgãos digestivos, urinários e respiratórios. Entretanto,
vale a pena salientar que não é necessário que em todos os casos de
desintoxicação surjam tais alterações superficiais. Na verdade,
existem outros órgãos que juntamente com a pele funcionam como
promotores da higiene orgânica, conforme mencionamos anteriormente.
O processo da eliminação de toxinas pelas camadas epiteliais está
relacionado também à eliminação de água, não perceptível a olho nu,
denominado perspiratio insensibilis. Ou seja, é um microprocesso
respiratório existente na pele, insensível a todos, mas que muito nos
ajuda na limpeza, excreção e nutrição epitelial.
Embelezamento – Além das funções citadas, a pele tem também a
finalidade de embelezar o corpo humano, dando-lhe finíssimo acabamento
em todas as partes, desde as mais ásperas até as mais sensíveis. É
tida como o revestimento do homem.

4 – TROFOTERAPIA

Dentre todas as necessidades fisiológicas do ser humano, não há
nenhuma outra que forneça tanto prazer e mantenha o corpo em condições
tão favoráveis de trabalho como a boa alimentação. Nada pode
substituir o desejo de receber dos alimentos algo que possa superar a
sensação da fome. Isso não acontece por acaso. Será que existem outras
motivações que possam ser consideradas mais importantes na relação das
necessidades básicas do homem? É óbvio que não. Mas o ser humano, pelo
fato de não compreender corretamente as leis naturais da Nutrição –
qualidade, quantidade, harmonia e adequação – estabeleceu infinitas
divisões e várias pseudoconclusões no quadro alimentar da mais completa
e complexa ciência terapêutica – a TROFOTERAPIA.

A. LEIS DA NUTRIÇÃO

Para que o leitor compreenda de modo mais amplo as leis
supracitadas, teceremos alguns comentários objetivos sobre estas
regras, cuja finalidade é ajudá-lo a entender como é indispensável o
respeito para com as leis alimentares.

1. Qualidade

Com a estrutura capitalista existente atualmente no mundo, comprar
alimentos mais baratos está sendo o objetivo de muitos. Mas é preciso
esclarecer que não devemos trocar a qualidade pelo preço. Quando
usamos alimentos em condições impróprias ou mal preparados, aparecem
em nosso aparelho digestivo resíduos tóxicos provenientes de
fermentações e putrefações, que empobrecem o sangue e promovem doenças
e febres intestinais. Conseqüentemente, dá-se a formação de um
ambiente propício ao desenvolvimento de grupos parasitários ou
“microinquilinos” – comumente conhecidos pela sociedade moderna como
Giardia lamblia, Entamoeba histolitica, Ascaris lumbricoides,
Enterobius vermiculares etc. O intuito econômico de trocar a qualidade
de um alimento por seu preço é, sem dúvida alguma, um dos meios mais
eficazes de se enriquecer a indústria farmacêutica.

2. Quantidade

Diversos sociólogos são categóricos em afirmar que o homem moderno
é um glutão. Nada temos a dizer contra esta definição, pois podemos
comprová-la a qualquer momento de nossa vida. Para isso basta
visitarmos um restaurante ou uma lanchonete na hora do “rush
alimentar”, e testemunharemos esta verdade incontestável.
Ao comermos demais, ou seja, ao ultrapassarmos o limite individual
de necessidades nutricionais, sobrecarregamos nossos órgãos digestivos
e produzimos neles um aumento de circulação sanguínea. Isso os
debilita, inutilizando-os para as relevantes funções digestivas a que
foram pré-determinados. Embotamos também nosso cérebro – centro
informático de todas as funções orgânicas – e o fígado, que, em
conjunto com as demais glândulas, é o principal responsável pela
produção laboratorial do organismo. “Muitos vivem para comer e não
comem para viver”, é o dito popular.
Além disso, outro aspecto nutricional pode ser considerado: ainda
que comamos pouco de um determinado alimento de nossa preferência, mas
o comemos todos os dias, estamos transgredindo esta lei da mesma
maneira que as pessoas acostumadas a comer quantidades exageradas de
alimentos a transgridem. Por exemplo: se ingerimos arroz com feijão
todos os dias, durante certo período, sua absorção pelo organismo não
será tão eficiente, devido a fenômenos metabólicos resultantes da
falta de variação alimentar.
Nota: não confundir o período de tempo acima estabelecido com
aqueles que são planejados nos programas dietoterápicos naturistas. No
segundo caso, apesar de haver em alguns horários prazos que variam de
10 a 20 dias de um mesmo alimento, os naturólogos mais experientes
preocupam-se com a rotatividade alimentar em outros programas
dietéticos. Isso evita perdas nutricionais decorrentes dessa
transgressão.

3. Harmonia

Esta terceira lei da Nutrição é também chamada compatibilidade
alimentar. É essencialmente importante à boa saúde, pois vários são os
alimentos que não combinam entre si quando ingeridos em uma mesma
refeição. Tais misturas produzem dispepsias gástricas, reações
fermentativas e desarranjos intestinais. Por exemplo: ao misturarmos
em uma refeição frutas com hortaliças, associam-se em nosso aparelho
digestivo enzimas e ácidos incompatíveis, que impedem a digestão e a
absorção dos nutrientes contidos nesses alimentos, dificultando todo o
processo de assimilação. Deste modo, afirmamos terminantemente: frutas
não combinam, ou melhor, não se harmonizam com hortaliças. As exceções
e demais combinações poderão ser estudadas ainda neste capítulo, no
tópico intitulado Compatibilidade Alimentar Básica.

4. Adequarão

Esta norma dietética refere-se ao uso dos alimentos de acordo com a
região produtora e o período da safra. Ou melhor, é necessário que se
conheça o mínimo das características técnicas relacionadas ao solo que
os produziu, bem como as condições climáticas de produção. As
atividades mentais e físicas dos indivíduos também devem ser
consideradas. Por exemplo: é muito comum no Brasil comermos alimentos
oleaginosos – nozes, castanhas, amêndoas etc – em épocas quentes do
ano, apenas porque encontramos na televisão filmes e documentários
mostrando os europeus utilizando-se desses frutos em pleno rigor do
inverno. Isto é falta de adequação alimentar. E, muitas vezes, não nos
contentamos somente em transgredir esta lei nutricional, mas ainda
exageramos na quantidade, e a segunda norma também é violada.
Outro fator interligado à adequação é o uso indiscriminado de
alimentos, mesmo saudáveis, sem consideração para com os tipos de
atividades profissionais desenvolvidas pelos indivíduos. As
substâncias alimentares podem e devem adaptar-se às necessidades
orgânicas de cada um. A todas as conclusões aqui mencionadas dá-se o
nome de Adequação.

O que é trofoterapia?

Há centenas de anos um homem chamado Hipócrates, que mais tarde
recebeu o título honorífico de “pai da Medicina”, disse uma frase tão
profunda em sabedoria que nem ele mesmo conseguiu compreender toda a
extensão de suas palavras: “Que o teu alimento seja o teu remédio, e o
teu remédio seja o teu alimento.” Ficava fundamentada, através deste
conselho didático, a mais importante ciência terapêutica conhecida em
todos os tempos.
A palavra Trofoterapia é formada etimologicamente pela união do
prefixo grego TROFO, que significa alimentação ou nutrição; e do sufixo
latino TERAPIA, que significa tratamento. Fica então definido o termo:
tratamentos pela alimentação.
No entanto, muito mais que a justaposição de dois termos
lingüísticos é o que ela consegue realizar no combate às enfermidades,
quando o seu leme é sabiamente dirigido e os seus conceitos básicos
são plenamente respeitados.
A trofoterapia visa estudar e proporcionar ao homem recursos
naturais contra as doenças, transmissíveis ou não, que nos dias atuais
aterrorizam nosso planeta. Em termos mais amplos, podemos afirmar que
no caso de uma bronquite (inflamação dos brônquios), deve-se utilizar
o abacaxi (Ananas sativus), que possui uma enzima proteolítica chamada
bromelina, com ação expectorante e analéptica (tônica muscular); ou a
cebola (Allium cepa), que por possuir alicina e ácido sulfuroso de
alho, atua eficazmente na Medicina Natural como bactericida e
antiinflamatória. No caso de uma gastrite ou úlcera gástrica pode-se
utilizar a batata-inglesa (Solanum tuberosum) crua ou cozida (nunca
frita), que, por conter solanina, agente ativo das solanáceas, é usada
para inibir a ação dos ácidos digestivos no estômago, evitando assim
irritação da mucosa.
Para os diversos tipos de enfermidades existe um quadro infinito de
alimentos capazes de, se usados adequadamente e dentro de um padrão
técnico satisfatório, prevenir e curar as doenças que de maneira
impiedosa destroem a felicidade humana.
Em síntese, Trofoterapia é a ciência dietética que, utilizando-se
de alimentos simples e naturais, regula as funções orgânicas de um
indivíduo e normaliza o funcionamento dos seus órgãos enfermos, sem
produzir os efeitos colaterais negativos que comumente conhecemos em
muitas técnicas terapêuticas. Não esqueçamos, todavia, que para
alcançarmos os mais surpreendentes resultados é preciso que a usemos
sabiamente.

B. VALORES TROFOTERÁPICOS DOS ALIMENTOS

Estamos abordando neste capítulo que a Trofoterapia é indicada para
substituir inúmeros medicamentos farmacêuticos e outras formas
“milagrosas” inventadas pelo homem. Contudo, a fim de que esta
substituição aconteça harmonicamente, é necessário que os valores
trofoterápicos de cada alimento sejam considerados em função das suas
virtuosas substâncias trofoterápicas, ou de seus princípios ativos
mais comuns (estudados no tópico seguinte). Sua composição química –
vitaminas, proteínas, gorduras, sais minerais etc – também é
importante.
Os principais valores trofoterápicos com os seus respectivos
alimentos são:
– Abstergentes – Vegetais usados para limpar ferimentos: limão,
cebola, agrião, banana, figo, mamão etc.
– Adstringentes – Usados para contrair tecidos: agrião, chicória,
maçã, romã, jaca etc.
– Alcalinizantes – Possuem a propriedade de reduzir a acidez
sanguínea: cebola, pepino, tomate, melancia, melão, laranja, pêra etc.
– Analépticos – Restauram as forças (tônicos): cenoura, abóbora,
couve, abacaxi, maçã, mel, soja etc.
– Anódinos – Mitigam e aliviam dores: batata-inglesa, tomate,
carambola, laranja etc.
– Antianêmicos – Combatem ou evitam a anemia: abacaxi, banana, uva,
beterraba, melado, lêvedo de cerveja etc.
– Antiartríticos – Usados contra a artrite: azeitona, coco, morango,
espinafre, cebola, pepino, batata-inglesa etc.
– Anticancerígenos – Previnem ou curam o câncer: uva, pêssego, tomate,
repolho, agrião, mamão, maxixe etc.
– Anticatárticos – Combatem a diarréia: abóbora, alcachofra, goiaba,
manga, maçã etc.
– Anticloróticos – Têm aplicação contra a clorose (tipo de anemia
relacionada com peculiaridade à mulher, que imprime à pele uma
coloração amarelo- esverdeada): beterraba, noz, uva, cenoura etc.
– Antidiabéticos – Usam-se contra os diabetes: alface, agrião, cebola,
maçã, mamão, pêssego etc.
– Antieméticos – Combatem o vômito: aspargo, jenipapo, cidra, limão
etc.
– Antifebris – Usados contra a febre: laranja, limão, melancia etc.
– Antifiséticos – Eliminam gases: cenoura, abacate, melancia etc.
– Antiflogísticos – Combatem inflamações: abóbora, repolho, banana,
melão, limão, figo etc.
– Antigripais – Combatem a gripe: laranja, limão; cebola, alho,
acerola, goiaba etc.
– Anti-helmínticos – Expulsam vermes intestinais: coco, couve,
cenoura, sementes de mamão, de melão e de abóbora etc.
– Antilíticos – Evitam ou dissolvem cálculos (pedras): tangerina,
maçã, melancia etc.
– Antiobésicos – Eliminam gorduras desnecessárias: abacaxi, limão,
laranja, melancia etc.
– Antipiróticos – Usados contra queimaduras: abóbora, mel, batata-
inglesa, banana (casca ou folhas) etc.
– Anti-risêmicos – Combatem as rugas: pepino, alho, feijão-branco,
manga, coco etc.
– Béquicos – Usados contra a tosse: jaca, maçã, manga, mel etc.
– Cardiotônicos – Tonificam o coração: figo-da-índia, alface, agrião,
beterraba, cebola, mel, maçã, aspargo etc.
– Colagogos – Usados para produzir fluxo biliar: acelga, berinjela,
agrião, melão, mamão etc.
– Diaforéticos – Estimulam a sudorese: salsa, cebola, figo maracujá
(chá quente das folhas de ambas as frutas) etc.
– Emenagogos – Promovem a regularização do fluxo menstrual: melão,
cenoura, couve, salsa etc.
– Estípticos – Usados contra as hemorragias: cebola, banana manga etc.

C. SUBSTÂNCIAS TROFOTERÁPICAS (PRINCIPAIS)

É classificado como substância trofoterápica todo e qualquer agente
químico alimentar com propriedades de revitalizar as funções
bioquímicas e biomecânicas do corpo humano.
A seguir relacionaremos uma lista de alimentos com suas respectivas
substâncias trofoterápicas. Antes, porém, informamos que as frutas,
verduras e cereais possuem outros princípios ativos não mencionados,
que possibilitam sua aplicação terapêutica para incontáveis aplicações
trofoterápicas.

Frutas

Abacate – Abacatina: substância oleosa com propriedades nutritivas e
hidratantes da pele. Usada também contra artrite e gota.
Abacaxi – Bromelina: enzima proteolítica, ou seja, que auxilia na
hidrólise das proteínas. É usada como expectorante e analéptica. É
eficaz contra bronquite, artrite e obesidade.
Água-de-coco – Rica em sódio, cloro e potássio, minerais essenciais à
vitalização da pele e ao bom funcionamento intestinal e hepático. Suas
propriedades medicamentosas básicas relacionam-se ao aumento da
colicistocinina, hormônio produzido na mucosa intestinal, auxiliador
dos movimentos vesiculares.
Amêndoas – Amandina: proteína reconstituinte dos tecidos com grande
aplicação no combate às anemias. Seu óleo é usado como emoliente
tópico.
Amendoim – Araquina: principal substância dos ácidos graxos do
amendoim. Cura algumas síndromes ocasionadas pela carência desses
ácidos no organismo.
Azeitona – Oleína: principal componente do óleo de oliva, que é
aplicado contra as dores reumáticas, otites, úlceras estomacais e na
tuberculose.
Banana – 1. Potássio: além de outras funções, esse mineral tem ação
diurética. É importante nos casos de pressão baixa. 2. Serotonina: é
calmamente e induz ao sono. Atua no cérebro auxiliando na produção de
endorfinas, os chamados “hormônios da alergia”.
Caju – Cardol: óleo contido na casca do caju com propriedades
altamente corrosivas; é anti-séptico e vermífugo. Atua no combate à
lepra, ao eczema e à psoríase.
Caqui – Ácido urônico: presente nas pectinas dessa fruta na proporção
de 75%. Esta substância suaviza as irritações das mucosas digestivas e
refresca a pele.
Coco – Potássio: mineral de suma importância para o sistema muscular,
especialmente aos músculos cardíacos. É diurético e encontra-se também
em abundância na banana.
Figo – Fissina: enzima proteolítica (que auxilia na divisão molecular
das proteínas), cuja função é semelhante à da bromelina contida no
abacaxi e a da papaína no mamão. Tem aplicação prática contra
lombrigas e oxiúros.
Goiaba – 1. Ácido pantotênico: faz parte do complexo vitamínico B,
grupo de nutrientes que atuam na pele, nervos e olhos. 2. Colina: atua
como protetora do fígado, impedindo o acúmulo de gorduras nessa
glândula; seus efeitos são conhecidos como lipotrópicos.
Jaca – Jacalina: em estudos realizados na universidade francesa de
Montpellier, pesquisadores descobriram que esta substância tem
capacidade de bloquear a ação avassaladora do HIV, vírus causador da
Aids. Sua função é a de atuar nos linfócitos, aumentando as atividades
dessas células.
Laranja – 1. Ácido ascórbico (vitamina C): nutriente vitamínico com
ação hematopoiética, ou seja, necessário à formação do sangue. 2.
Hesperidina: pigmento avermelhado e rugoso. 3. Limoneno: encontra-se no
óleo essencial contido na casca. Em associação, esses agentes
trofoterápicos chamados bioflavonóides são antiinflamatórios das
articulações e reconstrutores dos vasos sangüíneos causadores de
varizes.
Limão – Rutina (vitamina P): é indicada contra varizes. 2. Espiridina:
combinada com a vitamina C, essa substância atua favoravelmente nos
vasos capilares. Por esta razão, o limão também é indicado contra os
cânceres de pele. O azedo característico do fruto é proveniente da
azardacina, muito útil contra os insetos e o mau cheiro característico
das axilas. 3. Limoneno: é responsável pelo aumento da produção de
enzimas do corpo, capaz de combater com mais eficiência as células
cancerígenas.
Maçã – 1. Ácido málico: substância fundamental à tonicidade cardíaca.
2. Pectinas: possuem propriedades medicinais antidiarréias.
Mamão – Papaína: enzima proteolítica antidispéptica, ou seja, age
contra a má digestão das proteínas. É possuidora de alto valor
biológico, sendo usada também contra processos inflamatórios internos
e externos.
Manga – 1. Carboidratos: são os produtores de energia para o corpo
humano. Sua ação organoléptica é altamente destacável. 2. Terebintina:
componente do óleo essencial da mangueira, sendo útil no combate às
doenças pulmonares e erupções da pele.
Maracujá – Passiflorina: imprescindível contra doenças do sistema
nervoso.
Melancia – Cucurbitina: usada como hipotensora, tem também efeitos
magníficos contra doenças renais e febre intestinal.
Melão – Celulose: indicada contra prisão de ventre devido ao seu alto
teor de matérias fibrosas.
Morango – 1. Salicilatos: são usados como bactericidas e analgésicos.
Eis a razão se usar o morango contra dores artríticas, como comprovou
por diversas vezes o cientista Lineu, que sofria dessa enfermidade. 2.
Ácido elárgico: apesar da pequena proporção encontrada nessa fruta,
este ácido tem aplicação eficaz contra alguns tipos de câncer.
Pêra – Ácido clorogênico: é considerado pelos pesquisadores como um
antioxidante de primeira linha, ou seja, impede o desenvolvimento das
células cancerígenas.
Uva – 1. Glicose: além de possuir elevado valor energético, tem
propriedades diuréticas recomendáveis aos que sofrem de pressão alta e
obesidade. 2. Ácido elárgico: retira do organismo todas as impurezas
celulares causadoras de câncer.

Hortaliças

Abóbora – Globulina: substância protéica usada como corticóide
natural, atuante na cicatrização epitelial e na flexibilidade e
movimentação musculares.
Alcachofra – 1. Inulina: polissacarídeo de alto valor energético e com
propriedades diuréticas. 2. Cinarina: responsável pelo alto poder de
digestibilidade encontrado na hortaliça. Ajuda na eliminação de toxinas
quer por via intestinal ou renal.
Agrião – 1. Isoticianato de alilo: óleo essencial responsável pelo
cheiro característico do vegetal. É estimulante da produção de bile e
suco gástrico. 2. Mirosina: enzima que, atuando junto com outras
substâncias, produz o gosto amargo medicinal. 3. Sulfato ácido de
potássio: atua como diurético e anti- séptico. A associação destas
substâncias confere ao agrião o benemérito título de expectorante.
Alface – Lactucina: atua de maneira hipnótica contra enfermidades
nervosas. É um calmante de primeira ordem.
Alho – Alicina: princípio antibacteriano sulfuroso indicado no combate
às doenças crônicas infecciosas. Sua ação antitumoral também é
comprovada.
Aspargo – Asparagina: catalisada pelo fígado através da enzima
asparaginase, possui ação antileucêmica e atua também como desodorante
renal.
Batata-Inglesa – Solanina: enzima inibidora dos ácidos estomacais.
Esta substância confere à batata-inglesa princípios antiulcerativos e
analgésicos.
Beterraba – Ácido glutárico: composto de um aminoácido chamado lisina.
É importante na formação de anticorpos e na recuperação de doenças
infecciosas.
Brócolis – 1. Ditioltionas: são protetoras das células. Sua
característica principal é a de aumentar a quantidade de enzimas junto
a esses pequenos “tijolos” formadores do corpo. 2. Sulforafenos: são,
juntamente com as ditioltionas, defensores das células que ocorrem no
estômago, intestinos e mamas (inclusive os diferentes tipos de
câncer).
Cebola – 1. Ácido sulfuroso de alilo: presente também no alho, esse
ácido é um poderoso bactericida e anti-séptico. É o principal
responsável por um dos valores trofoterápicos mais conhecidos da
cebola: antibiótico natural. 2. Glucoquinina: é tida como insulina
vegetal; portanto, em suco com outras hortaliças ou ao natural,
controla os diabetes.
Cenoura – Ácido nucléico: atua na síntese ou hidrólise das proteínas.
Permite um melhor aproveitamento dos aminoácidos.
Couve – Iodo: mineral necessário ao bom funcionamento da tireóide e,
por conseqüência, imprescindível à inteligência.
Dente-de-Leão – Taraxina: além de contribuir para a limpeza do sangue,
esse princípio ativo contribui também para que o referido vegetal seja
laxante, diurético, estomáquico, expectorante e colagogo (estimulante
da vesícula).
Maxixe – Zinco: mineral usado contra a anemia e os processos
anaplásticos das células (formação do câncer).
Pimentão – Capsaicina: componente picante do pimentão, com ação
revulsiva quando aplicado topicamente. Internamente atua como tônico
muscular e carminativo na eliminação de gases.
Rabanete – 1. Rafanina: substância encontrada no óleo essencial desta
hortaliça, cujas propriedades bacteriostáticas são freqüentemente
observadas pelos estudiosos da Natureza. 2. Senevol: essência sulfurada
responsável pelo gosto picante do rabanete, muito útil nos desarranjos
digestivos.
Repolho – Fenol: substância produtora do cheiro característico
encontrado no repolho. Possui qualidades desinfetantes e anestésicas.
Repolho-Roxo – Antocianina: glicosídeo de grande importância
terapêutica. É responsável pela coloração roxa.
Rúcula – 1. Mirosina: auxilia na digestão gástrica e intestinal. 2.
Essência sulfurada e nitrogenada: age contra as doenças das vias
respiratórias. Por isso, quando tomado em horários adequados (com o
estômago vazio), o suco dessa hortaliça atua contra a bronquite e a
asma.
Salsa – 1. Apiol: óleo volátil extraído das sementes, dotado de
propriedades cicatrizantes. Atua nas enfermidades hepáticas. 2. Apiina:
usada em pequenas doses é útil contra ausência de menstruação
(amenorréia). 3. Miristicina: é encontrada no óleo essencial e, de
acordo com pesquisas norte- americanas, é um poderoso agente
anticancerígeno.
Tomate – Ácido oxálico: contrariando algumas teorias defendidas no
passado, este ácido, por ser reagente, é usado na Medicina Natural
contra distúrbios renais, entre eles o nefrítico. Quanto ao seu uso em
associação com limão ou vinagre, alguns cuidados devem ser tomados.
Explicaremos este assunto no tópico “Compatibilidade Alimentar
Básica”. Pode ser usado também como anódino (que alivia dores), no
caso de picadas de insetos e animais venenosos.

Alimentos Integrais

Aveia – Betaglucan: componente importante contra o excesso de
colesterol produzido pelo fígado. É ótimo para o coração em doses
moderadas. Estas conclusões foram obtidas através de pesquisas
realizadas na Universidade de Ulm, na Alemanha.
Cevada – Ácido salicílico: encontrado também em outros vegetais,
especialmente no morango, possui efeitos analgésicos. É útil contra
dores provenientes da bursite, artrite e gota.
Germe de Trigo – Tocoferol (vitamina E): nutriente necessário à
reprodução animal. Possui também propriedades antiulcerativas.
Girassol – Heliantina: encontrada nas flores e no caule, é útil para
combater as febres intermitentes, especialmente as produzidas pela
malária. Encontra-se na semente o ácido graxo linoléico, que pode ser
usado contra distúrbios nervosos, mesmo nos casos de esclerose
múltipla.
Lecitina de Soja – 1. Colina: fortalecedora do fígado até mesmo contra
cirrose hepática. Age também contra afecções da pele. 2. Inositol e
fósforo: responsáveis pelo melhor aproveitamento das vitaminas A, D e
E. 3. Serina: aminoácido encontrado em muitos tipos de proteína.
Lêvedo de Cerveja – Ácido fólico: substância essencial ao crescimento
físico dos indivíduos, extraída da fermentação dos alimentos utilizados
na produção de cerveja, através de um microorganismo chamado
Lactobacillus casei, que é pertencente ao grupo dos bacilos não
patogênicos ao homem. Seu uso é indicado nos casos de anemia
megaloblástica. Encontra-se em abundância nos vegetais de folhas
verdes.
Mel – Inibina: substância antibiótica usada no combate à formação de
processos bacilêmicos (presença de bacilos no sangue) produtores das
doenças como o tifo, difteria, lepra, tuberculose etc.
Melado – 1. Colina: remove os depósitos de gordura centralizados no
fígado, conseqüentemente reduzindo o excesso de colesterol. 2. Ferro:
mineral de suma importância no combate à anemia.
Milho – Zeína: proteína de ação energética.
Própolis – Galangina: princípio ativo também encontrado nas plantas
zingiberáceas (cana-do-brejo, cana-de-macaco, galanga etc.), com
propriedades emolientes e antiinflamatórias. É um dos melhores
antibióticos encontrados na Natureza.
Soja – Glicinina: proteína de alto valor biológico com propriedades
terapêuticas contra esgotamento nervoso, desnutrição e enfermidades
diabéticas (neste último caso quando usada com moderação). Possui todos
os aminoácidos essenciais à vida humana.
Trigo – Gliadina e glutenina: substâncias protéicas de qualidades
energéticas, indicadas nos casos de diarréia crônica, de acordo com os
estudos feitos por Dick, Weijers e Van Kamer – pesquisadores
holandeses.

D. COMPATIBILIDADE ALIMENTAR BÁSICA

Por serem dotados de componentes químicos orgânicos, os alimentos
produzem entre si combinações reagentes ou não, conforme mencionamos na
3ª lei da Nutrição – a Harmonia.
São combinações reagentes aquelas provocadas por alimentos cujas
composições químicas, quando associadas a outras, promovem putrefações
gástricas e intestinais, fermentações alimentares, febres digestivas,
flatulências. Tais misturas permitem a entrada de incontáveis parasitas
no organismo. A esses fenômenos dá-se o nome de INCOMPATIBILIDADE
ALIMENTAR.
Por outro lado, são combinações não reagentes as associações de
alimentos que não promovem os distúrbios supracitados, permitindo boa
digestão e melhor aproveitamento dos alimentos. A esses fenômenos
dá-se o nome de COMPATIBILIDADE ALIMENTAR.
Existem entre as sociedades modernas o hábito de se misturar muitos
alimentos numa mesma refeição. Para que o seu conhecimento nutricional
seja ampliado, observe com atenção o quadro 4.1, relacionando-o à sua
dieta cotidiana.

Classificação alimentar básica:

1. Frutas ácidas: abacaxi, caju, tangerina ou mexerica, jabuticaba,
laranja, limão, romã, nêspera, ameixa, cidra, lima, marmelo, acerola
etc.
2. Frutas semi-ácidas: caqui, maçã, maracujá, manga, goiaba, pêra,
pêssego, uva, morango, carambola etc.
3. Frutas doces: banana, figo, mamão, tâmara, cana-de-açúcar etc.
4. Frutas oleaginosas: abacate, amêndoa, castanhas, coco, nozes,
azeitona, avelã etc.
5. Frutas hídricas: melancia e melão.
6. Hortaliças em geral: alface; couve, beterraba, cenoura, repolho,
pepino, agrião, escarola, berinjela etc.
7. Feculentos: aipim (mandioca), batatas, taioba, inhame, mandioquinha
etc.
8. Leguminosas: ervilha, lentilha, amendoim, feijão, soja, grão-de-
bico, tremoço etc.
9. Cereais: arroz, aveia, trigo, centeio, cevada, milho, sorgo etc.

Quadro de compatibilidade alimentar

cl = Combinação livre
cp = Combinação passável (observar a 2ª lei nutricional)
ci = Combinação indesejável

1 = Frutas ácidas
2 = Frutas semiácidas
3 = Frutas doces
4 = Frutas oleaginosas
5 = Frutas hídricas
6 = Hortaliças em geral
7 = Feculentos
8 = Leguminosas
9 = Cereais

1 + 1 = cl
1 + 2 = cp
1 + 3 = ci
1 + 4 = ci
1 + 5 = ci
1 + 6 = ci
1 + 7 = ci
1 + 8 = ci
1 + 9 = ci
2 + 1 = cp
2 + 2 = cl
2 + 3 = cp
2 + 4 = ci
2 + 5 = ci
2 + 6 = ci
2 + 7 = ci
2 + 8 = ci
2 + 9 = cp
3 + 1 = ci
3 + 2 = cp
3 + 3 = cl
3 + 4 = ci
3 + 5 = ci
3 + 6 = ci
3 + 7 = ci
3 + 8 = ci
3 + 9 = cl
4 + 1 = ci
4 + 2 = ci
4 + 3 = ci
4 + 4 = cl
4 + 5 = ci
4 + 6 = cl
4 + 7 = cl
4 + 8 = cl
4 + 9 = cl
5 + 1 = ci
5 + 2 = ci
5 + 3 = ci
5 + 4 = ci
5 + 5 = cl
5 + 6 = ci
5 + 7 = ci
5 + 8 = ci
5 + 9 = ci
6 + 1 = ci
6 + 2 = ci
6 + 3 = ci
6 + 4 = cl
6 + 5 = ci
6 + 6 = cl
6 + 7 = cl
6 + 8 = cl
6 + 9 = cl
7 + 1 = ci
7 + 2 = ci
7 + 3 = ci
7 + 4 = cl
7 + 5 = ci
7 + 6 = cl
7 + 7 = cl
7 + 8 = ci
7 + 9 = ci
8 + 1 = ci
8 + 2 = ci
8 + 3 = ci
8 + 4 = cl
8 + 5 = ci
8 + 6 = cl
8 + 7 = ci
8 + 8 = cl
8 + 9 = cp
9 + 1 = ci
9 + 2 = cp
9 + 3 = cp
9 + 4 = cl
9 + 5 = ci
9 + 6 = cl
9 + 7 = ci
9 + 8 = cp
9 + 9 = cl

Considerações gerais sobre compatibilidade

– Frutas não combinam com hortaliças, exceto as frutas oleaginosas.
– Alimentos doces não combinam com alimentos salgados.
– Tomate não combina com limão devido às reações entre os ácidos que
compõem esses alimentos.
– Pepino não combina com sal de cozinha. O efeito deste mineral na
hortaliça é de ação desidratante.
– Leite não combina com açúcar. Com mel é passável.
– O limão, apesar de ser classificado como fruta ácida, pode ser
agregado às saladas, devido ao seu baixo teor de carboidratos
(açúcares). Exceto quando houver tomate.
– Café, chocolate, frituras em geral, carnes (vermelhas ou brancas),
os pescados e o vinagre são alimentos que provocam perturbações
orgânicas mesmo sem associarem-se com outros.

Economizando na compra

Para economizar na compra de frutas, hortaliças, leguminosas e
feculentos, e aproveitar ao máximo os recursos medicinais dos
alimentos, veja os meses de produção de cada espécie vegetal. Quem
compra na época certa ganha no preço e na quantidade de vitaminas e
demais nutrientes. Mesmo a quantidade de agrotóxico é diminuída no
período de maior colheita. Acompanhe nos quadros 4.2 e 4.3 os períodos
ideais para aquisição dos principais agentes terapêuticos que a
Natureza lhe oferece.

Obs.: O Quadro 4.2 deste livro não foi possível transcrever para o
braille.
Obs.: O Quadro 4.3 deste livro não foi possível transcrever para o
braille.

E. ORIENTAÇÕES TROFOTERÁPICAS SIMPLIFICADAS

Frutas

Abacate (Persea gratissima)
1. Caspa e

3 Commentsto VIVA MELHOR COM A MEDICINA NATURAL

  1. Nacx dice:

    Disculpa mi ignorancia pero ques eso? O .O??

  2. Blue_heart dice:

    Portugues jejeje

  3. admin dice:

    Recuperado de Invision pero estaba dañado incluso en Invision (mejor que como estaba ayer)

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